No final do ano passado, durante churrasco de confraternização entre os árbitros que realizam preparação física, na parte externa do Estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, o atual presidente do sindicato dos árbitros, diretor da cooperativa dos árbitros e presidente da comissão de arbitragem carioca, Jorge Fernando Rabello, que aparecera de surpresa, pegou o microfone e começou a falar.

Rabello falou entre outras coisas da sua gestão no sindicato (2007-2018) e lançou o assistente CBF Wagner Almeida Santos como candidato para sucedê-lo. O dirigente aproveitou a oportunidade para tentar desqualificar a oposição a qual chamou de grupelho de aventureiros e oportunistas.

Na ocasião o dirigente pontuou que a situação tributaria, principalmente junto ao INSS estaria totalmente resolvida.

O que diz a oposição

Informado da fala de Rabello na confraternização, Willian Nery, candidato de oposição à presidência do SAPERJ, divulgou poucos dais depois, carta aberta aos árbitros onde bateu forte no atual presidente.

Na carta, Nery chama Rabello de megalômano (pessoa com excesso de ambição, orgulho excessivo e que adora tudo que é grandioso) e de ter usado politicamente e de forma irregular, um evento para fazer política fora do período eleitoral.

Ainda na carta, o candidato de oposição acusa a atual gestão de ter vendido a sede do sindicato com a promessa que seria adquirida outra próxima a sede da Federação para maior comodidade aos árbitros.

Nota da redação: O Apitonacional apurou que a sala onde funcionava o sindicato dos árbitros, era em um centro comercial na Avenida Presidente Vargas, que vem a ser a segunda mais importante do Rio de Janeiro. A propriedade foi vendida em outubro de 2012 por 167 mil reais a época. Apuramos ainda que o imóvel custa hoje algo em torno dos 250 mil reais.

Também apuramos que o sindicato paga aluguel na sala onde funciona em torno dos R$ 2.800 reais mês.

Willian Nery cobra que os únicos benefícios oferecidos aos árbitros como preparação física e assistência jurídica são pouco pelos cerca de 300 mil reais anuais que o sindicato arrecada com taxas e recadastramento.

O candidato diz que Rabello usou de factoides para enganar os árbitros quando disse que esta solucionada a dúvida com INSS, quando na verdade, esta foi parcelado em 60 meses, sendo que duas dessas parcelas, que estavam em atraso, só foram quitadas com empréstimo da FERJ. Valores esses que terão que ser ressarcidos pelos árbitros que já tiveram esses valores descontados das suas taxas ao INSS em anos anteriores, mas que não foram repassados pela entidade ao órgão federal.

Por fim, Nery deixa claro na carta que em breve divulgara outro documento onde apontara outros pontos de vistas equivocados expostos por Rabello na confraternização.

Entramos em contato com Jorge Fernando Rabello para que falasse dos assuntos abordados na carta ‘aberta aos árbitros Fluminenses’, mas até o fechamento desta matéria o mesmo não havia retornado nosso contato.

Veja abaixo o documento na integra.

CARTA ABERTA AOS ÁRBITROS FLUMINENSES 2018

"Dia 30 de Novembro de 2017, Engenhão, Estádio Nilton Santos, Cidade do Rio de Janeiro, uma confraternização dos árbitros que praticam educação física, cerca de 50 companheiros com o intuito de participar de uma festa de final de ano com amigos que têm o exercício da arbitragem de futebol de campo como a interseção de suas vidas, quando, inesperadamente, tornou-se um evento político e partidário, onde o atual presidente do SAPERJ, diretor da COOPAFERJ, além de outros cargos que lhe possibilita o controle da vida profissional de nossos colegas, isto é, apossou-se do microfone e começou a exposição de ações que não condizem com a realidade e, também, iniciou uma propaganda eleitoral para o nosso Sindicato em período irregular, pois ainda, não foi dada a partida do Processo Eleitoral.

Nessa primeira missiva de 2018, apresentaremos algumas distorções que foram expostas nesta Confraternização com tal ênfase pelo interlocutor que um companheiro não atento aos desmandos ilegais e irregulares de nossos organismos de representação classista, Sindicato e Cooperativa, poderia ser envolvido por tal emoção cênica e se afastar de uma realidade político-administrativa caótica.

O primeiro ponto a ser questionado é a afirmação que foi exposta pelo interlocutor “Todo mundo quer o SAPERJ agora.”, colocar-se no centro do mundo, realmente, é uma patologia dos megalômanos. Uma exposição como esta denota uma administração eficiente, eficaz e efetiva, mas o que verificamos em nosso dia a dia é, justamente, o contrário. Um exemplo desse caos administrativo é a nossa sede, um patrimônio do Sindicato que essa gestão ‘torrou’, pois AGORA eles trocaram o que era nosso para pagarmos algo que é de outro e, ainda, ter uma agregada, a Cooperativa. Então, só tem interesse de entrar no SAPERJ, hoje, aqueles que estão imbuídos de realizar um trabalho de RECUPERAÇÃO de nossa DIGNIDADE e de nosso PATRIMÔNIO.

A segunda resposta será desenvolvida sobre a exposição dos benefícios da entidade tão efusivamente declamados pelo interlocutor: Assistência Jurídica e Preparação Física. Ambas as atividades não originais dessa gestão e concordamos que para uma entidade que arrecada R$300.000,00 por ano em taxas e em recadastramento, são muito poucos esses benefícios. Portanto, só tem interesse de entrar no SAPERJ, hoje, aqueles com EXPERIÊNCIA SINDICAL para RESGATAR a máxima “Mens sana in corpore sano”.

O último item dessa carta, mas não o menos importante, o problema com o INSS. O interlocutor colocou aos participantes da confraternização que estava sanada a pendenga jurídica. Os fatos sobre essa aventura burlesca do interlocutor, de seus seguidores e dos que pretendem continuar a criação de factoides para enganar os árbitros de nosso estado mostra que a solução do problema está longe, pois a dívida foi parcelada em 60 meses e duas dessas parcelas foram atrasadas, tendo recorrido à FERJ e que, prontamente, emprestou o dinheiro para quitar o débito. Valor que terá de ser ressarcido pelos árbitros que já tiveram os descontos ao INSS realizados em seus recibos em anos anteriores que não foram repassados ao órgão federal. Por conseguinte, só tem interesse de entrar no SAPERJ, hoje, aqueles com RESPONSABILIDADE e com CREDIBILIDADE perante os árbitros fluminenses para RESOLVER as ações irresponsáveis tomadas em nosso nome, mas que não foram em nenhum momento autorizadas por nós em uma ASSEMBLEIA dos organismos representativos, SAPERJ e COOPAFERJ.

Nas próximas cartas, traremos outros pontos de vista equivocados, expostos na confraternização, além de nossas propostas para resolver as disfunções administrativas que norteiam as tomadas de decisão do atual SAPERJ. Também, explicitaremos os nossos currículos e nossas experiências sindicais.

Desejamos um 2018 de Respeito, de Prosperidade, de Paz e de Renovação Sindical".

Abraço fraterno a todos.