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CBF veta entrada de árbitros acima dos 30 anos no quadro nacional

Visando o mundial de 2014, a CBF implantará neste ano mais uma etapa do processo de renovação da arbitragem brasileira
29/01/2010 - Os veteranos são bem-vindos nos times do País, mas na arbitragem as portas se fecharam. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) instituiu que somente profissionais com até 30 anos - antes era até 35 - podem ingressar ou reingressar no quadro nacional de árbitros para apitar jogos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. As federações têm até hoje para enviar a relação de juízes.

A medida gerou polêmica e revolta. "Ela só vai prejudicar a carreira dos árbitros. Não faz sentido. Vários auxiliares e juízes já querem abandonar a carreira, já que quem tiver mais de 30 anos e não fizer parte do quadro nacional só pode apitar jogos dos estaduais, que

duram apenas três meses", declarou o presidente da Federação Pernambucana, Carlos Alberto de Oliveira.

A CBF distribuiu, em dezembro, circular com as novas diretrizes para entrar no quadro nacional. Segundo o documento, obtido pela Agência Estado, os árbitros devem ter, no mínimo, 21 anos completos e, para ingresso ou reingresso, 30 anos, no máximo. Precisa ter sido aprovado nos testes físicos e na avaliação teórica elaborada pela comissão de arbitragem da CBF, e atuado em partidas da primeira divisão nos últimos dois anos.

A resolução não afeta o árbitro com mais de 30 anos que já faça parte do grupo. “Mas, se ele não passar no teste físico, será cortado do quadro nacional e pode ter de encerrar a carreira”, argumentou o presidente da Comissão de Arbitragem da Federação do Rio, Jorge Rabello. “A ruptura de cinco anos (de 35 para 30 anos) é um desastre. Em países da Europa, os árbitros começam até com 16 anos”, afirmou.

Na visão do ex-árbitro Antônio Pereira da Silva, presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Goiana, a faixa entre 28 e 33 anos é o momento da afirmação profissional. “Isso vai matar muitos valores”, avisa. Já o presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista, coronel Marcos Marinho, afirmou que a medida vai afetar pouco os árbitros de São Paulo. Dos 16 que serão indicados, apenas dois estão ingressando. E até concorda com a determinação. “No futebol moderno, o grau de exigência é muito grande. O árbitro precisa acompanhar todos os lances em cima. Então, a idade pesa”, explicou Marinho.

O ex-árbitro paranaense Valdir Bicudo escreveu o seguinte sobre o assunto na sua coluna no jornal Paraná on-line:

A determinação da entidade que controla o futebol brasileiro, embora tenha gerado inúmeras críticas e descontentamentos, na minha opinião está em sintonia com a pós-modernidade. Há muito tempo o futebol deixou de ser uma paixão e o ludismo não mais existe. Tornou-se um esporte profissional, envolvendo altas cifras, e há grandes investimentos de maneira diversificada.

Gera, nas pessoas que realizam estes investimentos, enorme expectativa de retorno. Isso significa que no universo do futebol não há mais espaço para curiosos, aventureiros, amadores. E do árbitro, o principal personagem desse espetáculo, já que a ele e a mais ninguém, desde 1894, é facultado o direito de interpretar e aplicar as Regras do Jogo do esporte mais popular do planeta. É exigido jovialidade, atenção, despreendimento, coragem, profissionalismo no que diz respeito à sua conduta dentro e fora do campo.

Além disso, deve ser exímio conhecedor das Regras do Jogo, deve atuar bem, ter um ótimo condicionamento físico, técnico, disciplinar dentro das quatro linhas, e fora delas, possuir conduta ética, moral e educação impecável perante os atletas, os colegas de profissão, dirigentes, torcedores e a imprensa.

Diante do exposto, a linha de ação adotada pelo presidente da Comissão Nacional de Árbitros da CBF, Sérgio Corrêa da Silva, condicionando a idade mínima de 21 e a máxima de 30 anos e formação superior no processo pré-seletivo aos árbitros e assistentes que desejam atuar nas competições da entidade é corretíssima e está vinculada ao processo de modernização do futebol brasileiro, que tem como escopo o aperfeiçoamento técnico e cultural dos profissionais do apito com vistas à Copa de 2014, que será no Brasil.

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