duram apenas três meses", declarou o presidente da Federação
Pernambucana, Carlos Alberto de Oliveira.A CBF distribuiu, em dezembro,
circular com as novas diretrizes para entrar no quadro nacional. Segundo o
documento, obtido pela Agência Estado, os árbitros devem ter, no mínimo, 21 anos
completos e, para ingresso ou reingresso, 30 anos, no máximo. Precisa ter sido
aprovado nos testes físicos e na avaliação teórica elaborada pela comissão de
arbitragem da CBF, e atuado em partidas da primeira divisão nos últimos dois
anos.
A resolução não afeta o árbitro com mais de 30 anos que já faça parte do
grupo. “Mas, se ele não passar no teste físico, será cortado do quadro nacional
e pode ter de encerrar a carreira”, argumentou o presidente da Comissão de
Arbitragem da Federação do Rio, Jorge Rabello. “A ruptura de cinco anos (de 35
para 30 anos) é um desastre. Em países da Europa, os árbitros começam até com 16
anos”, afirmou.
Na visão do ex-árbitro Antônio Pereira da Silva, presidente da Comissão de
Arbitragem da Federação Goiana, a faixa entre 28 e 33 anos é o momento da
afirmação profissional. “Isso vai matar muitos valores”, avisa. Já o presidente
da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista, coronel Marcos Marinho, afirmou
que a medida vai afetar pouco os árbitros de São Paulo. Dos 16 que serão
indicados, apenas dois estão ingressando. E até concorda com a determinação. “No
futebol moderno, o grau de exigência é muito grande. O árbitro precisa
acompanhar todos os lances em cima. Então, a idade pesa”, explicou Marinho.
O ex-árbitro paranaense Valdir Bicudo escreveu o
seguinte sobre o assunto na sua coluna no jornal Paraná on-line:
A determinação da entidade que controla o futebol
brasileiro, embora tenha gerado inúmeras críticas e descontentamentos, na minha
opinião está em sintonia com a pós-modernidade. Há muito tempo o futebol deixou
de ser uma paixão e o ludismo não mais existe. Tornou-se um esporte
profissional, envolvendo altas cifras, e há grandes investimentos de maneira
diversificada.
Gera, nas pessoas que realizam estes
investimentos, enorme expectativa de retorno. Isso significa que no universo do
futebol não há mais espaço para curiosos, aventureiros, amadores. E do árbitro,
o principal personagem desse espetáculo, já que a ele e a mais ninguém, desde
1894, é facultado o direito de interpretar e aplicar as Regras do Jogo do
esporte mais popular do planeta. É exigido jovialidade, atenção, despreendimento,
coragem, profissionalismo no que diz respeito à sua conduta dentro e fora do
campo.
Além disso, deve ser exímio
conhecedor das Regras do Jogo, deve atuar bem, ter um ótimo condicionamento
físico, técnico, disciplinar dentro das quatro linhas, e fora delas, possuir
conduta ética, moral e educação impecável perante os atletas, os colegas de
profissão, dirigentes, torcedores e a imprensa.
Diante do exposto, a linha de ação adotada pelo
presidente da Comissão Nacional de Árbitros da CBF, Sérgio Corrêa da Silva,
condicionando a idade mínima de 21 e a máxima de 30 anos e formação superior no
processo pré-seletivo aos árbitros e assistentes que desejam atuar nas
competições da entidade é corretíssima e está vinculada ao processo de
modernização do futebol brasileiro, que tem como escopo o aperfeiçoamento
técnico e cultural dos profissionais do apito com vistas à Copa de 2014, que
será no Brasil.