Aos
40 anos, a assistente Cleidy Mary Ribeiro é a mais experiente entre as
mulheres da FCF e a mais antiga na Fifa, entre homens e mulheres, com
16 anos no quadro de arbitragem. Ela já participou de 13 competições
internacionais, sendo sete mundiais, uma olimpíada e quatro
sul-americanos. Apesar de nunca ter praticado o esporte, Cleidy é
apaixonada pelo futebol desde criança. Ia ao estádio com os pais.
– O futebol meu deu a oportunidade de conhecer lugares onde nunca
pensei em ir. Foram 48 cidades do mundo todo – conta a
assistente.
Para chegar ao quadro da Fifa, Cleidy trabalha com muita dedicação,
seriedade e compromisso. Ela treina todos os dias na UFSC. Mesmo sendo
tão experiente, a árbitro-assistente ainda tem um sonho.
– Tenho o desejo de trabalhar como assistente num clássico
profissional – revela a bancária.
Neuza não descuida da beleza
A professora de educação física Neuza Inês Back, 26 anos, fez um
sacrifício para seguir a carreira de árbitro-assistente. Moradora de
Maravilha, Extremo-Oeste, ela percorreu 1,2 mil quilômetros (ida e
volta) todos os finais semana, durante seis meses, para terminar o
curso de arbitragem em Itajaí. A recompensa é que ela também faz parte
do quadro masculino da CBF. Assim como toda mulher, Neuza não descuida
da aparência na hora de entrar em campo. O estojo de maquiagem sempre
fica ao lado da chuteira e dos outros acessórios da assistente.
Trocou o tênis pelo futebol
Até os 16 anos, a dentista Nadine Schramm Câmara Bastos pensou que
o esporte da sua vida seria o tênis. Só que nesta época a jovem já
frequentava os estádios de futebol. Um pouco mais tarde, Nadine
recebeu o convite da amiga Maíra Labes para fazer o curso de
arbitragem e nunca mais parou.
Hoje com 27 anos, ela é uma das poucas mulheres da FCF que pertencem
ao quadro masculino da CBF. Isso quer dizer que Nadine pode trabalhar
em qualquer competição masculina promovida pela entidade.
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Cleidy Mary Ribeiro |
Loiziane
Schappo |
Maíra Labes |
Nadine
S. Câmara Bastos |
Neuza Inês Back |
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– Não fico muito preocupada com a pressão dos atletas e da torcida,
porque quando estou jogando eu sei que sou pior do que eles – brinca a
dentista.
Nervosismo foi embora
Sobrinha do presidente da FCF, Delfim Pádua Peixoto Filho, a
árbitro-assistente Maíra Americano Labes, 22 anos, começou cedo na
arbitragem. Como a família tem grandes laços com o futebol, a personal
trainer fez o curso ao completar 18 anos.
– Sempre gostei da arbitragem e foi uma maneira de trabalhar na minha
área. É um trabalho paralelo que ajuda muito financeiramente – afirma.
No início da carreira, Maíra chegou a balançar com a pressão. O frio
batia na barriga, a adrenalina aumentava e chegava o nervosismo. Hoje,
quatro anos mais tarde, ela sente a diferença.
– Com o tempo o nervosismo passa. Agora, estou bem mais concentrada no
jogo e nem presto atenção na torcida – conta a loira de olhos azuis.
Namorando o árbitro-assistente Helton Nunes, ela tem o sonho de chegar
ao quadro da Fifa. Ela treina todos os dias para completar o teste
físico.
Hora de Santa Catarina- Foto: Caio Marcelo/Raquel
Heidrich/Sirliane Freitas