presidente da Conaf, Sérgio Corrêa, não foi encontrado para
explicar a diferença de tratamento.Por recomendação da CBF, árbitros e
assistentes não quiseram dar entrevistas. Porém, segundo apurou a reportagem, a
punição não foi bem recebida por parte dos afastados. A queixa é comum: não
entendem o porquê de outros membros do quadro não terem sido punidos até então.
- Está chegando a reta final do Brasileirão e ele (Sérgio Corrêa) está
preocupado em aprimorar, qualificar e capacitar - explicou Francisco Domingos da
Silva, diretor da Comissão Estadual de Arbitragem de Pernambuco (CEAF-PE).
À moda da casa
Afastados por 20 dias, os membros do quadro arbitral punidos são obrigados a
passarem por treinamentos específicos. Contudo, a reciclagem é feita de
distintas formas nas comissões de arbitragem estaduais.
A CBF capacita instrutores para formação e aprimoramento local dos árbitros,
seguindo determinados padrões. No entanto, cada federação tem autonomia para
aplicar os procedimentos à sua maneira.
No caso da reciclagem, a CBF envia às comissões um documento com as falhas
dos árbitros sancionados. O processo de correção é definido localmente com base
no ofício, o leva a distorções. Mesmo em casos parecidos, a programação vai
desde palestras a 20 dias de intenso trabalho.
Terminada a reciclagem, as comissões devem preparar relatório para a CBF. Se
aprovado, o árbitro pode voltar a ser escalado. Depende apenas da Conaf.
Confira bate-bola com Hércules Martins (foto), presidente da CEAF-AL:
LANCENET!: Em 20 dias, é possível corrigir um aspecto deficiente de
um árbitro?
HÉRCULES MARTINS: Não iremos nunca corrigir os erros da arbitragem.
Eles continuarão acontecendo. Cada jogo é uma situação. Nesses 20 anos, o que
podemos é mostrar a interpretação equivocada que o árbitro tem em determinado
lance. Não vamos corrigir o erro que já passou. Vamos corrigir a interpretação
dele para que possa ter um índice maior de acertos.
LNET!: Muitos outros erros graves aconteceram antes desses e nada
aconteceu. O que você acha desta decisão da CBF?
Muitas vezes, há erros que detectamos e a imprensa não percebe. Chamamos o
árbitro e mostramos o erro, sem afastá-lo. Mas há erros estampados para todos. É
como a Justiça comum, que, quando provocada, tem de responder. Se não tivesse
essa celeuma, reclamações e se não fosse jogo da TV aberta, talvez não houvesse
afastamento.