Ministério Publico - mesmo que este árbitro seja um “satanás” com o
perdão da palavra.
Durante a reunião, alguns árbitros fizeram uso da palavra, todos
eles pedindo melhorias para a arbitragem, como melhores condições de
trabalho, melhores taxas e reclamaram de algumas que foram pagas com
atrasos.
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O árbitro Clizaldo Luiz
Maroja Di Pace França (foto ao lado) teria
reclamado que as taxas do
campeonato, em torno de 500,00 reais, eram baixas, que
os árbitros seriam obrigados a trabalharem de graça no
campeonato amador do estado e que o sindicato tinha que
ser mais operante. Como podemos observar, reclamações
normais e justas que visam única e exclusivamente o bem
da categoria.
Mas como na Paraíba em se tratando de arbitragem tudo é
motivo para ameaças e perseguições, as reivindicações do
arbitro teria sido o suficiente para a suposta revolta
da presidenta da Federação Paraibana de Futebol,
Rosilene de Araújo Gomes, que teria dito que afastaria o
apitador do quadro nacional. Alias, ameaça que todos os
dirigentes das federações do país costumam fazer quando
querem o silencio dos seus árbitros. |
A reação da presidenta se deu após esta ouvir a gravação da reunião
que segundo informações teria sido gravada de forma clandestina pelo
assistente Oberto Santos que estava na reunião e supostamente
entregue a Rosilene pelo árbitro João Bosco Sátiro da Nóbrega, filho
de um falecido ex tesoureiro da FPF.
Ao tomar conhecimento das declarações de Clizaldo, a
presidente da Federação, demonstrando irritação com o
conteúdo da gravação e com a presença do ex dirigente da
ANAF em "seu território", teria decretado o fim da carreira do
árbitro. A dirigente teria supostamente ligado para
todos os demais árbitros que pertencem ao quadro
nacional – um por vez – para dar a noticia em tom de
ameaças para que os mesmos não criassem problemas e
questionassem o seu comando.
Se confirmado o afastamento do árbitro, a atitude
ditatorial da dirigente é uma forma de tirania onde
tenta reprimir com proibições e ameaças a livre
participação, manifestação e reivindicações dos
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Oberto Santos e
João Bosco Sátiro |
árbitros paraibanos. |
Estamos em pleno século 21 onde não se admite mais
decisões equivalentes aos praticados por senhores feudais no século
XV*.
Vale informar que Salmo Valentim visitou todos os estados do
Nordeste e que nenhum deles teve comportamento semelhante aos
da Paraíba. Por onde passou, o dirigente da arbitragem foi
bem recebido e respeitado pelos dirigentes e referenciado pelos árbitros como
grande líder que busca a unidade e a melhoria para a arbitragem em
geral.
Outras denuncias
A Paraíba é o estado brasileiro mais problemático em se tratando de
arbitragem, ao todo
seis
árbitros e oito assistentes pertencem
ao quadro nacional. Denuncias e suspeitas de varias irregularidades
fazem parte do dia a dia do apito há vários anos, entre eles que
alguns árbitros estariam sem atuar por supostamente estarem com
problemas de documentos na corregedoria da CBF. Também há relatos de
vendas de resultados, venda de escalas e que os testes físicos
seriam de fachada onde mesmo o árbitro sendo reprovado continua
apitando normalmente. Alguns deles beirando os 50 anos de idade
tornando humanamente quase que impossível a aprovação destes nos
testes físicos dentro dos padrões exigidos pela CBF.
As denuncias vem de longa data sem que nenhuma atitude mais séria e
capaz de solucionar os problemas tenha sido tomada pelo atual chefe
do apito local Miguel Felix de "bons serviços prestados" no passado
da arbitragem paraibana e que seria uma espécie de marionete nas
mãos pesadas e sem dó da presidente Rosilene.
Recebendo ameaças desde 2006, em 2008
o
presidente do Sindicato dos Árbitros da Paraíba (Sinafep), Genildo
Januário, afirmou ter sido ameaçado de morte. O motivo seria a
denúncia que fez de árbitros que ganhariam dinheiro nos bastidores
para manipular os resultados das partidas (Leia).
Tempo depois, em 2010, Aldeone Abrantes, presidente do Souza, fez
serias acusações em um programa ao vivo da TV Litoral, entre elas
que árbitros ligavam para ele oferecendo vantagens em partidas que
seu clube disputaria e ameaçavam caso o clube não aceitasse.
Veja o vídeo abaixo.
Em 2011, o vereador de João Pessoa, Zezinho do Botafogo (PSB), se
mostrou indignado com a polêmica na arbitragem após uma partida do
seu clube contra o Treze e fez uma grave denúncia, segundo ele,
árbitros da Paraíba estariam sendo comprados para manipular
resultados.
Veja o vídeo
com os lances da partida abaixo.
Mensalinho
Recentemente a Revista Veja denunciou um esquema da CBF denominada
de Mensalinho onde os dirigentes tem se valido de “mesadas” e
“mimos” a presidentes de federações para engrossar a bancada da
situação nas eleições que acontecerão em abril de 2014. Para
conseguir tal apoio, a dupla Marin/Del Nero aumentou
consideravelmente a “mesada” destinada às federações. Com Teixeira,
os valores chegaram ao máximo de R$ 30 mil mensais. Com a nova
presidência, segundo a Veja,
os valores aumentaram para R$ 50 mil, mas nos últimos três meses o
repasse chegou à R$ 100 mil.
Segundo matéria publicada no Blog do Paulinho, a
Federação Paraibana de Futebol teria recebido 50 mil em agosto de
2006 (veja matéria).
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Rosilene Gomes ocupa a presidência da FPF desde 1989.
Seis reeleições e muitas controvérsias |
Os
presidentes de federações também têm sido agraciados com outros
“mimos”. Todos foram convidados para acompanhar a Seleção
Brasileira, nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, e também poderão
viajar à paradisíaca Costa do Sauípe, na Bahia, com direito a
acompanhante. Tudo para acompanhar o sorteio dos grupos da Copa do
Mundo.
Segundo apurado, Rosilene esteve em
Londres durante os
jogos olímpicos
com a tarefa de só torcer pela seleção brasileira. Ela e mais 11
presidentes de federações estaduais viajaram para a capital inglesa
com todos os custos bancados pela CBF.
Os dirigentes foram:
Coronel Nunes (Pará), Roberto Góes (Amapá), Dissica Tomaz
(Amazonas), André Luis Pitta (Goiás), Carlos Orione (Mato Grosso),
Francisco C. De Oliveira (Mato Grosso do Sul), Heitor Costa
(Rondônia), Rosilene de Araújo Gomes (Paraíba), Evandro Barros
Carvalho (Pernambuco) e Rubens Lopes da Costa Filho (Rio de
Janeiro).
Leia matéria publicada na época
sobre o assunto. Clique
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