A final do Campeonato Paulista de 2015 parece
ainda não ter terminado para o ex-árbitro Guilherme Ceretta de Lima
e para o atacante Dudu, do Palmeiras. Em decisão em primeira
instância, a juíza Graziela Gomes dos Santos Biazzim, da 2ª Vara
Cível de Votorantim, deu parecer favorável ao ex-árbitro em ação
movida contra o jogador por danos morais, após um empurrão sofrido
por Ceretta na partida decisiva contra o Santos, na Vila Belmiro. O
atacante terá que pagar R$ 25 mil, além de arcar com os custos de
todo o processo. Ainda cabe recurso para o jogador do Palmeiras.
Na decisão, a juíza afirmou: "A agressão
física, como também os xingamentos, não foram genéricos ou
corriqueiros, como quer fazer crer a parte contrária. Ao contrário,
foram dirigidos diretamente ao autor, enquanto árbitro da partida,
sendo que, posteriormente, tais fatos acabaram sendo divulgados pela
mídia social; o que, de certa forma, veio a agravar a situação
ocorrida, tornando-se mundialmente conhecidas as ofensas praticadas
pelo réu. Com sua conduta, o réu não só deixou de respeitar a ética
e as regras do futebol - tanto é que foi punido pela Justiça
Desportiva -, bem como veio a ofender a imagem e a honra do
requerente, que apenas fazia cumprir as regras do jogo em questão,
ultrapassando, assim, o grau de mero desentendimento, este, de certa
forma, comum em partidas de futebol, onde os ânimos se exaltam pela
própria dinâmica da disputa. Mas os excessos não podem ser
admitidos.
Ponderando-se todos os fatores
explicitados, conclui-se que a quantia de R$ 25.000,00 (vinte e
cinco mil reais) mostra-se razoável para atender o binômio
reparação-reprimenda."
Trecho do processo movido pelo ex-árbitro
Guilherme Ceretta de Lima contra o atacante Dudu.
A decisão é em primeira instância e cabe recurso ao jogador do
Palmeiras. Nenhum dos dois envolvidos estiveram presentes em ação
conciliatória, realizada no início de maio.
Entenda
o caso
A confusão entre os dois começou quando Dudu
empurrou o árbitro pelas costas, após ter sido expulso em lance com
Geuvânio, do Santos, em partida válida pela segunda final do
Paulistão. Na ocasião, o atacante do Palmeiras acabou punido pelo
Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol com
180 dias de suspensão por agressão.
Meses depois, porém, o Palmeiras conseguiu
reduzir a punição do atacante para seis jogos, o que causou revolta
em Ceretta. Depois do episódio, o árbitro entrou com a ação na
Justiça Comum.
Pouco utilizado na última
temporada – após a final do Paulistão, ele apitou apenas uma partida
no Campeonato Brasileiro –, Guilherme Ceretta de Lima deixou o
quadro da CBF ao não participar de testes periódicos. No fim do ano,
anunciou que não apitaria mais no Brasil e partiu rumo aos Estados
Unidos para trabalhar como treinador de uma escolinha de futebol,
não descartando investir na carreira de árbitro no país.
Fonte: Globo.com
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