Os ex-comandantes gerais da Polícia
Militar Ubiratan Ângelo e Mário Sérgio Duarte, além do coronel
Fernando Belo da Associação de Oficiais visitaram Beltrami, acusado de
corrupção e tráfico de drogas.Os
ex-oficiais protestaram e alegaram que as gravações apresentadas pela
Polícia Civil não são suficientes para incriminar Beltrami, que era
comandante do 7º BPM (São Gonçalo).
"Nunca foi uma pessoa de ostentar luxo.
Nunca foi uma pessoa que nós tivéssemos qualquer ruído ou suspeita
sobre a sua conduta", argumentou o coronel Ubiratan Ângelo.
"Nós ficamos bastante indignados com
essa prisão. Não havia motivo algum para que o coronel fosse preso.
Minha vinda aqui é para prestar solidariedade e dizer que acredito na
inocência do coronel Beltrami", comentou o ex-comandante-geral Mário
Sérgio Duarte.
"Se tem prova, que apresente. Se não
tem, que venha com toda dignidade dizer - errei. O erro é crasso. O
erro é doloso sobretudo", falou o coronel Belo, da Associação de
Oficiais da PM.
As reações do tenente-coronel Djalma
Beltrami no dia de sua prisão
— Cara... Eu não vou agüentar...
— Calma, comandante. Vai dar tudo
certo.
O desabafo foi feito pelo
tenente-coronel Djalma Beltrami a um policial militar que o
acompanhava durante o depoimento prestado ontem de manhã, na Delegacia
de Homicídios (DH) de Niterói. Beltrami viu o seu mundo virar de
cabeça para baixo às 8h25m, quando chegou no portão do 7 BPM
(Alcântara), sentado no carona de um Gol prata.
Quando desceu da viatura
descaracterizada, Beltrami, que vestia uma camisa listrada e calças
jeans, estranhou. No batalhão, estavam cinco viaturas da Corregedoria
Geral Unificada (CGU) e o coronel Waldyr Soares Filho, corregedor
interno da PM, à sua espera.
— O coronel vai colocar a farda,
conversar com o corregedor, para saber o que está acontecendo. Depois,
ele fala com vocês.
O recado, dado no portão do batalhão à
imprensa, não pôde ser cumprido pelo comandante. Depois de 40 minutos
de conversa com o corregedor, Beltrami apareceu pela segunda vez no
pátio do quartel.
|
Parecia
atordoado. Gesticulando a todo instante, conversava com o
corregedor e com outros policiais que estavam ali. Caminhava de
um lado para o outro. Até que parou em frente a uma viatura
preta descaracterizada, com vidros filmados (foto ao lado).
Apoiou os cotovelos em cima do capô, baixou a cabeça e fechou os
olhos. Aguardou a entrada do corregedor, no carona, falou algo
para os policiais que estavam ali e embarcou, no banco traseiro.
A pistola ponto 40, dois celulares e o computador que ficava na
sala do comandante foram apreendidos.
De lá, Beltrami foi conduzido até a
DH de Niterói, num comboio formado por cinco carros da CGU. Às
10h, subiu as escadas e caminhou até a sala do delegado Alan
Luxardo.
— Aqui é o delegado? Fecha a
porta aí — disse. |
Era o começo de um depoimento que durou
uma hora e meia. Na saída, Beltrami estava visivelmente abatido. A
todo instante, espiava a presença de fotógrafos e cinegrafistas, pela
porta, para evitar registros da sua imagem. Em pouco lembrava o
tenente-coronel que ficou conhecido pelo estilo enérgico nos batalhões
e nos gramados, onde atuou como juiz de futebol.
Com a voz enfraquecida e rouca, mostrou
preocupação com amigos e familiares. Principalmente, com a mãe.
— Até eu provar que sou inocente, a
minha imagem vai continuar prejudicada. A minha mãe não vai segurar a
onda — desabafou.
Manifestações de apoio a Djalma
Beltrami
Associação de Oficiais Militares
divulgou nota de apoio ao tenente-coronel Djalma Beltrami
A Associação de Oficiais Militares
Estaduais do Rio de Janeiro (AME Rio) divulgou, na tarde desta
terça-feira, nota de apoio ao tenente-coronel Djalma Beltrami, preso
pela Delegacia de Homicídios de Niterói, na segunda, acusado de
envolvimento com traficantes de São Gonçalo. Eis a íntegra da nota:
“A prisão do coronel Djalma Beltrami,
comandante do 7º Batalhão da Polícia Militar, em São Gonçalo, na
segunda-feira, dia 19 de dezembro, trata-se de um erro doloso com o
claro objetivo de atingir os oficiais da Polícia Militar do Estado. É
neste sentido que a Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Rio
de Janeiro (AME-Rio) vem prestar publicamente solidariedade ao coronel
Beltrami e, ao mesmo tempo, repudiar a ação do delegado Alan Luxardo,
da Delegacia de Homicídios de Niterói, que efetuou a prisão do
comandante do 7º BPM.
Para nós, da AME, a ação se deu de
forma atabalhoada, caracterizando-se pela falta de profissionalismo.
Não houve a devida apuração e a repercussão da prisão arbitrária do
coronel Beltrami lhe trouxe danos morais irreparáveis. O presidente da
Associação dos Militares Estaduais, coronel Fernando Belo, esteve, na
manhã desta terça-feira, dia 20 de dezembro, com o coronel Beltrami,
preso no quartel-general da corporação, encontrando-o visivelmente
abatido, devido à injustiça de que é vítima.
O coronel Djalma Beltrami, há três
meses, foi deslocado do comando do 14º Batalhão da Polícia Militar
para o 7º BPM justamente para garantir a moralidade institucional
àquela unidade militar. A sua prisão, para a AME-Rio, é uma
indignidade, atingindo não só uma pessoa honrada como, por extensão,
agride também os oficiais da Polícia Militar do Estado.
A AME-Rio colocou o seu departamento
jurídico à disposição do coronel Djalma Beltrami”.
Mensagens de apoio dos colega de
apito e de farda
Hoje a nossa PM do
RJ deu uma grande demonstração de dignidade. Estivemos ontem e
hoje “dando uma força” ao Cel Beltrami.
Estiveram hoje no QG/PM em apoio ao Cel Beltrami os ex-Cmt
Gerais, os Coronéis: Ubiratan Ângelo (M\I\) e Mário Sérgio.
Muito obrigado e parabéns.
Compareceu também o nosso Ir\ M\I\ Cel PM Fernando Belo,
Presidente da Associação dos Militares Estaduais. Muito obrigado
e parabéns
Após essa grande arbitrariedade, ou seja, abuso mesmo e
indignidade, tudo constatado, contra um Comandante que estava a
apenas 3 meses a frente do comando do 7º BPM, feita por um
Delegado da Polícia Civil do RJ, o atual Comandante Geral da
PM/RJ Cel PM Costa Filho (Ven\M\) foi pessoalmente com o
advogado ao Tribunal de Justiça, com o pedido de “Habeas
Corpus”, |
|
Muito
obrigado e parabéns por sua atitude, digna de exemplo a todas as
PMs e a Maçonaria. |
Atenciosamente
ERALDO Almeida Rodrigues\ Cel PM
OPERAÇÕES ESPECIAIS
CAVEIRA nº 34 do BOPE
Obs. Nota encaminhada
por Aristeu Leonardo Tavares (foto acima)
Nota
É com muita indignação que
recebi a notícia da prisão do nosso Cel Beltrami. Prisão efetuada com
"provas" frágeis e pobres, sem nenhum critério ético e humano. Hoje a
capa de um dos principais jornais do RJ era assim: "Onde estão as
provas?"
|
Todos os amigos e
companheiros estão perplexos com tamanha injustiça e falta de
zelo pelo ser humano, pelo pai de família e pelo profissional
que sempre esteve disposto a ajudar e orientar seus pares e
subordinados e que sempre viveu uma vida íntegra e honesta,
testemunhando com sua conduta correta e carreira irrepreensível.
Se um Coronel da PM passa por isso, que dirá um cidadão comum.
Infelizmente o mundo é mau e hoje tive vergonha de ser gente, a
injustiça me enoja.
Conheço o Cel
Beltrami a cerca de vinte anos e sua vida é exemplo para todos
nós. A justiça prevalecerá e nosso amigo, Djalma Beltrami vai
sair dessa, de maneira honrada e altiva, e os difamadores serão
responsabilizados exemplarmente. |
Hoje a Associação dos
Oficiais da PMERJ divulgou nota em apoio ao Cel Beltrami e o
Comandante Geral da PM foi até ao Tribunal de Justiça, junto com o
advogado entregar o pedido de Habeas Corpus ao Juiz, em apoio
explícito ao Digno Coronel Djalma Beltrami.
O mundo é mau, mas Deus é
maior. Força Coronel Beltrami, seus amigos confiam em você!
- O que me preocupa não é
o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons! (Martin L King)
Deus abençoe!
Marcelo de Lima Henrique
- FIFA-RJ
Obs. Nota encaminhada
por Marcelo de Lima Henrique (foto acima)