Árbitro da Final do Paulistão é funcionário de Escolinha Oficial do São Paulo FC

Guilherme Ceretta de Lima atua como professor de regras na Athlon Esportes Eventos em Sorocaba

24/05/2013 - Parece que a Federação Paulista de Futebol e sua comissão de arbitragem não aprenderam a lição com o episodio Rodrigo Braghetto. Desta vez, segundo matéria publicada em um blog (Veja), o árbitro que também estaria desrespeitando o artigo 15 do RGA - Regulamento Geral da Arbitragem, é simplesmente Guilherme Ceretta de Lima, o árbitro que substituiu Rodrigo Braghetto na final do campeonato paulista disputada entre Santos e Corinthians no ultimo final de semana (19) por este ter uma empresa que presta serviços ao Corinthians.

Segundo a matéria publicada no ultimo domingo, 19 de maio – dia da final –  Ceretta mantém vinculo através de terceiros com o São Paulo FC. Uma situação que, embora seja legal, evidentemente fere, além de princípios éticos, também o regulamento geral da arbitragem da FPF.

A matéria cita ainda que  Guilherme Ceretta de Lima, nasceu em Sorocaba onde é professor de regras do jogo da Escolinha de Futebol do São Paulo, com chancela de “oficial” de propriedade da Athlon  Esportes Eventos em nome de João Paulo Cavalcanti, que antes se chamava Calotta Esporte e Eventos Ltda (documentos abaixo), em homenagem a seu proprietário, Carlos Alberto “Calotta”.

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Veja abaixo print screen do link com os professores da escolinha.  Clique aqui e acesse o site.

A matéria reforça que o vínculo do árbitro com o clube é por intermédio de uma empresa terceirizada que tem contrato com o São Paulo FC.

O blogueiro esclarece que a empresa e o diretor estariam com os bens bloqueados pela Receita Federal em ação de cobrança envolvendo um alto valor de R$ 15 milhões.

Pelo apurado, a denuncia não é tão grave como a verificada no caso Braghetto que é proprietário da empresa que mantém relação comercial com o Corinthians, mas serve de alerta e como indicação que há outros episódios semelhantes ocorrendo às barbas da FPF, sem nenhuma indicação de coibição por parte de quem quer que seja.

Entenda o caso

No inicio de fevereiro de 2012, A radio Jovem Pan de São Paulo revelou em reportagem que a empresa do árbitro paulista Rodrigo Braghetto (foto), a “Apto Esportes Assessoria e Eventos”, prestava serviços para o Sport Club  Corinthians Paulista (ouça  abaixo).

 

Na oportunidade, Braghetto conversou com o repórter Daniel Lian (ouça), negando que estava ferimento a ética, que houvesse um conflito de interesses e que tal fato iria influenciar em futuras arbitragens em jogos do clube do Parque São Jorge:

"Eu não vejo nenhum problema, sou um árbitro profissional, mais profissional do que muitos árbitros que atua no futebol há anos, não existe possibilidade alguma de que isso venha a influenciar no meu trabalho (...) é uma denúncia infundada de um concorrente meu que está perdendo espaço no mercado", afirmou Braghetto.

Braghetto ainda disse que comunicaria o fato ao chefe dele na arbitragem, Marcos Marinhos e ameaçou parar de apitar já naquela oportunidade:

"Se a Federação pedir que eu opte entre apitar futebol e trabalhar com minha empresa, então serei mais um arbitro aposentado no futebol brasileiro. Frisou o árbitro.

Quando a reportagem foi publicada, o Apitonacional reproduziu a matéria na integra e a mantém publicada até hoje (leia). Portanto é um fato de conhecimento de todos, desde o mais simples colaborador, até o presidente da FPF Marco Polo Del Nero. Isso não pode ser negado pelos dirigentes. Mesmo assim, nenhuma atitude foi tomada nem pela FPF e nem pelo árbitro que sabia estar em desacordo com o artigo 15 de regulamento geral da arbitragem da Federação Paulista é claro:

Art. 15 “a condição de árbitro é incompatível com o exercício de qualquer cargo executivo em  órgãos ou entidades ligadas à FPF ou a qualquer clube de futebol”.

Braghetto que não respeitava o regulamento, encerrou a carreira após ser retirado da final pela FPF

Após a denuncia da Jovem Pan e do Apitonacional a FPF não deu qualquer importância apostando no esquecimento e deixando a poeira abaixar empurrando com a barriga um problema que poderia ser uma bomba relógio, explodindo como explodiu em um momento importante de um campeonato. A “Apto Esportes Assessoria e Eventos”, segundo informações prestadas pelo próprio Braghetto, só aumentou sua clientela desde a denuncia e hoje presta serviços também para o São Paulo e para o Santos.

As vésperas da final do paulistão de 2013 entre Corinthians e Santos, a FPF temendo que u simples erro de arbitragem se tornasse suspeitas de favorecimentos ao time de Parque São Jorge, afastou da escala Rodrigo Braghetto, realizou um novo sorteio sendo vencido por Guilherme Ceretta  que foi o árbitro da final.

Que pelo menos esta matéria sirva de alerta e lição para muitos árbitros que de uma maneira o de outra mantém relações com os clubes de futebol. Essa pratica como é de conhecimento de todos, é proibida e poderá de uma hora para outra, quando menos se esperar, se voltar contra o apitador privando de realizar seus sonhos a tantos anos cultivado assim como aconteceu com Rodrigo Braghetto.


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