MPT,
árbitros e federações discutem futuro da arbitragem Brasileira
Encontro ocorreu
no Ministério Publico do Trabalho do Rio de Janeiro
Sindicalista paulista
Arthur Alves Junior durante audiência publica no MPT
No inicio desta semana, ocorreu
audiência pública para a discussão da relação contratual - e temas
correlatos, como profissionalização, critérios de escalas e
patrocínios entre Ministério Publico do Trabalho do Rio de Janeiro, três Federações Estaduais – Bahia, Pará e Rio de
Janeiro mandaram representantes e os árbitros de futebol –
Associação Nacional (ANAF), sindicatos de São Paulo, Bahia, Rio
Grande do Norte, Distrito Federal e Minas Gerais estavam presentes.
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A audiência foi promovida pelo
Ministério Publico do Trabalho (MPT-RJ) sob comando do procurador Rodrigo Carelli
que investiga há mais de um ano denúncias feitas pelo Presidente do Sintrace-RJ
(Sindicato dos Trabalhadores da Arbitragem Esportiva do Estado do
Rio de Janeiro), Marçal Rodrigues Mendes que motivou a abertura de
um inquérito no MPT sobre a situação da arbitragem nacional.
Ministério Publico do Trabalho investiga denuncias do
presidente do Sintrace-RJ
Durante a audiência, o procurador
responsável pelo inquérito mais ouviu, anotou que falou mediando às
falas e debates entre os participantes.
A Associação Nacional dos Árbitros de
Futebol (ANAF), representada no evento pelo seu presidente Marco
Antônio Martins, deixou bem claro que a entidade quer uma definição
sobre o vinculo que os árbitros têm com a CBF e federações.
Martins solicitou ao MPT que
estabeleça qual a relação que deve haver entre as entidades do
desporto e os árbitros de futebol.
“O ‘x’ da questão é o vínculo
jurídico que os árbitros têm com as entidades que administram o
desporto e não é reconhecido” - disse Martins.
“Antes de discutirmos questões
importantes como a remuneração dos árbitros, direito de imagem,
uniforme e outras reivindicações, temos que definir qual o
instrumento (contrato de trabalho, carteira de trabalho, contrato de
prestação de serviço ou outros) que vai regular a relação
trabalhista” - acrescentou o presidente da ANAF.
Patético
Outro momento bastante acalorado foi à
participação patética do representante da Federação de Futebol do
Rio de Janeiro, Sérgio Montovani, que também representava o
sindicato e cooperativa dos árbitros do RJ que esteve na audiência
em clara defesa do patrão, no caso a FERJ. Montovani caiu em varias
contradições e foi humilhado pelo promotor quando teve que, mesmo
constrangido, admitir que trabalho sem remuneração é trabalho
escravo. O debate com Rodrigo Carelli se deu por conta das
informações sobre as concentrações dos árbitros no RJ antes de
algumas partidas sem que os árbitros recebam diárias.
Representantes da FERJ não souberam explicar concentração
sem pagamento de diarias
“A concentração suprime da
qualidade de vida do árbitro o descanso, o convívio com seus
familiares entre outros. A venda desse direito sem uma remuneração
configura o trabalho escravo” – disse o promotor.
Pego de surpresa e sem argumentos
plausível, Montovani disse que nós - a FERJ – está disposta a rever
e pagar os árbitros.
Quelhas
Quem teve
participação destacada na audiência foi o ex-árbitro FIFA Álvaro
Azeredo Quelhas. Dizendo representar a si mesmo e botando a cara pra
bater por ter sido um árbitro internacional, o mineiro com serviços
prestados a arbitragem carioca fez um relato abordando tudo que
viveu e presenciou na arbitragem apontando todas as feridas,
principalmente as da CBF, no que tange a arbitragem.
Quelhas e os números da arbitragem
Como podemos notar no vídeo abaixo,
ele toca no assunto profissionalização já que o arbitro é cobrado
como profissional e tratado como amador. Também falou da política
que emperra o trabalho técnico, citou o patrocínio com a SEMP
Toshiba e os valores que podem bancar tranquilamente a qualificação
dos árbitros.
Grifo nosso:
O contrato firmado entre a SEMP Toshiba e a CBF, de pouco mais de
cinco milhões de reais em três temporadas, pode ter sido
intermediado por um árbitro que foi promovido em seguida ao quadro
da FIFA.
Em outro momento,
participando da fala de outro orador, Quelhas falou da idade de
ingresso e de saída do quadro internacional onde citou a Premier
Ligue fazendo comparativos com a política adotada pela CBF que é
apostar em árbitros novos enquanto o mundo e a FIFA, que acabou com
o limite de idade, procuram por árbitros mais experientes.