Segundo
Tardelli, ele tinha outras opções para o futuro. “Se eu quisesse,
poderia ter continuado em campo pela federação catarinense”,
disse. “Também tive propostas para me tornar observador da CBF e
até comentarista, mas a oferta feita pelo Atlético foi mais
interessante”, completou.
Ao contrário de Wagner Tardelli, Luis Antonio Bites não planejava
seguir no futebol após se despedir dos gramados. “Nem pensava
nisso. Ainda mais com o Goiás, com quem tive um imbróglio judicial
recente”, admite o ex-juiz, que, até o ano passado, movia um
processo contra o técnico Hélio dos Anjos. Antes da audiência
conciliatória, Bites revelou que o conflito com o o treinador
vinha desde 1999, quando o expulsou na final do estadual entre
Goiás e Vila Nova. De qualquer modo, Hélio foi demitido no final
de janeiro.
O convite para fazer um trabalho preventivo que englobasse as
categorias de base e o profissional foi realizado pelo diretor
Marcos Figueiredo. “O Goiás sofreu muito com indisciplina na
última temporada e deseja evitar que isso se repita mais uma vez”,
afirma Bites.
Essa também é a intenção do Sport, equipe que recebeu mais cartões
amarelos e a segunda em vermelhos no Brasileiro. Rebaixado, o
clube se inspira numa receita utilizada pelo Santa Cruz para dar a
volta por cima. Os dirigentes rubro-negros contrataram o
ex-presidente da comissão de arbitragem pernambucana, Valdomiro
Matias, responsável por fazer do rival o time mais disciplinado no
título do estadual de 2005 e na Série B no mesmo ano. “Tenho
autorização, inclusive, para conversar com os jogadores no
intervalo das partidas”, revela Matias, que deixou os campos em
2004 e, em sua experiência anterior, foi acusado de influenciar
nos resultados dos jogos. “Não teve nada disso. Eu fui um
precursor na área e é natural que, no início, exista um pouco de
desconfiança em torno de nossa atuação”, desconversa.
Sérgio da Silva Carvalho é outro que precisa superar o ceticismo
que cerca o seu nome no Brasiliense. Nem mesmo o fato de ocupar um
cargo diferente de seus ex-colegas reduz as críticas dos
adversários. “Eles precisam se preocupar mais com suas equipes.
Existe um ciclo no futebol local e, agora, como estamos ganhando,
viramos o alvo. Esses comentários não me atingem”, afirma o
ex-árbitro, que desempenha a função de auxiliar técnico no Jacaré.
Manter distância da arbitragem ao encerrar a carreira já estava
nos planos de Sérgio Carvalho. “Sou dono de uma escolinha desde
2003”, revela. A participação do ex-juiz na Associação Sport Club
Corinthians Brasília (Ascobra), franquia candanga do alvinegro
paulista que disputa os estaduais infantil e juvenil, se mostra
controversa. O Capital, de Guará, já ameaçou não entrar em campo
em partida comandada por ele e o acusou de disputar jogadores com
o clube, enquanto o Goiás lançou suspeita sobre um possível
conflito de interesses de sua parte. Carvalho, no entanto, nega a
parceria com o Timão. “Não temos nenhum vínculo”, diz.
Fonte:
Marcus Alves, da revista ESPN - http://espnbrasil.terra.com.br -
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