08/03/2015    02:06hs

Sexo frágil: há 22 anos atrás uma mulher comandava o clássico das multidões

Dia 8/11/1992, marcou o futebol pernambucano, quando Maria Edilene Siqueira, entrou na Ilha do Retiro para o clássico Sport 0x1 Santa Cruz

Maria Edilene pressionada pelos jogadores do Santa Cruz, na expulsão de Malhado. Foto: Diário de Pernambuco

 

O dia 8 de Novembro de 1992, marcou o futebol pernambucano, quando a caruaruense Maria Edilene Siqueira, entrou no gramado da Ilha do Retiro e apitou o clássico Sport Recife 0x1 Santa Cruz, quebrando um tabu de setenta e sete anos, pois jamais havia tido notícia que uma mulher apitara um jogo de futebol masculino, muito menos, um clássico do futebol profissional pernambucano, rodeado de tamanha rivalidade e pressão em desfavor da mediadora. Todavia, Maria Edilene demonstrou calma, competência e rigidez, marcando em cima do lance e não admitindo indisciplina e quem pensou que era blefe da arbitragem, acabou expulso, foi o caso do atleta do Santa Cruz, Malhado.

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Outro episódio marcante na carreira de Maria Edilene, que na ocasião bandeirava, ocorreu no dia 10 de Novembro de 1993, no Pacaembu (SP), jogavam Corinthians- SP e Cruzeiro-MG pela Copa do Brasil, quando aos 44 minutos do 2º tempo, Rivaldo (aquele mesmo que jogou no Santa Cruz e foi o melhor do mundo em 99) recebeu um lançamento pela esquerda e fez o gol da vitória do timão e da desclassificação dos cruzeirenses, que ficaram atônitos e desesperados quando perceberam que Maria Edilene corria em direção a linha de meio de campo, evidentemente validando o gol. Os jogadores do Cruzeiro cercaram a bandeirinha e o jogador Nonato, covardemente a atingiu com um chute na perna. Esse jogo foi o assunto da semana em todo país e Maria Edilene, o centro das atenções. Mais o tira- teima não deixou dúvida, e mostrou que ela estava certa.

Maria Edilene Siqueira, que é policial civil, jogou futebol feminino no time das “Coloridas”, representando o Santa Cruz, como não entendia nada das regras do futebol, certo dia seu treinador lhe presenteou com um livro sobre técnicas e regras do futebol do autor e especialista no assunto Leopoldo Santana. Despertando assim, seu desejo em ser arbitra de futebol e escrevendo-se no curso de arbitragem da FPF, iniciando sua carreira em 1983, e no início dos anos 90, ascendia ao quadro profissional, daí por diante sua carreira decolou.

Em 1992, Maria Edilene passou a integrar o quadro de árbitros profissionais da Federação Pernambucana de Futebol, quando também entrou para o quadro nacional e passou a comandar jogos em todo o país. Sua fama de disciplinadora em campo ganhou corpo e ela integrou o quadro da FIFA por oito anos (1996/2004). Como árbitra internacional representou o Brasil no campeonato feminino na Suécia, em 1995 e nos Estados Unidos em 1999.

Maria Edilene de Siqueira Barreto, nome comum, profissão árbitra de futebol. Há 15 anos esta pernambucana driblou os preconceitos e se inseriu numa atividade predominantemente masculina. Seu interesse pelo esporte começou quando estudante do 2º grau, participava de um torneio feminino no Instituto Estadual de Pernambuco (IEP). Ela comenta que não entendia a marcação da arbitragem e surgiu o interesse pelas regras do futebol. Edilene foi aprovada no concurso de árbitros da FPF, hoje pertence ao quadro da Confederação Brasileira de Arbitragem e à FIFA.

 

Além de árbitra traz na bagagem o curso de letras, da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho). Ela também exerce a profissão de policial civil.

Maria Edilene de Siqueira, hoje com 55 anos, já pendurou o apito.

Com informações de vozesdazonanorte e Jornal do Commercio

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