A comissão de arbitragem da CBF sorteou na ultima quinta-feira (2)
os árbitros para os 34 jogos da rodada de abertura do Campeonato
Brasileiro da série D. Todas as partidas serão disputadas no final
da próxima semana, dia 12 de junho.
Como novidade a indicação da árbitra aspirante FIFA de Pernambuco,
Deborah Cecília Cruz Correia (foto), 31 anos, para a partida
Murici-AL versus Campinense-PB, confronto do grupo 9 que será
disputado as 16hs do próximo domingo no estádio José Gomes da Costa
em Murici/AL. Os assistentes serão Pedro Jorge Santos Araújo e
Brígida Cirilo Ferreira com
Júlio César Ferreira Farias de quarto árbitros,
ambos de Alagoas.
Deborah concorreu no sorteio casado (dois jogos em colunas
diferentes) com o arbitro Luiz Sobral também de Pernambuco. A
bolinha sorteada (39) apontou coluna um. Caso tivesse dado a coluna
dois, a partida que Deborah apitaria seria Sergipe-SE e
Fluminense-BA.
Apesar do sorteio, da grande repercussão, lamentavelmente a CBF
ainda não disponibilizou no seu site a escala com a arbitragem
completa das partidas o que inviabiliza uma informação mais precisa.
Segundo informações por ainda faltar mais de uma semana para os
confrontos, mudanças podem ocorrer devido a vários fatores como
logística, dispensa e outros.
Com a indicação, o futebol brasileiro terá uma árbitra comandando um
jogo masculino oficial em escala nacional após mais de 10 anos. A
última vez que isso ocorreu foi no dia 16 de outubro de 2005, quando
a paulista Sílvia Regina de Oliveira apitou a vitória do Paysandu
por 2 a 1 sobre o Fortaleza, na Série A daquele ano. Desde então,
nenhuma mulher atuou como árbitra principal em uma partida das
quatro divisões do torneio nacional masculino, nem sequer participou
dos sorteios. A presença de assistentes femininas, no entanto, é
freqüente.
Os 11 anos de ausência das mulheres no apito nacional têm
justificativas práticas, e abstratas também. Logo depois que Silvia
Regina apitou aquele jogo em 2005, as regras mudaram. Em 2006 – com
validade a partir do ano seguinte –, os testes físicos da FIFA para
árbitros e árbitras ficaram mais difíceis. Além disso, para atuar em
competições masculinas acima da categoria sub-20 no Brasil a partir
de 2007, as mulheres passaram a ter como obrigatoriedade atingir os
índices que homens precisavam fazer.
Isso, no entanto, não seria uma barreira para elas.
Em 2012, por exemplo, a paulista Regildênia de Holanda Moura –
profissional desde 2004 – passou nos testes de arbitragem fazendo
índice masculino. Naquele ano, atuou apenas como quarta árbitra e
como árbitra adicional.
Nessa terça-feira, foi ela quem apitou a final da Copa do Brasil
sub-17, entre Corinthians e Sport. Em 2015, sete mulheres foram
aprovadas: seis assistentes e uma árbitra, Katiucia da Mota – foi
quarta árbitra na Série C.
Neste ano, são 19 as credenciadas: 18 assistentes e uma árbitra, a
Deborah, que passou no teste em março.
Profissional desde 2009, ela apitou cerca de 20 jogos em competições
nacionais até hoje – entre eles, a ida da Copa do Brasil sub-17,
entre Sport e Corinthians – e 10 na Série A do Campeonato
Pernambucano. A pernambucana de 30 anos começou na categoria 2 e
hoje é aspirante FIFA.
Um dos critérios para integrar o quadro de arbitragem da CBF é “ter
atuado, pelo menos, em duas temporadas na divisão principal de
qualquer federação estadual, sendo uma delas, obrigatoriamente, a
última. Além disso, deverá ter atuado em dez jogos [no estado],
sendo cinco da principal divisão e cinco das outras divisões de
futebol profissional.”
“À medida que você exige mais, elas se preparam mais. Na época da
Silvia Regina, não havia as exigências de índice masculino. Nossa
intenção é aumentar cada vez mais o número de mulheres árbitras…
incentivar as federações estaduais. Com certeza, ainda neste ano,
teremos um trio feminino na Série C e na Série D. Nosso sonho é
vê-las na Série B e na Série A o quanto antes”, falou Sérgio
Corrêa, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF.
Nota do Apitonacional
É com grande alegria que noticiamos esse este grande fato para a
arbitragem. A escala é mais que merecida, pois Deborah Cecília se
credenciou através das boas atuações nos jogos em que foi escalada,
tanto nos da primeira divisão em Pernambuco como nos da CBF.
Desde 2013 ela atua na primeira
divisão pernambucana, sua estréia aconteceu na partida Central 2×1
Chã Grande.
O Apitonacional espera que a
CA-CBF também de oportunidades para outras árbitras que se habilitam
nos pré-requisitos, principalmente o físico que todos sabem não é
fácil nem para os homens, imagina para elas, o chamado sexo frágil.
A paulista Regildênia Moura e a catarinense Tainan Bordignon Somensi
além de cumprir o pilar físico tem boa técnica e estão em condições
de apitar jogos masculinos tanto na parte técnica como na
disciplinar e física.
Foto: Bianca Daga -
Ilustração: ESPN
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