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 02/06/2016    23:37hs

Após 10 anos, mulher volta a apitar jogo masculino em torneio nacional

Pernambucana Deborah Cecília é escalada para jogo da primeira rodada da Série D. Última havia sido Sílvia Regina, em 2005

A comissão de arbitragem da CBF sorteou na ultima quinta-feira (2) os árbitros para os 34 jogos da rodada de abertura do Campeonato Brasileiro da série D. Todas as partidas serão disputadas no final da próxima semana, dia 12 de junho.

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Como novidade a indicação da árbitra aspirante FIFA de Pernambuco, Deborah Cecília Cruz Correia (foto), 31 anos, para a partida Murici-AL versus Campinense-PB, confronto do grupo 9 que será disputado as 16hs do próximo domingo no estádio José Gomes da Costa em Murici/AL. Os assistentes serão Pedro Jorge Santos Araújo e Brígida Cirilo Ferreira com Júlio César Ferreira Farias de quarto árbitros, ambos de Alagoas.

Deborah concorreu no sorteio casado (dois jogos em colunas diferentes) com o arbitro Luiz Sobral também de Pernambuco. A bolinha sorteada (39) apontou coluna um. Caso tivesse dado a coluna dois, a partida que Deborah apitaria seria Sergipe-SE e Fluminense-BA.

Apesar do sorteio, da grande repercussão, lamentavelmente a CBF ainda não disponibilizou no seu site a escala com a arbitragem completa das partidas o que inviabiliza uma informação mais precisa. Segundo informações por ainda faltar mais de uma semana para os confrontos, mudanças podem ocorrer devido a vários fatores como logística, dispensa e outros.

Com a indicação, o futebol brasileiro terá uma árbitra comandando um jogo masculino oficial em escala nacional após mais de 10 anos. A última vez que isso ocorreu foi no dia 16 de outubro de 2005, quando a paulista Sílvia Regina de Oliveira apitou a vitória do Paysandu por 2 a 1 sobre o Fortaleza, na Série A daquele ano. Desde então, nenhuma mulher atuou como árbitra principal em uma partida das quatro divisões do torneio nacional masculino, nem sequer participou dos sorteios. A presença de assistentes femininas, no entanto, é freqüente.

Os 11 anos de ausência das mulheres no apito nacional têm justificativas práticas, e abstratas também. Logo depois que Silvia Regina apitou aquele jogo em 2005, as regras mudaram. Em 2006 – com validade a partir do ano seguinte –, os testes físicos da FIFA para árbitros e árbitras ficaram mais difíceis. Além disso, para atuar em competições masculinas acima da categoria sub-20 no Brasil a partir de 2007, as mulheres passaram a ter como obrigatoriedade atingir os índices que homens precisavam fazer.

Isso, no entanto, não seria uma barreira para elas.

Em 2012, por exemplo, a paulista Regildênia de Holanda Moura – profissional desde 2004 – passou nos testes de arbitragem fazendo índice masculino. Naquele ano, atuou apenas como quarta árbitra e como árbitra adicional.

Nessa terça-feira, foi ela quem apitou a final da Copa do Brasil sub-17, entre Corinthians e Sport. Em 2015, sete mulheres foram aprovadas: seis assistentes e uma árbitra, Katiucia da Mota – foi quarta árbitra na Série C.

Neste ano, são 19 as credenciadas: 18 assistentes e uma árbitra, a Deborah, que passou no teste em março.

Profissional desde 2009, ela apitou cerca de 20 jogos em competições nacionais até hoje – entre eles, a ida da Copa do Brasil sub-17, entre Sport e Corinthians – e 10 na Série A do Campeonato Pernambucano. A pernambucana de 30 anos começou na categoria 2 e hoje é aspirante FIFA.

Um dos critérios para integrar o quadro de arbitragem da CBF é “ter atuado, pelo menos, em duas temporadas na divisão principal de qualquer federação estadual, sendo uma delas, obrigatoriamente, a última. Além disso, deverá ter atuado em dez jogos [no estado], sendo cinco da principal divisão e cinco das outras divisões de futebol profissional.”

 

 

“À medida que você exige mais, elas se preparam mais. Na época da Silvia Regina, não havia as exigências de índice masculino. Nossa intenção é aumentar cada vez mais o número de mulheres árbitras… incentivar as federações estaduais. Com certeza, ainda neste ano, teremos um trio feminino na Série C e na Série D. Nosso sonho é vê-las na Série B e na Série A o quanto antes”, falou Sérgio Corrêa, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF.

Nota do Apitonacional

É com grande alegria que noticiamos esse este grande fato para a arbitragem. A escala é mais que merecida, pois Deborah Cecília se credenciou através das boas atuações nos jogos em que foi escalada, tanto nos da primeira divisão em Pernambuco como nos da CBF.

Desde 2013 ela atua na primeira divisão pernambucana, sua estréia aconteceu na partida Central 2×1 Chã Grande.

O Apitonacional espera que a CA-CBF também de oportunidades para outras árbitras que se habilitam nos pré-requisitos, principalmente o físico que todos sabem não é fácil nem para os homens, imagina para elas, o chamado sexo frágil.

A paulista Regildênia Moura e a catarinense Tainan Bordignon Somensi além de cumprir o pilar físico tem boa técnica e estão em condições de apitar jogos masculinos tanto na parte técnica como na disciplinar e física.

Foto: Bianca Daga - Ilustração: ESPN

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