Árbitro só tem um lado da moeda: quando erra - comentou.
A
calma veio com o passar do tempo, as reclamações santistas também
diminuíram, mas a manhã depois do confronto no Pacaembu reservou
fortes emoções e tensão para Márcio Rezende de Freitas.
-
Depois do jogo, eu me desliguei de tudo. Não vi televisão e na mesma
noite voei para Minas. No outro dia é que fui avisado por familiares
que tinha errado. Quando o primeiro falou, só respondi: F..., f... de
vez. Achei que estava queimado - disse.
Márcio Rezende de Freitas não foi punido pela CBF e teve mais uma
chance, ao ser escalado para a final de 1996. A traumática experiência
do ano anterior tinha tudo para atrapalhar o duelo entre Grêmio e
Portuguesa, mas inspirou positivamente:
-
Antes da decisão, vi duas vezes o jogo de 95 inteiro. Coloquei na
cabeça: mais uma dessas e minha carreira acaba. Entrei no Olímpico,
apitei bem e, assim que acabou, corri para o vestiário. Chorei como um
menino - desabafou.
Botafogo alega erro no maracanã como
defesa
Pelo lado do Glorioso, o gol de Camanducaia anulado por Márcio Rezende
no segundo duelo da final não é justificativa para considerar o título
de 1995 como produto da arbitragem. Os botafoguenses alegam que no
primeiro jogo, no Maracanã, Túlio teve gol mal invalidado por Sidrack
Marinho.
Sérgio Manoel levou vantagem após falta feita por Narciso e tocou a
bola para o Maravilha chutar para o fundo das redes. Porém, nada mais
estava valendo. No fim, o placar certo seria o 3 a 1 para o clube de
General Severiano e nem um "justo" Santos 2 a 1, no Pacaembu, mudaria
o rumo da taça.
Bate-Bola
Márcio Rezende de
Freitas - Árbitro da decisão de 1995
1)
Você guarda algum arrependimento pelos episódios na final?
Márcio Rezende: Aqui, o mais importante é você ter humildade para
assumir as falhas. Assumi que errei assim que vi o lance, assim como
volto a assumir agora, 15 anos depois daquele jogo no Pacaembu.
2)
Quando foi a última vez que viu os lances da partida?
Márcio Rezende: Tenho isso guardado, mas não vejo há alguns anos. Mas
está comigo e sei de toda importância.
3)
Como foi conviver com a pressão da imprensa pelos erros?
Márcio Rezende: Fui procurado por muita gente, todas cheias de
perguntas. Realmente não foi tarefa fácil.
4) Se
pudesse voltaria no tempo?
Márcio Rezende: Não dá para mudar. Errou, errou. Faz parte do jogo. O
erro é humano. Não posso voltar lá atrás e consertar os erros.
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