27/03/2014    14:017hs

Árbitra paulista treina para poder  apitar jogos do Campeonato Brasileiro

Regildênia de Holanda Moura se prepara para cumprir as exigências do teste físico masculino que já tirou de alguns juízes a oportunidade de apitar a Copa do Mundo

Regildênia, 40 anos, faz teste nesta sexta-feira para apitar competições da CBF (Foto: divulgação)

Silvia Regina, em 2005, foi a última mulher a apitar um jogo da Série A do Campeonato Brasileiro. Mas em 2014 há a possibilidade de uma mulher voltar ao comando. Isso porque Regildênia de Holanda Moura, paulista de 40 anos, fará o teste físico nesta sexta-feira. Se passar nos tempos masculinos, estará apta a trabalhar em qualquer competição da CBF. Ela se mostra confiante para a avaliação e explica o motivo de tentar alcançar marcas difíceis até para os homens.

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- Nossa dificuldade nesse teste é muito maior, mas encaro como um desafio para mim. Já que as mulheres hoje têm os mesmos direitos dos homens, precisam também ter as mesmas obrigações - disse Regildênia, que tem 40 anos, passou no teste masculino em setembro de 2012 e foi árbitra adicional do confronto entre Corinthians e Portuguesa, pelo Brasileiro.

O índice no teste masculino é obrigatório para quem quer apitar jogos de competições da CBF, como as Séries A, B, C e D, e a Copa do Brasil. Para campeonatos estaduais, as federações apenas exigem o índice feminino.

Regildênia não passou no teste de 2013, mas agora está apta a atuar em qualquer divisão do Campeonato Paulista - já apitou jogos das Séries A2 e A3 do Campeonato Paulista em 2014. Ela se mostra confiante para ser aprovada no teste.

 

- Já passei em 2012 e sei que não é impossível. Em 2013, perdi um pouco da motivação ao não ser escalada para a primeira fase da Copa do Brasil e acabei não passando, mas agora estou treinando muito forte, com nutricionista, musculação e treinador de pista, tudo por minha conta. Estou alcançando todas as metas dos treinos e acredito que vou passar.

Caso seja aprovada, Regildênia poderá apitar jogos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Participar de um jogo da Série A, no entanto, ainda parece ser algo distante dela.

- É muito difícil. Antes, vai apitar jogos das Séries C, D, eventualmente Série B. Se for bem avaliada pela CBF, aí, sim, poderá apitar na Série A - afirmou o coronel Marinho, chefe da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol.

Regildênia não conseguiu passar no teste no ano passado (Foto: divulgação)

Em competições organizadas pela Fifa, no entanto, ela só pode ser escalada para jogos de futebol feminino, pois a entidade, assim como a Uefa, não permite que mulheres atuem em partidas masculinas.

Teste difícil para todos
O teste físico sofreu alterações em 2006. Desde então, vários árbitros importantes do futebol brasileiro têm sofrido com as dificuldades impostas pela avaliação e sido reprovados. No caso mais notório, Leonardo Gaciba perdeu a oportunidade de apitar a Copa do Mundo de 2010 ao não passar nos testes de 2009.

- Eu realmente não estava preparado para o teste porque apitava o tempo todo. Imagina você estar no Rio Grande do Sul no domingo, depois ir ao Pará na quarta-feira e em Pernambuco no sábado. Vai treinar quando? No avião? - brincou o ex-árbitro.

Um dos melhores do país, Gaciba encerrou a carreira precocemente por seguidas reprovações nos testes físicos

Gaciba discorda do critério físico adotado pela Fifa e acredita que os juízes mais velhos terão dificuldades em passar nos testes, atualmente mais determinantes do que uma falha técnica ou disciplinar cometida durante uma partida.

- Hoje a situação está cada vez mais difícil para os árbitros que chegam perto dos 40 anos. O teste é muito exigente, e, depois da implantação dele, o número de lesões de árbitros aumentou muito, de 3% para 65%. Para passar, você precisa ser atleta. Tenho certeza de que, se colocarem os jogadores para fazer, muitos não vão passar - disse Gaciba.

 

O gaúcho não foi o único a sofrer com o teste. Wilson Luis Seneme, que havia sido o árbitro brasileiro indicado para atuar na Copa do Mundo de 2014, foi reprovado em cinco avaliações seguidas e perdeu a vaga. Leandro Vuaden, que seria a segunda opção, também não teve êxito e abriu o espaço para Sandro Meira Ricci, aprovado, ter a oportunidade de apitar.

Fonte: Globo.com

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