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A Associação Portuguesa de
Árbitros de Futebol (APAF) diz ter três interessados em patrocinar
as camisas dos árbitros na próxima temporada e espera chegar, em
breve, a um acordo , com uma delas.
A informação foi confirmada
por José Fontelas Gomes, presidente do organismo que, após acordo
com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), passou a gerir
os direitos de publicidade nos equipamentos dos árbitros. Fontelas
Gomes espera uma receita anual entre 400 mil e 500 mil euros para a
APAF, que irá, depois, distribuir esta verba entre os seus
associados.
“Já temos três empresas
interessadas no patrocínio. Foram apresentadas algumas
obrigatoriedades e esperamos uma resposta num curto período de
tempo”, revelou Fontelas Gomes, sem
dizer quais são as empresas em questão e referindo que, sem haver
restrições quanto ao tipo de parceiro ideal para a APAF, será “o
mais adequado à arbitragem, uma empresa com nome, com princípios e
com valores”. O líder da APAF revela, no entanto, que espera uma
receita “aproximada” ao “histórico do que
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foram os patrocínios
anteriores”, sendo que uma das empresas que manifestou interesse
“quer fazer um contrato de três anos”.
Este foi um dos pontos
acordados com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP),
depois que em abril deste anos os árbitros
ameaçaram fazer greve se não lhes fosse paga uma
verba de aproximadamente 350 mil euros em função de um acordo
estabelecido entre as duas partes em 2005, ano em que os uniformes
dos árbitros começaram a ter patrocínio. Através desse acordo, os
árbitros entendiam ter direito a uma parte do patrocínio da empresa
de telecomunicações NOS que Luís Duque trouxe para a Liga a partir
de fevereiro deste ano e que também passou a
aparecer numa das mangas dos árbitros durante a segunda metade da
ultima temporada.
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José
Fontelas Gomes
- Presidente da
Associação Portuguesa
de Árbitros de Futebol (APAF) |
A
LPFP (Liga Portuguesa de Futebol Profissional),
organismo liderado por Luís Duque, que está no
cargo desde outubro de 2014, acabou por ceder o pagamento dessa
verba em prestações, acompanhando essa medida com a entrega da
gestão dos patrocínios dos árbitros à APAF, e a greve – que iria
abranger as cinco últimas rodadas dos campeonatos profissionais -
acabou por não acontecer. As verbas adquiridas com este patrocínio
irão ser distribuídas, não só aos árbitros dos
campeonatos profissionais, mas também aos “quartos
árbitros que, normalmente, são árbitros do quadro
da federação” - frisou Fontelas Gomes.
Patrocínio
Os árbitros portugueses
começaram a ter patrocínio em 2005, ainda no tempo de Valentim
Loureiro no cargo, sendo que, até ao final da temporada 2011-12, o
único patrocinador foi a ERA, empresa do setor imobiliário. Na
temporada seguinte, o patrocínio foi dividido com a SABSEG, empresa
de mediação de seguros. Nos anos em que esse patrocínio existiu,
atingiu-se o valor mais alto na temporada 2006-07, com uma verba de
660 mil euros, sendo que o valor mais baixo verificou-se na
temporada 2012-13, com apenas 225 mil euros. No total, a liga já
arrecadou 3,56 milhões de euros, com uma parte substancial destinada
diretamente aos árbitros.
Nas duas últimas temporadas,
não houve nenhuma empresa patrocinando os equipamentos dos árbitros,
sendo que a Liga Portuguesa de Futebol Profissional continuou
pagando uma comissão aos árbitros por essa publicidade. A liga
estima que tenha tido um prejuízo superior a um milhão de euros
nestes últimos anos sem patrocínio, sendo que no último ano de
patrocínio da ERA, com a SABSEG, a verba arrecadada era inferior ao
que a liga entregava aos árbitros. Na perspectiva da liga, é uma
despesa que deixa de existir, para os árbitros é uma potencial fonte
de receita que se abre.
Nota do
Apitonacional
Como podemos ler na matéria acima, em Portugal, os árbitros recebem,
desde 2005, porcentuais sobre os valores dos patrocínios estampados
em seus uniformes. E o que já era bom, vai ficar melhor ainda,
pois a partir deste ano, os valores serão todos eles
administrados pelo órgão da categoria, neste caso, a Associação
Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF). Mas não pensem que foi
tudo de graça, nossos patrícios, a principio dialogaram, mas como
não houve negociação, enfrentaram os dirigentes e usaram até mesmo
seu direito a greve para forçar o acordo.
O resultado foi altamente satisfatório para
todos.
Para a próxima temporada os valores esperados giram na casa dos 500
mil euros anual, algo em torno de 1,75 milhão de
reais na cotação do euro deste domingo. A publicidade nos
uniformes é dentro dos regulamentos de arbitragem da FIFA
que no artigo 15 diz que tem que
ser nas mangas das camisas e não pode
exceder 200 cm².
Nada de outdoors como aqui no Brasil onde as camisas e calções se
tornaram placas de publicidades.
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Exemplo de árbitro outdoor -
Publicidades nas mangas, peito, costas e calções |
Diferentemente
do que ocorre em Portugal e na maioria dos países do velho
continente, aqui no
Brasil, a CBF e as Federações Estaduais, vendem os espaços
disponíveis nas camisas e calções e com os valores arrecadados pagam
todas as despesas da arbitragem, entre elas treinamentos, taxas,
viagens e diárias. Ou seja, paga o árbitro com o dinheiro arrecadado
por ele mesmo.
Segundo
informações não oficiais, a CBF arrecada algo em torno de seis
milhões de reais ano com publicidade nas camisas dos árbitros (Penalty
que coloca sua marca e subloca SKY e Semp Toshiba). Desses valores,
não repassa nenhum real ao árbitro e da apenas uma ajuda de custo -
algo em torno de 15 mil reais mês (pode passar para 45 mil) à
Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF).
Só a titulo de
informação, esta mesma CBF que economiza até mesmo com as passagens
aéreas dos árbitros colocando eles em vôos noturno, repassa cerca de
100 mil reais mês a cada federação e ainda paga um salário de 15 mil
aos presidentes destas federações.
Culpa da CBF? Não! Culpa dos próprios árbitros que são desunidos, só
pensam em escalas e não movem uma palha sequer em lutas pelos seus
direitos. Culpa também dos dirigentes da arbitragem que em 99% são
atrelados às entidades com algum tipo de vinculo que o impossibilita
de buscar e até mesmo exigir o que é de direito da categoria com
paralisações se preciso for.
Quem sabe um dia, todos da arbitragem descubram a força que tem como
nossos irmãos portugueses descobriram há mais de uma década.
Enquanto isso, os dirigentes dão risadas e estão cagando e andando para
as reivindicações da categoria.
Com informações:
Publico
Apitonacional, compromisso só com a verdade! |