Segundo a acusação, a empresa
Datisa pagaria até US$ 110 milhões em subornos (cerca de R$ 340
milhões) para garantir os direitos da competição até 2023. Deste
montante, a Datisa já teria pago cerca de US$ 40 milhões divididos
entre os dirigentes. Esse dinheiro seria distribuído assim: por cada
edição, os presidentes da Conmebol, da CBF e da AFA embolsariam US$
3 milhões cada (R$ 9,6 milhões) e os presidentes de outras sete
confederações sul-americanas, não identificadas no documento,
levariam US$ 1,5 milhão cada (R$ 4,7 milhões). Como restam oito
confederações (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru,
Venezuela e Uruguai), não é possível apontar quais presidentes
teriam recebido a quantia. Ainda sobrariam US$ 500 mil (R$ 1,6
milhão) para um décimo-primeiro dirigente não identificado. A soma
desses valores totaliza os US$ 20 milhões apontados na acusação.
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Documento detalha valores recebidos por Marín em
negociações com "co-conspiradores" (Foto: Reprodução) |
Segundo os investigadores
americanos, as duas primeiras "cotas" (pelo acordo e pelo torneio de
2015) foram pagas. A Copa América do Centenário (que celebra 100
anos da competição) e será realizada nos EUA traria mais dinheiro -
e propina maior: US$ 30 milhões (R$ 96 milhões) a serem divididos.
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O
preço dos contratos e os subornos em cada edição da Copa
América (Foto: Reprodução) |
Ou seja - segundo os
investigadores, Marin teria recebido pelo menos US$ 6 milhões (cerca
de 19,2 milhões) até agora pela Copa América.
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Reprodução
Taffic corrupção dinheiro FIFA (Foto: Reprodução) |
Marin também é acusado de
receber propina num contrato de uma competição nacional. No capítulo
do "Esquema da Copa do Brasil", o relatório lista diversos
personagens sem nome - identificados apenas por números e pela
alcunha "Co-Conspirador" (no total, o relatório lista 16
Co-Conspiradores que atuam em diversas negociações. Apenas dois
Co-Conspiradores são claramente identificáveis, o # 1, que é o
ex-secretário-geral da Concacaf, Chuck Blazer. E o Co-Conspirador #2
é apontado como dono da Traffic - ou seja - o empresário José
Hawilla. Ambos assumiram a culpa perante a justiça americana).
No capítulo da Copa do Brasil,
a investigação relata uma disputa entre duas companhias de marketing
esportivo pelos direitos da competição a partir de 2013. Essa
disputa teria se encerrado em um acordo celebrado em agosto de 2012.
Vejam o trecho que relata o acordo entre Hawilla e o Co-Conspirador
#6, concorrente da Traffic, que disputava os direitos da Copa do
Brasil.
Diz o relatório:
"O Co-Conspirador #6
aconselhou o Co-Conspirador #2 sobre os pagamentos que tinha
concordado de fazer ao Co-Conspirador #11. Co-conspirador #6 disse
também ao Co-Conspirator #2 que o pagamento de suborno que ele havia
negociado inicialmente com o Co-Conspirador #11 tinha aumentado
quando outros dirigentes da CBF, incluindo o réu José Maria Marin
(que havia se tornado presidente da CBF em 2012) e Co-Conspirador
#12 também requisitaram propinas. Co-Conspirador #2 concordou em
pagar metade do custo do suborno - a ser distribuído entre Marin,
Co-Conspirador #11 e Co-Conspirador #12. Em 15 de agosto de 2012
essa soma foi de R$ 2 milhões - então equivalente a US$ 986.000"
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Segundo a acusação, os
"Co-conspiradores" usaram a rede bancária dos Estados Unidos para
realizar as transações - tanto domésticas quanto internacionais. A
investigação foi além. Em abril de 2014, o relatório diz que Marin
esteve em Miami para anunciar a Copa América Centenário e apresenta
um diálogo que o então presidente da CBF teria mantido com o
"Co-Conspirador #2" - no qual teriam discutido o status dos
pagamentos devidos a ele e ao Co-Conspirador #12 pelo esquema da
Copa do Brasil.
"A certa altura, quando o
Co-Conspirador #2 perguntou se era realmente necessário continuar a
pagar seu antecessor na presidência da CBF, Marin respondeu: "Já é
tempo de vir na nossa direção. Certo ou errado?". O Co-Conspirador
#2 concordou dizendo ´Claro, claro, claro. Esse dinheiro tem que ser
dado a você. Marin concordou: ´É isso. Está certo´´"
Ou seja - Marin dividiria R$ 2
milhões a cada ano de contrato na Copa do Brasil com dois outros
dirigentes. O contrato ira até 2022 - logo os cartolas dividiriam
cerca de R$ 20 milhões por três - cada um levaria aproximadamente R$
6,7 milhões. Até 2015, o cartola teria recebido cerca de R$ 2,65
milhões.
I
QUEM É QUEM