03/11/2013    19:52hs

Giulliano Bozzano encerrou a carreira no apito e abraçou a causa dos árbitros nos tribunais onde coleciona vitórias e absolvições

Tudo aconteceu de forma prematura na vida do ex-árbitro Giulliano Bozzano (foto), aos 15 anos já atuava em torneios amadores pela Liga Blumenauense de Futebol, primeiro como mesário, depois como assistente – bandeirinha na época - e aos 18 já era árbitro da primeira divisão do futebol catarinense. Aos 19 anos passou a apitar jogos do campeonato nacional sendo o árbitro mais jovem da história do futebol brasileiro (até então o regulamento só aceitava candidatos com 22 anos ou mais) e aos 33 deixou a arbitragem (2010) para se dedicar a advocacia, sua principal paixão. Mas quando decidiu seguir a carreira jurídica o que ele não poderia imaginar era que pouco tempo depois se transformaria no principal defensor jurídico dos árbitros passando a ser referencia de Norte a Sul do país quando a causa nos tribunais é relacionada aos homens de preto.

Avesso à badalações e holofotes, o filho do famoso e polêmico ex-árbitro catarinense Dalmo Bozzano foi filiado as Federações de Santa Catarina e do Distrito Federal chegando a ser aspirante à FIFA. Durante a carreira, apitou mais de 100 jogos da primeira divisão do Campeonato Brasileiro (Série A), entre eles Vasco 3x1 Sport disputado no dia 20 de maio de 2007 em São Januário no Rio de Janeiro quando o craque Romário marcou o milésimo gol da carreira.

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Após deixar a arbitragem, montou escritório de advocacia no Rio de Janeiro onde com competência e simplicidade foi se tornando aos poucos uma referencia nos tribunais desportivos de todo país assumindo logo depois a defesa dos juízes pela Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF).

"Em 2009 eu tive um pequeno problema de calcanhar. Acabei parando para corrigir esse problema. Durante a recuperação, me desloquei ao Rio de Janeiro onde tinha um escritório de advocacia. Naquele momento a associação de árbitros estava precisando de um advogado e fui contratado" - contou Giuliano Bozzano.

Durante sua caminhada nos tribunais, foi contratado para defender os árbitros dos sindicatos de São Paulo, Paraná e Pernambuco, mas foi através da ANAF que conquistou respeito ao defender os homens do apito com brilhantismo como no famoso caso em que o astro Neymar foi condenado a indenizar Sandro Meira Ricci em 15 mil reais. Em outro caso emblemático que envolveu o alto comando da Federação Paulista de Futebol e contou com a subserviência do dirigente local do sindicato dos árbitros, defende na justiça comum o árbitro Paulista Paulo César Oliveira contra nada mais nada menos do que o técnico da seleção brasileira Luiz Felipe Scolari, no processo, PC alega ter sido ofendido pelo treinador durante o clássico entre Palmeiras e Corinthians pelo Paulistão de 2011 e pede uma indenização de 30 mil reais. O processo teve recentemente desfecho favorável ao treinador, mas cabe recurso e certamente teremos novas batalhas sobre essa causa nos tribunais.

Detalhe:

 

Esse processo ocasionou na dispensa pelo sindicato dos árbitros de São Paulo dos seus serviços onde o advogado defendia os árbitros paulistas na esfera desportiva. Segundo informações, a Federação Paulista de Futebol teria pressionado para que Bozzano e o árbitro (PC) aceitassem acordo amigável com Felipão e que o processo fosse encerrado, como a dupla não aceitou a pressão mantendo a causa, Arthur Alves Junior, presidente do Safesp, teria recebido ordens da presidência da FPF para dispensar Giulliano Bozzano, o que fez em seguida, e esfriar a carreira do árbitro Paulo César Oliveira.

Ultima vitória
A sua ultima vitória que ainda esta fresquinha, aconteceu nos bastidores do STJD onde Giulliano tem alto conceito e goza do respeito de todos. Ela ocorreu na ultima semana quando atuando como Diretor Jurídico da ANAF

Pai famoso: Dalmo Bozzano

conseguiu reverter uma punição esdrúxula e arbitrária do presidente do TJD-CE Cícero Antonio de Meneses Sobreira que suspendeu por 120 dias o árbitro cearense Wladyerisson Silva de Oliveira por erros na partida Icasa e Ceará, válida pela 26ª rodada de série B do campeonato brasileiro.

Além da punição, o douto julgador em uma decisão descabida e arbitraria obrigou o árbitro fazer novos testes físicos e técnicos. Na defesa do árbitro e da lei, Giulliano Bozzano argumentou que a decisão do presidente do TJD-CE foi contra a legislação desportiva em vigor apontando incompetência territorial e material do magistrado para julgar o caso, além da supressão do direito constitucional de defesa do árbitro.

 

 

Ultima partida no apito: Vitória x Palmeiras - Barradão em Salvador-BA

Prontamente, Flávio Zveiter, presidente do STJD, concedeu liminar em favor do árbitro, tornando sem efeito a decisão do tribunal cearense até o julgamento final que devera ocorrer em breve pelo Pleno do STJD no Rio de Janeiro.

Ficha do árbitro  
Nome: Giulliano Bozzano.
Profissão: Advogado.
Data nascimento: 14/07/1977.
Natural: Blumenau – SC.
Pais: Dalmo Bozzano e Jane Holetz.
Irmão: Rafael Bozzano.
Esposa: Thatiane Romero (foto ao lado).
Profissão da esposa: Médica dermatologista.

Total de jogos na serie A do brasileiro: 109.
Estréia na Serie A do brasileiro: 24/11/1996 - Corinthians 1x1 Coritiba – Morumbi – São Paulo/SP.
Ultimo jogo da carreira: Vitória 0x0 Palmeiras –  Barradão – Salvador /BA - 30/11/2012 - Serie A do campeonato brasileiro

Giulliano mora atualmente com a esposa Thatiane em Goiânia - GO onde trabalha nas suas causas jurídicas e viaja o país quando necessário para defender os árbitros ou auxiliar a ANAF na defesa dos interesses da entidade e da categoria.

Fotos: Arquivo pessoal e internet.

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