Segundo apuramos, a ultima
partida que Joelson Silva atuou foi no dia 1º de maio de 2014 –
confronto entre Remo e Independente, no Baenão, pela semifinal do
segundo turno do Parazão. Desde então, foi colocado na “geladeira”
onde deve permanecer por muito tempo, pois não tem apoio dos
companheiros de profissão e nem mesmo do sindicato dos árbitros do
Pará que se tornou um sindicato de pelegos a trabalho da Federação
Paraense de Futebol.
Já Coronel Nunes, 76 anos, 26
desses no comando da Federação Paraense de Futebol, não faz questão
de esconder a retaliação em cima do árbitro, ele disse para o blog
do “Tudão e tudinho” que soube da suposta traição de Joelson por
‘gente da sua confiança e que esta vivo pra contar’ e acrescentou
que por ter procurado a imprensa, as coisas ficaram difíceis para
Joelson Silva.
Apurado
Segundo apuramos, a ordem para José Guilhermino, presidente da
comissão de arbitragem, retirar Joelson Silva Santos do quadro da
CBF e das escalas do paraense teria partido de Antonio Carlos Nunes
de Lima, mais conhecido como Coronel Nunes, um dos vários posseiros
ditadores que existe nas federações de futebol espalhadas pelo país.
O Coronel que manda e desmanda no futebol paraense está há quase
três décadas no poder se forem contatados os dois mandatos que já
exerceu. Ele assumiu pela primeira vez o comando da FPF em 1982
ficando até o final de 1987. Depois retornou em 1998, onde está até
hoje e permanecerá pelo menos até o final de 2017. Com mentalidade
ultrapassada se perpetua há décadas no poder sem trazer progresso ao
decadente futebol paraense.
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Os
ex-árbitros José Guilhermino, Fernando José de Castro e
Olivaldo Moraes |
Sua administração é tida como
retrograda e desastrosa tanto para os clubes, todos eles nas
divisões inferiores do futebol brasileiro, como para a arbitragem
tendo em vista que todo final de estadual, importa árbitros de
outros estados pagos a peso de ouro. O que a FPF paga para esses
árbitros de outros estados, entre 20 e 30 mil reais por cada jogo
decisivo, daria para custear todas as despesas da arbitragem com
taxas, cursos e reciclagem durante todo o ano.
Para isso conta com a omissão dos clubes e subserviência dos
dirigentes da arbitragem. Só a titulo de informação, Fernando José
de Castro, presidente eleito do sindicato dos árbitros é o homem
forte da FPF, foi empossado em dezembro de 2013 como diretor de
competições da FPF. Castro passou então a direção do Sindarp para
Olivaldo Moraes, seu vice-presidente. Ocorre que Olivaldo também
acumula a função de vice-presidente da comissão de arbitragem da FPF
fazendo com que a entidade dos árbitros não passe de uma sub-sede
patronal.
Nota do
Apitonacional
O Apitonacional entende que o
árbitro de futebol tem que se preocupar na carreira em adquirir
conhecimentos técnicos, preparo físico e acumular experiência de
campo para poder desempenhar da melhor maneira possível sua função
dentro das quatro linhas. A política tem que ser deixada para os
ex-árbitros de boa índole que esteja realmente a serviço da
arbitragem, que imunes as pressões patronais poderão se expor sem
medo das conseqüências.
No entanto, vivemos, ou
pensamos que vivemos, em um país democrático onde a livre
manifestação é um direito de todos cidadãos e caso o árbitro tenha
apoiado uma chapa de oposição, não é motivo para ser perseguido e
impedido de exercer sua função. Caso isso realmente esteja
ocorrendo, é atitude ditatorial advinda dos tempos da tirania e do
coronelismo que usavam do poder para oprimir os mais fracos.
Lembramos que mesmo há mais de duas décadas no poder, o atual
presidente não é dono da FPF e um dia, mais cedo ou mais tarde, por
bem ou por um infortúnio da vida, terá que sair de lá e ficará
marcado na história pela sua forma de administrar e pelo andar da
carruagem serão décadas de lamentações pelo tempo perdido.
Também é inadmissível que o legitimo representante do árbitro
(sindicato), seja administrado por pessoas que vivem na aba da
Federação se cala sendo conivente ou permitindo por subserviência
que um representado seja prejudicado sem que nenhuma medida seja
tomada. As pessoas são livres para tomarem suas decisões e
escolherem que caminho seguir, mas não podem fazer trampolim de
cargo sindical utilizando a arbitragem, o elo mais fraco do futebol,
para conseguirem beneficies próprios. Apesar da boa índole e da
educação como marca registrada, Fernando Castro tem seus projetos
pessoais que o afasta dos assuntos da arbitragem e um deles é um dia
presidir a Federação Paraense de Futebol. Já Olivaldo da Silva
Moraes não tem liderança, isenção e nem voz ativa para resolver os
problemas da categoria, mesmo que em nome de uma entidade que tem
que ser respeitada. Para ele, quanto menos fumaça melhor para assim
passar despercebido, receber seus vencimentos acumulados pelos
cargos que exerce na sombra de Castro.
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Cel
Nunes, administração retrograda em duas décadas de
tirania, ditadura e perseguições |
Mas a culpa dos árbitros
também não pode ser esquecida, é uma classe desunida que só se
preocupam com escalas e são incapazes de lutar por qualquer direito
que seja. Delegam poderes a pessoas que pouco se importam com a
categoria e sim com os interesses próprios de cada um. Assim, hoje
eles fazem vista grossa para o que esta acontecendo com seu
companheiro, mas amanhã poderá se ver na mesma situação.
O
que eles disseram
Procuramos dirigentes do sindicato, da federação e o árbitro para
comentar as denuncias.
Fernando José de Castro, presidente afastado do sindicato dos
árbitros e diretor da FPF disse que houve um envolvimento do árbitro
em uma questão extra campo delicada e que tanto o sindicato quanto a
Comissão de Arbitragem-PA esta ciente da situação complicada na
manutenção do árbitro no quadro devido as suas ultimas declarações.
José Guilhermino, presidente da comissão de arbitragem paraense
disse que Joelson Silva foi retirado do quadro por perda de
confiança motivado pelo apoio ao candidato de oposição somado a
outras ações de foro intimo da CA/PA.
Já o árbitro Joelson Silva confirmou todas as informações e
acrescentou que enviou a quebra do seu sigilo telefônico para a
comissão de arbitragem e o contato de um dirigente de Liga Municipal
de Tailândia para checar a informação de que ele teria ligado para
esse dirigente pedindo voto para a oposição oferecendo vantagens em
caso de vitória, pois seria nomeado chefe da arbitragem estadual.
Segundo Joelson, o contato nunca foi feito por parte da CA/PA.
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