beneficiário específico, o dinheiro da
sentença é enviado ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, que é
controlado pelo Ministério da Justiça.
O Fundo recebe indenizações provenientes
de processos que envolvem danos morais e patrimoniais causados ao
meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico. O caso da “Máfia do
Apito” se encaixa no direito do consumidor. Se o réu não tem dinheiro
para pagar, bens são penhorados.
Nenhum dos envolvidos foi preso
O processo criminal sobre a “Máfia do
Apito” foi arquivado em agosto de 2009. Os desembargadores Christiano
Kuntz, Fernando Miranda e Francisco Menin entenderam que não havia na
legislação um artigo que enquadrasse o caso. Com a decisão, nenhum dos
envolvidos no esquema de apostas colocou sob suspeita o Campeonato
Brasileiro de 2005 foi punido criminalmente.
A decisão na esfera Cível foi comemorada pelo promotor José Reinaldo
Carneiro Bastos, que comandou as investigações no Gaeco (Grupo de
Atuação Especial contra o Crime Organizado) e acusou os envolvidos na
esfera criminal.
“Muitas pessoas falam que a
investigação não deu em nada, e não é verdade. Foi a maior
investigação da história do futebol brasileiro, se não foi do futebol
mundial, e teve conseqüências na esfera desportiva e agora na cível. E
na criminal ainda estamos tentando reverter no STJ (Superior Tribunal
de Justiça)”, disse Bastos ao iG. Os envolvidos no escândalo foram
banidos do futebol (os árbitros Carvalho e Danelon). Bastos também se
referiu aos 11 jogos anulados pelo Superior Tribunal de Justiça
Desportiva (leia mais abaixo).
A “Máfia do Apito”
Em outubro de 2005, a revista “Veja”
revelou investigação conjunta entre Ministério Público e Polícia
Federal sobre esquema de manipulação de resultados de jogos de
futebol, encabeçado por empresários que apostavam pela Internet. Jogos
do Paulista, da Libertadores, da Copa Sul-Americana e Brasileiro
estavam sob suspeita. Os acusados eram os árbitros Edílson Pereira de
Carvalho e Paulo José Danelon, ambos filiados à FPF.
Outro acusado era o empresário Nagib
Fayad, que com outros três empresários combinava com os árbitros
resultados de algumas partidas que apostariam em sites clandestinos na
Internet. Pela acusação, Carvalho e Danelon recebiam de R$ 10 mil a R$
15 mil para que o time certo vencesse.
No sábado, dia 25 de setembro de 2005,
a PF prendeu Edílson Pereira de Carvalho e Fayad. Carvalho trabalhou
em 25 partidas em 2005, sendo 11 do Campeonato Brasileiro, que já
estava no segundo turno. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva
(STJD) decidiu em 2 de outubro anular as 11 partidas comandadas por
Carvalho, que foram repetidas. O fato beneficiou o Corinthians, que
venceu jogos que havia perdido e acabou na frente do Internacional
como campeão brasileiro.
IG Esportes