No BO, assinado
pelos quatro membros da arbitragem, foi relatado
que as agressões que teve início no campo de jogo, teria se
estendido ao vestiário da arbitragem - que ficou depredado - onde o
quarteto, segundo relatado, foi agredido com murros, tapas, chutes e
ponta pés (veja BO abaixo).
Após os
acontecimentos, a Federação Alagoana de Futebol suspendeu
preventivamente a equipe do Coruripe de todas as competições e interditou o
estádio Gerson Amaral até que o caso de agressão à arbitragem seja
apurado.
Por sua vez, a
diretoria do clube alagoano decidiu expulsar os jogadores envolvidos
e abrir sindicância para averiguar a participação de membros da
Comissão Técnica no caso. Foram expulsos: Erik Conceição da Silva;
Leonardo da Silva Santos; José Wagner da Silva Santos; Aldair
Teixeira dos Santos e Michael Jackson Neris.
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Relatório da partida |
Meia verdade
Logo após a matéria
ser publicada, recebemos informações que o relatado, na rede social
do árbitro e no BO, não condizia com o que realmente teria
ocorrido. Fomos atrás da verdade, ouvimos testemunhas, pesquisamos
documentos os fatos apareceram de uma forma totalmente diferente da
até então descrita. Segundo relatório dos dois assistentes e do
quarto árbitro da partida dado ao corregedor de arbitragem da FAF, a
destruição do vestiário mostrado nas fotos abaixo foi causada pelo
próprio árbitro que indignado e enfurecido com o ocorrido, depredou
o vestiário destruindo a pia, o vazo sanitário e a porta usando uma
anilha de cinco quilos e pediu para que fossem tiradas fotos para
que pudesse dizer que as agressões foram no local, pois jogaria a
culpa nos jogadores da equipe mandante como forma de vingança.
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Vestiário destruído (anilha no detalhe) |
Ocorre que no boletim de
ocorrências foi relatado que a agressão ocorreu dentro do vestiário
que ficou totalmente destruído. conforme relatado abaixo.
Utilizando o
mesmo modelo do documento e praticamente as mesmas palavras, o
assistente Raimundo Freitas e o quarto árbitro Márcio Oliveira
confirmaram o descrito pela assistente Ana Paula (veja abaixo).
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Ana Paula, Márcio dos Santos, Roberto
José, Julio César e Francisco Freitas |
Nota do
Apitonacional
Além do relatado ser atitude altamente condenável e desabonadora
para qualquer ser humano, para um árbitro, principalmente do quadro
nacional da CBF, é algo inimaginável tendo em vista que recebem
treinamentos em todos os pilares, entre eles o psicológico, para
suportarem todo tipo de pressão e com serenidade pacificar qualquer
ambiente hostil. A atitude do árbitro e dos demais membros da
arbitragem que corroboraram com uma mentira ao assinarem o BO, denigre ainda mais a tão desacreditada
imagem da arbitragem, além de que pode trazer sérias conseqüências aos
árbitros, pois podem responder por falsa comunicação de crime (Art.
340 do CPB) e depredação de patrimônio publico, pois o estádio é
municipal.
Assim como é
defensor da arbitragem nos momentos que julga necessário, o
Apitonacional condena as
atitudes relatadas nessa matéria pelos árbitros e cobra que "todos"
sejam punidos conforme os crimes que cometeram. É inadmissível que
pessoas adultas, experientes e vividas com os assuntos da arbitragem
concordem em fazer parte de uma farsa tipificada criminalmente e
venham depois relatar que estavam confusos como forma de justificar
a má conduta e tentar escapar de uma punição ainda maior.
ARTIGO 340 CPB:
"Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de
crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:" Pena:
Detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
Vandalismo
Providencias
Baseados nas
informações das testemunhas e dos seus jogadores de que não entraram
em nenhum momento nos vestiários da arbitragem, a diretoria do
Cururipe fez BO representando os árbitros e contratou pericia
criminal para apurar todos os fatos.
Uma fonte dentro da
Federação Alagoana de Futebol relatou que a entidade foi informada
dos novos fatos e que
aguarda relatório do corregedor de arbitragem, Osvaldo Junior, que será encaminhado à comissão de arbitragem e ao TJD-AL para
as que as devidas providências sejam tomadas.
Segundo ainda as
informações, o árbitro Júlio César Farias ainda não compareceu a sede da FAF para
dar qualquer explicação.
O que eles disseram
Procuramos a
comissão de arbitragem da FAF que respondeu estar ciente dos novos
fatos, mas que vai aguardar as investigações da corregedoria para se
pronunciar e tomar as devidas providências.
Já o árbitro Júlio
Cesar disse estar surpreso e triste pelas novas informações que
passamos a ele, mas que de forma alguma iria divergir na sua defesa
que seguira afirmando até o fim porque, segundo ele, só Deus sabe o que eles
passaram naquele vestiário.
Procurados, os
assistentes e o quarto árbitro não retornaram o contato.