alcançado os 90% (26 certos e três
errados).
De língua afiada e do tipo que não
leva nada para casa, o ex-assistente não perdeu a oportunidade para
alfinetar a premiação dos melhores trios pela CBF durante o
encerramento do campeonato e o limite de idade onde a CBF teima em
não seguir as diretrizes da FIFA que baniu essa limitação.
“Fico muito feliz por saber disso. É um reconhecimento
importante. Uma pena que a CBF não leve em consideração o
levantamento de vocês para premiar os melhores árbitros, porque o
prêmio era de 300 mil reais neste ano, e o normal nessas situações é
o árbitro ficar com 50% e os assistentes, com 25%. Na obra da casa
que estou construindo para fugir do aluguel, 75 mil reais me
ajudariam” – disse Dibert.
Grifo nosso:
Não seriam 75 mil como o informado, pois desse valor é
deduzido os impostos.
Ao contrário de outros assistentes com melhor desempenho no ano
anterior que apontaram o treinamento específico em campo,
mentalização das regras e das situações de jogo, ou a prática de
esportes em que a concentração é importante, como artes marciais,
como o "segredo do sucesso", Dibert diz que não tem nenhuma técnica
especifica a não ser a concentração.
“Sinceramente, nunca usei nenhuma técnica específica, a não ser
meu comprometimento com o jogo, meu objetivo de fazer bem o que me
disponho a fazer. Há três dias nasceu meu segundo filho. À beira do
gramado, eu poderia perder a concentração se pensasse se estava tudo
bem com a minha mulher. Então, fico focado, não penso em mais nada”
- disse o ex-assistente.
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Dibert: "É a prática que leva à perfeição" |
Para Pedrosa, o melhor que pode
acontecer a um árbitro, na verdade, é envelhecer:
“É a prática que leva à perfeição, que leva a uma margem de erro
mínima. Só se ganha corpo com o tempo. Demora para ganhar
maturidade. Árbitro excelente desde muito jovem só conheci um, o
Paulo César Oliveira. E, ainda assim, tenho a visão de que o
trabalho de árbitro principal é mais fácil, porque, para o
assistente, ou está certo ou errado. O principal vai compensando os
erros ao longo do jogo. É muito ruim quando a gente erra. Se erra,
sai da escala, fica fora da rodada” - diz o ex-FIFA.
As criticas de Dibert não param por aí, ele discorda do plano da CBF
em reduzir o número de árbitros que vão trabalhar no Brasileirão a
partir de 2017.
“A CBF acha que pode trabalhar com um número reduzido de
profissionais para ganharem experiência. Eu discordo. E se os
escolhidos não derem retorno, vão reduzir ainda mais o quadro? Quem
dá retorno maior vai continuar trabalhando. Por esse motivo que a
FIFA chegou a estabelecer um limite de 45 anos para árbitros, para
depois baixar para 43, mas em 2015 acabou eliminando o limite de
idade, estabelecendo que estariam aptos todos os que conseguissem
alcançar as exigências físicas. Tanto é verdade que o Emerson
Augusto de Carvalho está no processo de seleção para a próxima Copa,
mas no Mundial de 2018 ele estará com 46 anos” – disse ele.
A questão "idade" é significativa
porque Dibert Pedrosa Moisés já está considerando como encerrada sua
carreira nacional. Depois de ter deixado de ser assistente FIFA aos
41 anos ("por motivos políticos, injustamente", faz questão de
ressaltar), agora chegou aos 45 anos e diz que a CBF está "se
omitindo em comunicar se segue ou não o que a FIFA determinou em
janeiro de 2015 em relação a acabar com o limite de idade para
árbitros". A Confederação Brasileira de Futebol está em recesso, e a
assessoria de imprensa da entidade informou que não se manifestaria
a respeito do comentário antes de janeiro de 2017.
“A Federação do Rio já enviou a
lista com os árbitros que estão com até 45 anos, mas a Federação de
Pernambuco está terminando sua avaliação física e pode manter no
quadro nacional Marcelo de Lima Henrique, que também vai fazer 46
anos, o que abriria um precedente para os demais. De qualquer modo,
já fiz minha despedida. Devo trabalhar no Carioca-2017, depois, vai
depender do que a CBF decidir” - frisou Dibert.
Grifo nosso: em conversa com
Salmo Valentim, Presidente da Comissão de Arbitragem da Federação
Pernambucana de Futebol (FPF), a idade não será empecilho para que
um árbitro atue no Estadual. Segundo Valentim, basta que ele cumpra
todas as exigências dos demais para ser escalado normalmente
conforme as necessidades da comissão. Como foi aprovado nos testes
físicos e teóricos, Marcelo de Lima Henrique, jubilado na CBF,
atuara normalmente durante o campeonato.
Nota do Apito
O limite de idade acabou em 2015, mas
a CBF, talvez de forma proposital, está omissa desde então sobre o
assunto. Fica evidente que o antigo plano de carreira e renovação
não deu certo e com o fim do limite pela FIFA, fica óbvio que é
necessário mudanças de planos, e para ontem.
No campeonato desse ano, árbitros
mais experientes - Elmo Cunha e Péricles Bassols são exemplos -
tiveram destaque apitando bons jogos após a entrada da nova comissão
(tema de outra matéria em breve). No mundo essa mudança já aconteceu
e só o Brasil está parada, por que em um país onde tem jogadores
jogando em alto nível acima dos 40 anos o árbitro necessariamente
precisa ser jovem?
No entender do
Apitonacional, a única barreira
para arbitrar uma partida de futebol para os qualificados deve ser a
prova física, que diga se de passagem está mais difícil, no resto
existe uma necessidade de concorrência de vagas, que deve ser de
forma honesta e limpa com a troca de pelo menos dois FIFAs por ano.
O Brasil está mudando via da Lava Jato, fatos inéditos estão
acontecendo e essas mudanças tem que chegar no apito.
Apitonacional, compromisso só com a verdade! |