1
- Qual é o seu nome completo e a origem da sua família?
R: CARLOS
BERKENBROCK, minha família é de origem alemã por parte de pai e
italiana por parte de mãe, meus avos paternos nasceram em Vargem dos
Cedros município de Tubarão e meu avos maternos em Rodeio, já meus
pais em Rio do Oeste - SC.
2
- Em que ano e onde nasceu?
R: Nasci em
1972 na cidade de Rio do Oeste - SC, numa comunidade chamada Toca
Grande, comunidade agrícola onde meus pais moram ate hoje.
3
- Qual é sua profissão fora do futebol?
R: Sou
advogado, especialista em direito Previdenciário.
4
- É casado? Qual o nome de sua esposa?
R: Sou casado
com Fabiana Irene Semeoni.
5
- Tem filhos? quais os nomes e idades deles?
R: Tenho dois
filhos: Carlos Augusto Semeoni Berkenbrock com 07 anos (21/09/2003) e
Arthur Henrique Semeoni Berkenbrock, 04 anos (Hoje). (31/12/2006).
6
- Fale de seus pais.
R: Meus pais
são agricultores, hoje aposentados, moram numa pequena comunidade do
município de Rio do Oeste, muitos simples e religiosos, não tive a
oportunidade de conviver mais do que a minha adolescência com eles,
pois com 14 anos sai de casa para estudar ingressando no seminário e
de lá com 19 anos sai já para morar e fazer faculdade em Rio do Sul.
7
- Ingressou no seminário com a intenção de ser padre?
R: Na época
sim, tinha a intenção de ser padre, fiquei no seminário dos 14/15 aos
19/20 anos. Com o passar do tempo percebi que minha vocação não era
tão forte assim e acabei desistindo da idéia.
8 - Como
conciliar arbitragem, trabalho e família?
R: Hoje é um
pouco complicado para eu conciliar tudo, família, trabalho e a
arbitragem, porém estou conseguindo. Graças a Deus tenho uma esposa
que me compreende e me apóia, me da o suporte com os filhos, cuida da
casa com muito amor e carinho. No escritório também tive a sorte de
ter sócios competentes e compreensivos, e com a ajuda dos funcionários
os processos estão sendo bem conduzidos. No ano de 2010 foram 50
partidas em todas as competições profissionais que participei, então
fica um pouco complicado para conciliar tudo.
9 -
Jogou futebol profissional ou amador?
R: Joguei só
amador, como comentei antes fui seminarista e lá tínhamos futebol
todos os dias e muitos jogos nas comunidades que visitávamos. Quando
sai do seminário joguei em dois times amadores de Rio do Oeste, porém
não por muito tempo porque já no primeiro ano fora entrei para a
arbitragem e acabei parando de jogar, por coincidência o primeiro
torneio da Liga Riosulense que eu jogaria foi no que estreei como
Assistente.
10 - Tem algum
familiar no meio esportivo?
R: Atualmente
não tenho nenhum familiar no meio esportivo, meu avô jogou futebol e
chegou a ser sondado pelo Grêmio de Porto Alegre quando novo, porém o
pai dele não o deixou seguir a carreira que na época não era
lucrativa, ai quando ele chegou a Rio do Oeste ele fundou um time
amador que tem até hoje chamado Haiti Futebol Clube, meu pai e tios
também jogaram nesse time, e eu também defendi em alguns torneios,
hoje meu avô da ou empresta o nome ao estádio desse clube.
11 - Em que ano e onde se formou árbitro?
R: Eu comecei
na arbitragem em 1992 na Liga Riosulense de Futebol, porém fiz meu
curso em 1995 quando ingressei na Federação Catarinense de Futebol, o
curso naquele ano foi realizado na cidade de Indaial-SC pela Federação
Catarinense.
12
- Qual foi a primeira partida como árbitro?
R: A primeira
partida como árbitro foi como Assistente pela Liga Riosulense de
Futebol entre as equipes do Avaí FC (Lontras) X Ouro Verde FC (Rio do
Sul), arbitrada pelo já Falecido Sebastião Garcia, que foi quem me
levou a primeira reunião da Liga e me encaminhou para ser árbitro.
13
- Quando estreou na Serie A catarinense e na Serie A do brasileiro?
R: Entrei na
Federação Catarinense no ano de 1995, mas estreei na Serie A do
Catarinense em 1997, como árbitro no jogo Atlético Alto Vale x Avaí.
NA Serie A do Brasileiro estreei em 1997 no jogo de abertura da Serie
A daquele ano entre Grêmio X São Paulo no Olímpico em Porto Alegre, no
dia 05/071997.
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Atuando na partida Flamengo
e São Paulo no Maracanã em 2010 |
14 - Qual é a sua relação com o Sindicato dos Árbitros de Santa
Catarina?
R: A minha
relação com o Sinafesc é muito boa, tenho uma relação muito bom, clara
e aberta com o presidente e demais membros da diretoria, sempre que
posso dou minha opinião e sugestões e apoio quando necessário. Tenho
liberdade para criticar e elogiar.
15
- Na sua opinião o sindicato da o apoio necessário aos árbitros do
estado?
R: Dentro das
limitações o sindicado atende muito bem as necessidades dos árbitros
de Santa Catarina, tenho certeza que se não fosse essas limitações,
financeiras, distancias entre outras atenderia muito melhor, a
diretoria faz milagres com o que tem na mão isso é louvável e digno de
elogios pelos árbitros de Santa Catarina. Aqui ainda cabe lembrar o
apoio que o sindicato da aos árbitros que vem de outros estados
trabalhar em SC, eu que vou em muitos estados trabalhar ouço elogios
ao apoio dado pelo Sinafesc aos que aqui vêem.
16
- Como é a preparação da arbitragem catarinense se comparada com a dos
maiores estados do Brasil?
R: A
preparação da arbitragem de Santa Catarina esta no nível de outros
estados do Brasil, claro que comparando com os estados que tem a mesma
estrutura, não podemos comparar com os estados que tem uma estrutura
muito maior como no caso de São Paulo e Rio, como também nos clubes,
mas dentro do contexto Santa Catarina sai na frente de muitos estado
do Brasil, sendo um dos poucos que tem escola de arbitragem, bem
montada, bem conduzida e formando anualmente árbitros novos.
17 - O que espera da Anaf sendo que o novo presidente é aqui do nosso
estado?
R: Espero da
Anaf o trabalho que todos os árbitros do Brasil esperam, que seja
feito algo pelo árbitro, já que vimos uma desastrosa administração
anterior, mas tenho certeza que será uma grande administração a do
Marco, assim como fez a frente do nosso sindicato, fará a frente da
ANAF.
18 - Em Santa Catarina não temos um árbitro Fifa, isso prejudica a sua
carreira a nível nacional?
R: Não
acredito que a falta de árbitro Fifa em Santa Catarina prejudique a
minha carreira, pelo menos na gestão do Presidente Sérgio Corrêa não
esta acontecendo, pois tenho trabalhado normalmente com outros
árbitros Fifa e Aspirantes, contudo seria excelente para a Arbitragem
Catarinense como um todo a vinda de um escudo Fifa pra cá. Temos o
Célio como Aspirante e esperamos que ele possa angariar esse escudo.
19
- Quais prêmios de melhor assistente de campeonato já ganhou?
R: Do
campeonato catarinense nos últimos três anos, ganhei por duas vezes
como melhor e uma vez como segundo melhor, no Brasileiro já fui eleito
por sites especializados em arbitragem (www.apitonacional.com.br) como
melhor do Brasileiro em 2009.
20 - Você
trabalhou este ano na partida em que o Vitória foi rebaixado para a
segunda divisão, houve muita pressão em cima da arbitragem nessa
partida?
R: Essa
partida foi a mais difícil que fiz das 23 da Serie A deste ano, pelo
clima, pela responsabilidade e acho que 99% dos árbitros do Brasil
torciam para não estar nesse jogo. Pressão externa não houve em nenhum
momento, houveram as instruções normais que o jogo exigia, porém ouve
a nossa pressão a nossa cobrança, a pessoal, num jogo onde não
podíamos errar nem lateral e foi o que aconteceu, com a Graça de Deus,
acertamos em todos os lances e saímos do jogo sem contestação, sem
reclamação, mesmo o time mandante tendo sido rebaixado.
21
- Qual é o estádio mais difícil de se apitar uma partida de futebol no
Brasil?
R: Hoje em
dia com o Estatuto do Torcedor melhorou muito para a equipe de
arbitragem nos estádios do Brasil, houveram melhoras, não se tem mais
o arremesso de objetos em campo, isso melhorou muito, em estádios que
a torcida ficava muito próxima e arremessando objetos houve uma
considerável melhora, posso citar o Alfredo Jaconi, a Vila Belmiro, o
Nabi Abichedi dentre outros.
22
- Você já passou algum sufoco para sair de algum estádio?
R: Já, já
passei sim, "árbitro que nunca saiu de camburão nunca apitou futebol",
diz o ditado. A situação mais difícil que passei foi no estádio do
Juventude, no jogo Juventude x Paraná, pela Serie A, quando os dois
lutavam contra o rebaixamento e o jogo acabou empatado, de lá só
saímos de camburão e pelos fundos do estádio.
23 - Você trabalhou em 23 partidas da serie A e 3 da serie B do
campeonato brasileiro deste ano, faça um balanço dessas partidas.
R: Esse ano
foi um ano bom, com três exceções na serie A, houveram três erros em
três partidas nesse ano, na partida Palmeiras x Grêmio, Santos x
Corinthians e Internacional x Santos, nas demais, inclusive na serie
B, forma muito boas sem erros determinantes.
24
- Qual foi o seu jogo mais importante?
R: O Jogo
mais importante foi a Final do Campeonato Brasileiro de 2009, entre
Flamengo x Grêmio no Maracanã, lotado, mais de 80 mil pessoas, e o
Flamengo ficou campeão.
25
- E o jogo à ser esquecido?
R: Sem duvida
nenhuma Palmeiras x Flamengo em 2002.
26
- Porque?
R: Esse jogo
é para ser esquecido pois ambos os assistentes, do qual um era eu,
erramos, e em lances capitais, influenciando no resultado. O jogo
deveria terminar 2 x 0 para o Flamengo e acabou em 1 x 1. Dei um gol
do Palmeiras onde o jogador estava em posição de impedimento e o outro
assistente anulou um gol legal do Flamengo. Fomos punidos, sendo a 20
rodada do Brasileiro, restavam ainda 4, eu já havia bandeirado 17
partidas com aquela, fiquei fora ate o ano seguinte. Pior que o
árbitro tinha feito um jogo excelente e acabamos prejudicando o
trabalho dele, isso nos doeu mais do que a própria punição.
27
- Por pertencer a Fifa e com méritos, você se tornou a maior estrela
da arbitragem catarinense. Traçou este plano no inicio da carreira ou
aconteceu naturalmente?
R: NA
arbitragem você sempre tem que ter objetivos, sonhos e correr atrás
deles, pois se você nada almeja não vai chegar a lugar algum. Quando
comecei na arbitragem meu objetivo erra chegar na Federação
catarinense, da federação a CBF veio meio de supetão sem esperar a
época, procurei me firmar e consegui. A Fifa eu persegui desde 2002,
quando fiz meu primeiro teste, chegando em 2009, pensava em chegar a
Fifa e com isso planejei minha vida, inclusive me mudando de Rio do
Sul para Itapema para tornar mais fácil a logística de deslocamento
aos aeroportos.
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No Olímpico na partida
Grêmio x Fluminense ao lado de Conca, Wilton Pereira Sampaio,
Fabrício Neves Corrêa, Adilson e Marrubson Melo Freitas |
28
- O que acha dos testes físicos padrão FIFA?
R: Os testes
padrão Fifa são mais fáceis que os anteriores, qualquer árbitro
treinando faz com facilidade esse teste.
29
- Alguma vez já foi reprovado em um teste físico?
R: Não, nunca
fui reprovado em teste físico, e Graças a Deus nunca tive lesão
também
30 - O
que pensa sobre o uso da tecnologia?
R: Acho que o uso da tecnologia deve ser visto com cuidado e
implantado gradativamente para não tirar o espírito esportivo do
futebol para não tornar uma coisa mecânica, tirando o brilho, a
discussão a emoção que move o futebol.
31 - Hoje está
mais difícil para o assistente com câmeras exclusivas para eles e
tantas outras espalhadas nos estádios?
R: Esta sim, muito mais difícil, porém por outro lado esta mais
fácil para nós assistentes provarmos que estamos certos, pois quando
não tinham as câmeras os assistentes não conseguiam sair dos estádios
se anulassem um gol num lance duvidoso, hoje não, se errou vai ter
dificuldade, porém se acertou em poucos minutos todos estão sabendo
que o assistente estava certo e as reclamações terminam, só para
ilustrar fiz um jogo ano passado no campeonato Brasileiro onde
tínhamos no campo de jogo 42 câmeras.
32 - Este ano, o
gaúcho Carlos Simon teve o final de carreira dos sonhos de
qualquer árbitro apitando na Copa do Mundo e os principais jogos do
país incluindo a final. A sua aposentadoria esta distante, mas se você
pudesse montar um cenário perfeito para a sua última partida como
e onde seria?
R: Se pudesse montar, seria uma final de campeonato, não sei,
uma partida da Copa de 2014, Olimpíada de 2016, ainda não pensei
nisso, deixa chegar mais perto, (hehehe).
33
- Quem é o árbitro modelo para você?
R: Em atividade hoje gosto muito dos dois Brasilienses, Sandro
Meira Ricci e Wilton Sampaio, além do Heber Roberto Lopes e o Wilson
Seneme, acho os melhores em atividade. Dos que já pararam, tenho o
Márcio Rezende de Freitas como referencia, trabalhei muito com ele,
ele ficou 5 anos aqui em Santa Catarina. Dos assistentes hoje procuro
me espelhar no Roberto Braatz e no Altemir Hausman, em atividade, dos
que já pararam, cito como referencia Alcides Zavaski Pazeto, o melhor
com quem trabalhei, o recente aposentado Ednilson Corona, e mais o
Milton Otaviano e o Jorge Paulo de Oliveira Gomes.
34
- Você foi convocado para trabalhar no inicio de 2011 no torneio
Sul-americano Sub-20 no Peru. Essa convocação o coloca na briga pela
copa de 2014?
R: Acredito que essa convocação é um dos passos a ser dado em
direção a 2014. O caminho até a copa de 14 é longo e só com um
trabalho bem feito e etapas cumpridas posso chegar lá, considero esse
torneio como o primeiro grande passo, a grande oportunidade para
mostrar capacidade e um bom trabalho para entrar definitivamente na
Briga por uma das vagas para 2014.
35
- Que dicas você dá para quem esta começando?
R: Alguns árbitros que estão começando já conversam comigo,
seja via e-mail, msn ou telefone e sempre digo as mesmas coisas,
sempre deixo como dica a eles, trabalhem, trabalhem sempre, cada dia
mais duro, treinem muito e tenham paciência, façam um jogo após o
outro, sem querem fazer a final antes do jogo de abertura do
campeonato. Trilhem suas carreiras em formas sólidas, pois dessa
maneira os problemas encontrados na carreira serão facilmente
ultrapassados. Temos muitos exemplos de carreiras meteóricas que o
árbitro chegou em poucos dias a elite e no mesmo tempo caiu no
esquecimento, arbitragem é como em qualquer outra profissão, você tem
que firmar seu nome, colocar uma boa base para conseguir levar a
carreira ate o final com competência e seriedade. Sejam persistentes,
sérios, compreensivos, competentes e fortes pois só assim chegaram ao
topo.
Sinafesc