Entrevista com o Assistente de Arbitragem Douglas Almeida Costa

Douglas é  professor de educação física e trabalha no projeto social Escola da Gente, da Prefeitura Municipal de Betim

17/11/2011 - O Blog Corneteiro publicou em janeiro deste ano, entrevista com o jovem assistente de arbitragem de Minas Gerais, Douglas Almeida Costa. Como a renovação é essencial em todos os segmentos da sociedade, na arbitragem não é diferente. O Apitonacional tem publicado noticias e entrevistas desses novos árbitros como uma forma de incentivo e apoio na torcida que eles consolidem suas carreiras e se firmem na arbitragem nacional.

Acompanhe abaixo a entrevista na íntegra extraída do blog corneteiro.com.br.

Olá amigos da arbitragem, hoje falaremos com Douglas Almeida Costa, árbitro assistente do quadro especial da Federação Mineira de Futebol. Vamos perguntar tudo pra ele sobre sua vida pessoal e profissional. Tenho certeza que uma entrevista com Douglas Costa, que foi eleito o Melhor Assistente 2 da Copa Itatiaia Brahma 50 anos, será bastante interessante para todos.

Naiderson: Quem é Douglas Almeida Costa?

Douglas: Sou professor de educação física formado na Unincor em 2009, tenho 27 anos. Trabalho no projeto social Escola da Gente, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Betim e também sou arbitro assistente do quadro da Federação Mineira de Futebol.

Naiderson: Em que ano e onde se formou árbitro?


Douglas:
Me formei em 2001, na liga de Contagem, curso administrado pela Federação Mineira de Futebol, com o professor Juarez Salgado.

Naiderson: De que maneira se concretizou seu ingresso na carreira de arbitragem?

Douglas: Meu tio foi arbitro assistente CBF e do quadro da FMF, mas o incentivo veio do meu primo, que  incentivou meu irmão depois a mim.

Naiderson: Há quanto tempo você atua como árbitro assistente?

Douglas: Comecei com 18 anos. Fará dez anos em novembro de 2011.

Naiderson: O que o levou a se tornar um árbitro de futebol?

Douglas: Como qualquer adolescente, tinha o sonho de ser jogador de futebol, mas o destino e a influência do meu primo e do meu irmão fizeram com que eu entrasse para a arbitragem.

Naiderson: Qual foi a sua primeira partida como árbitro?

Douglas: Foi em 2002, no campo do Tupinambás, jogo válido pelo Módulo 1. Terminou empatado: Tupinambás 1×1 Mineirinho.

Naiderson: Qual foi o jogo mais difícil até hoje em sua carreira?

Douglas: Não existem jogos difíceis. Alguns são mais complicados pela rivalidade entre algumas equipes. Também existem algumas praças esportivas com um grau de dificuldade maior.

Naiderson: Qual foi o seu jogo mais importante?

Douglas:
A final da Copa Itatiaia Brahma 50 anos, entre Frigoarnaldo x Inconfidência, por se tratar do sonho de todos os árbitros que militam no futebol amador.

Naiderson: Você já passou algum apuro ou sofreu ameaça dentro de campo?

Douglas:
Sim, não tem um árbitro que atue no futebol amador que nunca foi xingado ou pressionado. Estaria contradizendo a realidade do futebol amador nos tempos atuais.

Naiderson: O que significa ser um árbitro de futebol pra você?


Douglas:
Para mim significar muito, já que escolhi uma carreira que me fez crescer muito como pessoa. Além disso, nós, os árbitros de futebol, somos apaixonados pela arbitragem.

Naiderson: O que você acha da preparação física para os árbitros?

Douglas:
Acho muito importante, e essencial para o árbitro. Esse foi o tema do meu artigo de conclusão de curso na graduação. A preparação física é de suma importância, pois através dela o árbitro de futebol terá um condicionamento físico adequado, que  auxiliará em sua tomada de decisão, evitando o esgotamento energético referente ao seu deslocamento, sendo eficaz para o bom desempenho de sua função durante o campo de jogo.

Naiderson: O que você faz no seu tempo livre?

Douglas: Tento sair um pouco da rotina, já que vida de árbitro e professor não e fácil. Procuro ver filmes e ouvir música.

Naiderson: Quais são as sua maiores qualidades?

Douglas: Profissionalismo, Sinceridade, amizade, comprometimento, respeito ao próximo, e principalmente ética.

Naiderson: Qual foi a decisão mais difícil que tomou até hoje em sua vida?

Douglas: Ter me afastado por seis meses da arbitragem.

Naiderson: Quais são os seus objetivos na arbitragem?

Douglas: Como todos, trabalhar no Campeonato Mineiro e um dia chegar no quadro nacional e trabalhar no Campeonato Brasileiro.

Naiderson: Até hoje, quais foram as experiências profissionais que lhe deram maior satisfação?

Douglas: Todos os jogos, mas o que marcou mais, foi a estréia na 2°divisão do Mineiro, por se tratar do meu primeiro jogo como arbitro profissional.

Naiderson: Fora o trabalho de árbitro você exerce outra profissão?

Douglas: Sim, sou professor de educação física.

Naiderson: Você jogava futebol antes?

Douglas: Joguei sim. Cheguei até treinar nas seleções de futebol e futsal sub 17 de Betim.

Naiderson: Qual foi a reação da sua família quando soube da sua decisão de entrar para arbitragem?

Douglas:
Minha mãe não gostava. Ela achava que estávamos arriscando demais em ser árbitro no futebol amador.

Naiderson: Como conciliar arbitragem, trabalho e família?

Douglas: É muito difícil, quando se quer vencer, temos que arrumar um jeito, pois eles são a base da nossa vida, são o nosso suporte.

Naiderson: Tem algum familiar no meio esportivo?

Douglas: Não

Naiderson: Acha que a profissionalização da arbitragem é importante?

Douglas: Sim, não basta apenas investir em jogadores e estádios. Investir em arbitragem é primordial. A responsabilidade que temos é imensa. Temos nossa importância para o bom desenvolvimento das partidas de futebol. Cabe somente a nós interpretar, julgar, e aplicar as regras. Por isso, precisamos estar sempre muito bem preparados, daí a necessidade de uma profissionalização.

Naiderson: Que dicas você dá pra quem esta começando na arbitragem?

Douglas: Dediquem-se ao maximo e nunca se esqueçam de estudar. Também é importante não desistir dos sonhos, sempre com muita fé e perseverança.

Naiderson: Fale qual foi sua reação no momento que soube da escala?

Douglas:
Fiquei muito emocionado, o coração bateu até mais mas forte. Chorei de emoção e passou um filme em nossa cabeça. Lembrei de toda a minha carreira até esse momento.

Naiderson: O que você achou da grande final?

Douglas: Achei um grande jogo, com as duas querendo jogar. Foi bastante interessante, que já a arbitragem não influenciou no resultado do jogo.

Naiderson: Você atuou em grandes jogos da Copa Itatiaia, qual a importância desse torneio para sua carreira?

Douglas: Para nós, árbitros, é como se fosse uma Copa do Mundo. Representa o reconhecimento do trabalho que vem sendo desenvolvido. Ainda mais que realizei o sonho de trabalhar em três finais consecutivas, final da Chave Metropolitana 2009, da Chave Belo Horizonte 2010 e a grande  finalissima da copa de número 50, a melhor de todas, em 2011.

Naiderson: O que você espera para esse ano de 2011 na arbitragem?

Douglas:
Espero corresponder às oportunidades que surgirem, e sempre fazer por merecer, correspondendo a confiança que em mim for dada pela nossa brilhante Comissão de Arbitragem.

Naiderson: José Eugênio, foi nomeado como presidente da Comissão de Arbitragem, aproveite para deixar uma mensagem para ele.

Douglas: Espero que ele tenha muito sucesso nesta empreitada, pois já demonstrou que tem muita competência e é merecedor, pela bela história em prol da arbitragem mineira.Que Deus o dê muita paz, saúde e sabedoria.
 

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