Douglas: Sou professor de
educação física formado na Unincor em 2009, tenho 27 anos. Trabalho no
projeto social Escola da Gente, desenvolvido pela Prefeitura Municipal
de Betim e também sou arbitro assistente do quadro da Federação
Mineira de Futebol.
Naiderson: Em que ano e onde se formou árbitro?
Douglas: Me formei em 2001, na liga de Contagem, curso
administrado pela Federação Mineira de Futebol, com o professor Juarez
Salgado.Naiderson: De
que maneira se concretizou seu ingresso na carreira de arbitragem?
Douglas: Meu tio foi arbitro
assistente CBF e do quadro da FMF, mas o incentivo veio do meu primo,
que incentivou meu irmão depois a mim.
Naiderson: Há quanto tempo você
atua como árbitro assistente?
Douglas: Comecei com
18 anos. Fará dez anos em novembro de 2011.
Naiderson: O que o levou a se
tornar um árbitro de futebol?
Douglas: Como qualquer
adolescente, tinha o sonho de ser jogador de futebol, mas o destino e
a influência do meu primo e do meu irmão fizeram com que eu entrasse
para a arbitragem.
Naiderson: Qual foi a sua
primeira partida como árbitro?
Douglas: Foi em 2002,
no campo do Tupinambás, jogo válido pelo Módulo 1. Terminou empatado:
Tupinambás 1×1 Mineirinho.
Naiderson: Qual foi o jogo mais
difícil até hoje em sua carreira?
Douglas: Não existem
jogos difíceis. Alguns são mais complicados pela rivalidade entre
algumas equipes. Também existem algumas praças esportivas com um grau
de dificuldade maior.
Naiderson: Qual foi o seu jogo
mais importante?
Douglas: A final da Copa Itatiaia Brahma 50 anos, entre
Frigoarnaldo x Inconfidência, por se tratar do sonho de todos os
árbitros que militam no futebol amador.
Naiderson: Você já passou algum
apuro ou sofreu ameaça dentro de campo?
Douglas: Sim, não tem um árbitro que atue no futebol amador
que nunca foi xingado ou pressionado. Estaria contradizendo a
realidade do futebol amador nos tempos atuais.
Naiderson: O que significa ser um árbitro de futebol pra você?
Douglas: Para mim significar muito, já que escolhi uma
carreira que me fez crescer muito como pessoa. Além disso, nós, os
árbitros de futebol, somos apaixonados pela arbitragem.
Naiderson: O que você acha da
preparação física para os árbitros?
Douglas: Acho muito importante, e essencial para o árbitro.
Esse foi o tema do meu artigo de conclusão de curso na graduação. A
preparação física é de suma importância, pois através dela o árbitro
de futebol terá um condicionamento físico adequado, que auxiliará em
sua tomada de decisão, evitando o esgotamento energético referente ao
seu deslocamento, sendo eficaz para o bom desempenho de sua função
durante o campo de jogo.
Naiderson: O que você faz no
seu tempo livre?
Douglas: Tento sair um
pouco da rotina, já que vida de árbitro e professor não e fácil.
Procuro ver filmes e ouvir música.
Naiderson: Quais são as sua
maiores qualidades?
Douglas:
Profissionalismo, Sinceridade, amizade, comprometimento, respeito ao
próximo, e principalmente ética.
Naiderson: Qual foi a decisão
mais difícil que tomou até hoje em sua vida?
Douglas: Ter me afastado por seis meses da
arbitragem.
Naiderson: Quais são os seus
objetivos na arbitragem?
Douglas: Como todos,
trabalhar no Campeonato Mineiro e um dia chegar no quadro nacional e
trabalhar no Campeonato Brasileiro.
Naiderson: Até hoje, quais
foram as experiências profissionais que lhe deram maior satisfação?
Douglas: Todos os
jogos, mas o que marcou mais, foi a estréia na 2°divisão do Mineiro,
por se tratar do meu primeiro jogo como arbitro profissional.
Naiderson: Fora o trabalho de
árbitro você exerce outra profissão?
Douglas: Sim, sou
professor de educação física.
Naiderson: Você jogava futebol
antes?
Douglas: Joguei sim.
Cheguei até treinar nas seleções de futebol e futsal sub 17 de Betim.
Naiderson: Qual foi a reação da
sua família quando soube da sua decisão de entrar para arbitragem?
Douglas: Minha mãe não gostava. Ela achava que estávamos
arriscando demais em ser árbitro no futebol amador.
Naiderson: Como conciliar arbitragem, trabalho e família?
Douglas: É muito
difícil, quando se quer vencer, temos que arrumar um jeito, pois eles
são a base da nossa vida, são o nosso suporte.
Naiderson: Tem algum familiar
no meio esportivo?
Douglas: Não
Naiderson: Acha que a profissionalização da arbitragem é importante?
Douglas: Sim, não
basta apenas investir em jogadores e estádios. Investir em arbitragem
é primordial. A responsabilidade que temos é imensa. Temos nossa
importância para o bom desenvolvimento das partidas de futebol. Cabe
somente a nós interpretar, julgar, e aplicar as regras. Por isso,
precisamos estar sempre muito bem preparados, daí a necessidade de uma
profissionalização.
Naiderson: Que dicas você dá
pra quem esta começando na arbitragem?
Douglas: Dediquem-se
ao maximo e nunca se esqueçam de estudar. Também é importante não
desistir dos sonhos, sempre com muita fé e perseverança.
Naiderson: Fale qual foi sua
reação no momento que soube da escala?
Douglas: Fiquei muito emocionado, o coração bateu até mais
mas forte. Chorei de emoção e passou um filme em nossa cabeça. Lembrei
de toda a minha carreira até esse momento.
Naiderson: O que você achou da grande final?
Douglas: Achei um
grande jogo, com as duas querendo jogar. Foi bastante interessante,
que já a arbitragem não influenciou no resultado do jogo.
Naiderson: Você atuou em
grandes jogos da Copa Itatiaia, qual a importância desse torneio para
sua carreira?
Douglas: Para nós,
árbitros, é como se fosse uma Copa do Mundo. Representa o
reconhecimento do trabalho que vem sendo desenvolvido. Ainda mais que
realizei o sonho de trabalhar em três finais consecutivas, final da
Chave Metropolitana 2009, da Chave Belo Horizonte 2010 e a grande
finalissima da copa de número 50, a melhor de todas, em 2011.
Naiderson: O que você espera
para esse ano de 2011 na arbitragem?
Douglas: Espero corresponder às oportunidades que surgirem, e
sempre fazer por merecer, correspondendo a confiança que em mim for
dada pela nossa brilhante Comissão de Arbitragem.
Naiderson: José Eugênio, foi
nomeado como presidente da Comissão de Arbitragem, aproveite para
deixar uma mensagem para ele.
Douglas: Espero que
ele tenha muito sucesso nesta empreitada, pois já demonstrou que tem
muita competência e é merecedor, pela bela história em prol da
arbitragem mineira.Que Deus o dê muita paz, saúde e sabedoria.