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 23/01/2018    08:13hs

ENTREVISTA

Candidato à ANAF, Salmo Valentim diz que discutira todos os assuntos com os árbitros e que o ex-árbitro baiano Arilson Bispo será seu vice-presidente

O candidato a presidência da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), Salmo Valentim da Silva, concedeu entrevista ao Blogueiro Valdir Bicudo onde falou de como será sua gestão caso seja eleito.

Na entrevista, Valentim diz que quer ser presidente por reunir todas as condições possíveis e por ter experiência necessária para o cargo adquirido ao longo dos dezessetes anos servindo a arbitragem.

O candidato revelou ainda em primeira mão que o baiano Arilson Bispo da Anunciação será seu vice-presidente.

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Nota da redação: Em relação ao vice-presidente, o estatuto da ANAF diz que a diretoria é composta de cinco vices-regionais e em caso de vacância da presidência por qualquer motivo, assume o vice-presidente mais velho. Caso o dirigente queira que Arilson o substitua nos casos previstos, terá que mudar o estatuto ou escolher os outros vices de idade inferior ao baiano. Em mudanças estatutárias como essa, o mais correto é que seja valida somente para gestão futura.

Salmo afirmou mais uma vez que sua gestão não terá nenhum dirigente vinculado a qualquer cargo nas federações ou na CBF.

O dirigente também falou sobre assuntos como transformar a entidade em Federação, direito de arena, direito de imagem e patrocínio. Segundo Salmo tudo será amplamente discutido com os árbitros, pois  não há mais espaço para a arbitragem ficar fora das grandes discussões e melhoria do nosso futebol.

Veja abaixo a entrevista na integra.

Valdir Bicudo: O sr. foi árbitro e presidiu a comissão de arbitragem da Federação Pernambucana de Futebol, e atualmente é tesoureiro da ANAF. Por que quer ser o presidente da ANAF?

Salmo Valentim: Por reunir todas as condições possíveis e por haver sido, presidente do sindicato dos árbitros de Pernambuco, Presidente da CEAF/PE, vice-presidente da ANAF por quatro anos, e tesoureiro nos últimos oito anos. Além de esperar o momento certo, ao longo de dezessete anos.

VB.: Por que Pernambuco não conseguiu a Certidão de Registro Sindical (Carta Sindical) à arbitragem, mesmo com o sr. militando há tempo nas lides sindicais?

CV: Sai do sindicato em 2008 - já se passaram dez anos, e por ter renovado o estatuto da entidade, onde só dá direito a um mandato de dois anos, com uma única reeleição. No meu mandato, foquei em adquirir uma sede própria e cumpri esta meta, apesar de todas as dificuldades encontradas.

VB.: Já definiu quais serão os nomes e qual é o perfil exigido na sua ótica, para ser diretor da ANAF na sua gestão?

CV: O único nome que está definido é o meu vice- presidente. Arilson Bispo da Anunciação. Os demais nomes serão discutidos com a futura diretoria.

O vice, Arilson Bispo, aposenta o apito este ano

VB.: Caso seja eleito, sua diretoria terá árbitros em atividade nas federações de futebol e na CBF?

CV: Sim, pretendemos ter alguns árbitros em atividade na nossa gestão.

VB.: Como ter uma entidade independente para pleitear os direitos à confraria do apito, se a ANAF atualmente tem vários de seus dirigentes vinculados as federações de futebol e a CBF, onde exercem diferentes funções?

CV: Na nossa gestão não teremos nenhum dirigente vinculado a qualquer cargo nas federações ou na CBF.

VB.: O sr. vai permitir que este tipo de situação no mínimo antiética, continue?

CV: Os árbitros estão ansiosos por mudanças, e não entraremos para continuar sendo o mais do mesmo.

VB.: As categorias trabalhistas que possuem uma FEDERAÇÃO, além de serem reconhecidas pela (CLT) e a Constituição Brasileira, têm representatividade política. O caso mais recente é a conquista do percentual de 1,5%, de direito de arena obtido pela Federação dos Técnicos de Futebol do Brasil aos treinadores do nosso futebol. A ANAF vai continuar no atraso, sendo ANAF?

CV: Faremos o possível para dar continuidade com uma melhor qualidade de gestão. Esses assuntos serão amplamente debatidos com todos os segmentos do futebol brasileiro. Não há mais espaço para a arbitragem ficar fora das grandes discussões e melhoria do nosso futebol.

VB.: As associações de árbitros de acordo com a (CLT) e a própria Constituição, são entidades com fins recreativos. Ou seja, associações não possuem representação jurídica e política. O sr. dará ênfase na criação de novos sindicatos, visando a criação da FEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL?

CV: Faremos debates de todas as possibilidades - precisamos ter credibilidade e força coletiva, para então, construirmos as pontes necessárias para alcançarmos os objetivos da classe.

VB.: Qual é a sua posição em relação ao direito de arena à arbitragem?

CV: Estarei visitando todos os estados brasileiros e discutiremos a questão. Tenho meu posicionamento definido - porém, vou ouvir toda a categoria para montarmos uma estratégia que viabilize os meios necessários para alcançarmos esta conquista legítima à arbitragem.

VB.: E sobre o direito de imagem para a categoria do apito?

CV: É outra situação que não pode mais ser protelada. Vamos discuti-la abertamente, inclusive com a imprensa esportiva do nosso futebol.

VB.: Há mais de duas décadas, a CBF estampa no uniforme da arbitragem que atua nas suas competições, diferentes logomarcas de multinacionais e obtém lucros que ultrapassam a casa dos milhões de reais. O árbitro é focalizado em média numa partida pela TV, entre (sessenta e sessenta e cinco vezes). É justo na sua opinião a arbitragem não ter participação no lucro neste tipo de publicidade?

CV: Hoje a um repasse muito pequeno para a entidade, quando estivermos amadurecidos no assunto e totalmente unidos como um todo, aumentaremos este percentual sem sombra de dúvida.

VB.: Como sindicalista nato que é, o sr. não vê algo análogo a escravidão na situação acima nominada?

CV: Não vejo desta maneira, vejo hoje a categoria dispersa e sem união, o que propicia a imposição de qualquer medida.

VB.: Atualmente, um universo de trezentos árbitros da Seleção Nacional de Árbitros de Futebol (Senaf), deixaram de pagar suas contribuições à ANAF. Segundo informações, há muita insatisfação com o modus operandi da diretoria da entidade. Qual será a metodologia a ser empregada pelo sr. e congêneres, para convenceres esse expressivo contingente a contribuir novamente com a ANAF?

CV: Discutiremos o problema com a categoria. Nenhuma entidade de classe se mantém sem contribuições dos seus associados. E os árbitros precisam entender isto. Alguns atacam quem lhes defende - mas silenciam com quem tira os seus direitos.

Ex-árbitro e atual blogueiro Valdir de Cordova Bicudo

Fonte: Veja essa e mais noticias do apito em: Blog do Bicudo

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