Nota da redação: Em relação ao vice-presidente, o estatuto da
ANAF diz que a diretoria é composta de cinco vices-regionais e em
caso de vacância da presidência por qualquer motivo, assume o
vice-presidente mais velho. Caso o dirigente queira que Arilson o
substitua nos casos previstos, terá que mudar o estatuto ou escolher
os outros vices de idade inferior ao baiano. Em mudanças
estatutárias como essa, o mais correto é que seja valida somente
para gestão futura.
Salmo afirmou mais uma vez que sua gestão não terá nenhum dirigente
vinculado a qualquer cargo nas federações ou na CBF.
O dirigente também
falou sobre assuntos como transformar a entidade em Federação,
direito de arena, direito de imagem e patrocínio. Segundo Salmo tudo
será amplamente discutido com os árbitros, pois não há mais
espaço para a arbitragem ficar fora das grandes discussões e
melhoria do nosso futebol.
Veja abaixo a
entrevista na integra.
Valdir Bicudo: O sr. foi árbitro e presidiu a comissão de
arbitragem da Federação Pernambucana de Futebol, e atualmente é
tesoureiro da ANAF. Por que quer ser o presidente da ANAF?
Salmo Valentim: Por reunir todas as condições possíveis e
por haver sido, presidente do sindicato dos árbitros de Pernambuco,
Presidente da CEAF/PE, vice-presidente da ANAF por quatro anos, e
tesoureiro nos últimos oito anos. Além de esperar o momento certo,
ao longo de dezessete anos.
VB.: Por que Pernambuco não conseguiu a Certidão de Registro
Sindical (Carta Sindical) à arbitragem, mesmo com o sr. militando há
tempo nas lides sindicais?
CV: Sai do sindicato em 2008 - já se passaram dez anos, e
por ter renovado o estatuto da entidade, onde só dá direito a um
mandato de dois anos, com uma única reeleição. No meu mandato,
foquei em adquirir uma sede própria e cumpri esta meta, apesar de
todas as dificuldades encontradas.
VB.: Já definiu quais serão os nomes e qual é o perfil
exigido na sua ótica, para ser diretor da ANAF na sua gestão?
CV: O único nome que está definido é o meu vice-
presidente. Arilson Bispo da Anunciação. Os demais nomes serão
discutidos com a futura diretoria.
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O vice, Arilson Bispo,
aposenta o apito este ano |
VB.: Caso
seja eleito, sua diretoria terá árbitros em atividade nas federações
de futebol e na CBF?
CV: Sim, pretendemos ter alguns árbitros em atividade na
nossa gestão.
VB.: Como ter uma entidade independente para pleitear os
direitos à confraria do apito, se a ANAF atualmente tem vários de
seus dirigentes vinculados as federações de futebol e a CBF, onde
exercem diferentes funções?
CV: Na nossa gestão não teremos nenhum dirigente vinculado
a qualquer cargo nas federações ou na CBF.
VB.: O sr. vai permitir que este tipo de situação no mínimo
antiética, continue?
CV: Os árbitros estão ansiosos por mudanças, e não
entraremos para continuar sendo o mais do mesmo.
VB.: As categorias trabalhistas que possuem uma FEDERAÇÃO,
além de serem reconhecidas pela (CLT) e a Constituição Brasileira,
têm representatividade política. O caso mais recente é a conquista
do percentual de 1,5%, de direito de arena obtido pela Federação dos
Técnicos de Futebol do Brasil aos treinadores do nosso futebol. A
ANAF vai continuar no atraso, sendo ANAF?
CV: Faremos o possível para dar continuidade com uma
melhor qualidade de gestão. Esses assuntos serão amplamente
debatidos com todos os segmentos do futebol brasileiro. Não há mais
espaço para a arbitragem ficar fora das grandes discussões e
melhoria do nosso futebol.
VB.: As associações de árbitros de acordo com a (CLT) e a
própria Constituição, são entidades com fins recreativos. Ou seja,
associações não possuem representação jurídica e política. O sr.
dará ênfase na criação de novos sindicatos, visando a criação da
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL?
CV: Faremos debates de todas as possibilidades -
precisamos ter credibilidade e força coletiva, para então,
construirmos as pontes necessárias para alcançarmos os objetivos da
classe.
VB.: Qual é a sua posição em relação ao direito de arena à
arbitragem?
CV: Estarei visitando todos os estados brasileiros
e discutiremos a questão. Tenho meu posicionamento definido - porém,
vou ouvir toda a categoria para montarmos uma estratégia que
viabilize os meios necessários para alcançarmos esta conquista
legítima à arbitragem.
VB.: E sobre o direito de imagem para a categoria do apito?
CV: É outra situação que não pode mais ser protelada.
Vamos discuti-la abertamente, inclusive com a imprensa esportiva do
nosso futebol.
VB.: Há mais de duas décadas, a CBF estampa no uniforme da
arbitragem que atua nas suas competições, diferentes logomarcas de
multinacionais e obtém lucros que ultrapassam a casa dos milhões de
reais. O árbitro é focalizado em média numa partida pela TV, entre
(sessenta e sessenta e cinco vezes). É justo na sua opinião a
arbitragem não ter participação no lucro neste tipo de publicidade?
CV: Hoje a um repasse muito pequeno para a entidade,
quando estivermos amadurecidos no assunto e totalmente unidos como
um todo, aumentaremos este percentual sem sombra de dúvida.
VB.: Como sindicalista nato que é, o sr. não vê algo análogo
a escravidão na situação acima nominada?
CV: Não vejo desta maneira, vejo hoje a categoria dispersa
e sem união, o que propicia a imposição de qualquer medida.
VB.: Atualmente, um universo de trezentos árbitros da Seleção
Nacional de Árbitros de Futebol (Senaf), deixaram de pagar suas
contribuições à ANAF. Segundo informações, há muita insatisfação com
o modus operandi da diretoria da entidade. Qual será a metodologia a
ser empregada pelo sr. e congêneres, para convenceres esse
expressivo contingente a contribuir novamente com a ANAF?
CV: Discutiremos o problema com a categoria. Nenhuma
entidade de classe se mantém sem contribuições dos seus associados.
E os árbitros precisam entender isto. Alguns atacam quem lhes
defende - mas silenciam com quem tira os seus direitos.
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Ex-árbitro e atual blogueiro Valdir de Cordova Bicudo
Fonte: Veja essa e
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