Entrevista

Romualdo Arppi Filho, o árbitro da final

 da Copa do Mundo de 1986

Brasileiro defende chip na bola, mas é contra arbitragem eletrônica

 
21/08/2011 - O portal2014 publicou em julho de 2010 uma entrevista com Romualdo Arppi Filho, o árbitro que apitou a final da Copa de 1986 vencida pela Argentina.

Romualdo nasceu em Santos no dia 7 de Janeiro de 1939, apitou três partidas na Copa do Mundo do México em 1986, sendo: França 1x1 URSS, México 2x0 Bulgária e a final, entre Alemanha e Argentina, jogada no estádio Azteca e vencida pelos hermanos por 3 a 2. Foi o segundo árbitro brasileiro seguido a apitar o jogo final da Copa. Arnaldo David Cezar Coelho apitou a anterior na Espanha (82) entre as seleções da Itália e da Alemanha, cujo resultado foi 3 x 1 para os italianos.

Romualdo Iniciou a carreira aos catorze anos e profissionalmente aos vinte. Arbitrou ao longo da carreira duas finais de Campeonato Brasileiro (1984 e 1985),

Romualdo encerrando a partida final da Copa de 1986

duas finais do Campeonato Paulista, uma final do Mundial Interclubes e participou, ainda, de três olimpíadas.

A história de Romualdo se confunde com a história da arbitragem brasileira. Com ele, o país foi representado em pelo menos cinco eventos internacionais de peso. No maior deles, no momento mais brilhante de sua carreira de 32 anos (entre 1958 e 1990), o ex-árbitro apitou a final da Copa de 86. "Eu estava bem preparado, minha mente estava sã". Disse Romualdo.

Antes, já havia apitado em três Olimpíadas (68, 80 e 84), além da final do Mundial Interclubes de 1984, jogada em Tóquio entre o Liverpool da Inglaterra e o Independiente da Argentina. O Independiente venceu a partida por 1x0, gol de Percudani aos 6' se sagrando bi-campeão mundial interclubes (73/84).

No Brasil, dirigiu as finais dos Brasileiros de 84 e 85, no Maracanã e dos Paulistas de 76 e 79. Aposentado, Romualdo Arppi Filho optou por trocar Santos por Caldas Novas (GO). Nesta entrevista concedida ao Portal 2014, ele fala sobre o uso da tecnologia no futebol, dos erros de arbitragem em Copas e conta histórias que fazem parte do futebol brasileiro.

Acompanhe abaixo a entrevista:

Você é a favor do uso da tecnologia no futebol?
Não, sou contra. O futebol sempre foi assim. Se colocarmos a tecnologia no futebol, vai mudar tudo. Será igual ao futebol americano, parando toda hora. No final, ao invés de 90 minutos, serão duas horas de jogo. Dúvidas fazem parte do futebol. A única coisa boa seria colocar um chip dentro da bola, para saber se, por exemplo, uma bola entrou ou não. Como aconteceu na partida entre Alemanha e Inglaterra pela segunda vez em Copas, e poderia ter mudado o resultado do jogo de 2010. Os telões mostrarão para o público um possível erro do árbitro. A partida poderá ficar mais tensa e aí sim os erros aumentarem.

E os dois árbitros atrás dos gols?
Depois de tantos lances duvidosos na Copa, a Fifa está tentando implantar outra coisa sem mudar as regras e sem colocar outro juiz dentro de campo.

Já foi testado dois árbitros e não deu certo, porque o critério muda de um

No inicio da carreira e nos dias de hoje

para o outro. Como será a comunicação entre os assistentes do lado do campo e o juiz? Os assistentes de hoje são covardes, não querem se intrometer, parecem que querem prejudicar os juízes.

Você apitou finais no Maracanã e no Morumbi. As áreas internas dos estádios brasileiros ficavam aquém de estádios internacionais?
Não, não tinha problema nenhum. Os vestiários eram iguais e o caminho do ônibus para lá e de lá para o gramado era o mesmo. As equipes também percorriam o mesmo trajeto. A gente só se encontrava lá no campo.

  Qual estádio é o melhor para ser palco dos jogos da Copa em São Paulo?
Hoje seria o Morumbi. Mas os gastos são enormes e a questão é política e não técnica. O Palestra Itália depois da reforma será uma boa opção também. Até o Pacaembu. Como um estádio que cabiam 70 mil pessoas, só tem capacidade para 38 mil hoje? É muito estranho. A única coisa que não pode acontecer é a construção de outro estádio. É colocar um elefante branco na cidade.

A diminuição da capacidade dos estádios, na adequação aos padrões da Fifa, muda muita coisa para o árbitro (na final de 86, 115 mil pessoas lotaram o estádio Azteca)?
O árbitro quando chega para dirigir uma Copa já passou por várias situações e está preparado técnica, física e mentalmente. Seja para estádios vazios, com grandes ou pequenas capacidades. Nunca tive problemas com grandes públicos, no sentido de ficar nervoso. Para o árbitro tanto faz.

Como foi o início da sua carreira?

Foto atual

Eu apitava na Liga de Futebol Amador de Santos e a federação fez um curso de árbitro em 58. O primeiro desafio foi em 1961, no Torneio no Uruguai. Depois apitei a semifinal da Taça Brasil, entre Palmeiras e Fluminense. Em 68, fui à Olimpíada no México.

Como recebeu a notícia que você estaria na Copa do Mundo?
Eu estava em férias em Itajaí-SC. Depois da preparação no Brasil, fui ao México com 10 dias de antecedência, com todos os árbitros. Depois teve a preparação física, que foi difícil pois tinha a altitude. Creio que 80% do desempenho é o preparo físico do árbitro. Se ele tiver bem, ele vai bem até o fim. Em 86, eu estava bem preparado, minha mente estava sã. Se você está cansado, os reflexos são mais lentos e até levar o apito à boca o lance já passou.

Nota do apito:

Quem é Romualdo Arppi Filho?
Nascido em Santos, em 07/01/1939, casado, pai de 3 filhos, corretor de imóveis. Aos 14 anos, Romualdo começou a apitar na várzea e aos 18 anos fez o curso da Federação Paulista de Futebol. Sua foi só ocorreu em 1959. Em 1960, Ganso - apelido pelo qual é chamado carinhosamente  pelos amigos, entrou para o quadro nacional e em 1963, com apenas 24 anos, para o quadro da FIFA. Porém, antes mesmo de receber o escudo da FIFA, o Romualdo já tinha sentido o gostinho de uma partida internacional. Seu primeiro jogo internacional aconteceu dois anos antes, em 1961, quando Armando Marques o levou para trabalhar no Torneio Internacional de Verão do Uruguai. Em Montevidéu, Romualdo dirigiu as partidas Nacional (URU) x Boca Juniors (ARG) e Boca Juniors (ARG) x Cerro (URU), apresentando um excelente desempenho o que lhe garantiu o escudo da Fifa dois anos depois.

Tendo dirigido 254 partidas válidas por Campeonatos Brasileiros, sendo duas finais, em 1984 (Fluminense 0x0 Vasco) e 1985 (Bangu 1 x 1 Coritiba), Romualdo ocupa hoje a quinta colocação no ranking dos árbitros que mais apitaram jogos em Campeonatos Brasileiros. Pela Federação Paulista, dirigiu as finais de 1976 (Palmeiras 1x0 XV Piracicaba) e de 1979 (Corinthians 2x0 Ponte Preta).
 
 "A final do Mundial Interclubes de 1984 e a finalíssima da Copa do Mundo do México, em 1986. A final da Copa do Mundo é meu jogo inesquecível", responde Romualdo ao ser perguntado qual foram as partidas mais importante na sua vida.

Publicidade

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.

 

Publicidade

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.
 

Publicidade

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.
 

Publicidade

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.
 

Fechar

Publicidade

 

 

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.

Copyright © 2009 -2011     www.apitonacional.com.br ® Todos os direitos reservados

Publicidade

 

 

 

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.
 
Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.
Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.
 
Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.