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Luis Carlos Félix
Luis Carlos Félix Ferreira, árbitro da Fifa nos anos 70 e 80, atuou 22 anos e marcou época dirigindo partidas no Estado do Rio de Janeiro e pelo Brasil. Estreou nos profissionais em 1970 e apitou 269 jogos em Campeonatos Brasileiros. Foi o árbitro na final de 1987 entre Sport e Guarani (apitou a primeira partida da decisão de 1984 entre Fluminense e Vasco) e assistente nas finais de 1976 e 1981.

A nivel internacional apitou a decisão do 3º lugar de Mundial de Juniores, em 1983; Libertadores em 1985; além de trabalhar nas eliminatórias de 1989.

Félix diz não ter ganho dinheiro com a arbitragem, mas sente saudades da grana extra que entrava em sua época de autoridade.

- Em 20 anos de arbitragem, não consegui juntar dinheiro com o futebol - confessou. - Mas o patrimônio que hoje tenho veio em função dele. Comprei três casas no Rio - deu uma para o filho, que casou, e aluga a outra - e duas em Rio das Ostras (uma serve para aumentar-lhe a renda).

- Como era bom trabalhar na Taça Libertadores - recorda-se. - Ganhava 800 dólares e mais U$ 450 de diária.

Trás consigo o ressentimento com o falecido ex-presidente da Federação do Rio, Eduardo Vianna.

- Confiei nele e me dei mal. Na sua gestão, ele cassou todas as carteiras dos árbitros, para não lhes dar vínculo empregatício. Assim, os que iam para a Justiça perdiam, por não ter como comprovar. No meu caso, eu tinha cinco contratos, mas nunca cobrei. Ele dizia para eu ficar tranquilo, que quando eu parasse seria diferente, porque nunca militei contra a Federação. Esperei,

esperei, até que ele faleceu. Acho que ganharia uma indenização boa, montaria a loja que era o meu sonho. Pena que o tempo passou e não deu mais, prescreveu.

Está aposentado do funcionalismo publico e da arbitragem desde 1990, sobrevive de sua aposentadoria, algo pouco acima dos cinco salários mínimos. Lamenta não ter uma vida tão confortável financeiramente. Tanto que precisa da renda de alguns imóveis para junto com a aposentadoria se sustentar.

Após parar com a arbitragem, chegou a trabalhar apitando jogos de veteranos e treinos do Botafogo, na época de Emil Pinheiro, antes de trabalhar em clubes menores, como Desportiva-ES, Entrerriense e Barreira. Também apitou peladas de veteranos que trabalharam no BNDES. Chegou a ser comentarista de um canal a cabo por seis meses. Ganhava R$ 200 como suplente. Além disso, foi observador da Federação Carioca de Futebol.

- Quando o titular foi para outra emissora, pleiteei que dobrassem meu salário. Mas me demitiram. Chateado, pedi o valor de cinco jogos que fiz de graça, como experiência. Amedrontados, depositaram os R$ 1 mil, dinheiro para c... - ironiza.

Félix largou o cargo de observador da Ferj e explica os motivos:

- Pagavam R$ 50 para eu trabalhar em jogos da segunda ou terceira divisões. Ou menos, R$ 20, para partidas de infantis ou juvenis. Para Campeonato Carioca profissional, que o valor é de R$ 450, mandavam peixes-graúdos da comissão.

Atualmente é coordenador de esportes da Associação de

Funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na Barra da Tijuca. Reside no bairro da Penha, zona Norte do Rio de Janeiro.

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