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Wilson Carlos dos Santos
Wilson Carlos apitou a final do Campeonato Brasileiro de 1989, São Paulo 0 x 1 Vasco da Gama, no Morumbi
Wilson Carlos dos Santos, um magricela das canelas muito finas que começou a apitar jogos pela Liga de Desportos de Nova Iguaçu, onde residia.

Bancário profissional, Wilson Carlos dos Santos, tinha como benefício para o seu invejável estágio físico, a magreza que lhe garantia carregar o peso do corpo por noventa (ou mais) minutos de jogo sem apresentar qualquer desgaste físico.

Wilson Carlos dos Santos continuou dirigiu jogos promovidos pela Liga de Nova Iguaçu, atuando também em São João do Meriti, Nilópolis, Mesquita e praticamente em toda a

baixada fluminense, até meados de 1973.

Em 1974, já com 31 anos, Wilson Carlos dos Santos, via curso promovido pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, ingressaria no quadro de Árbitros da Federação Carioca de Futebol. Quem conheceu Wilson Carlos dos Santos dentro das quatro linhas e teve o prazer de trabalhar ao lado dele, sabe que "aquele negro das canelas finas, intransigente na disciplina em qualquer situação do jogo ou em qualquer campo" somente dignificou a profissão e forneceu coragem e ensinamentos aos iguais.

Disciplinador sobre todos os aspectos, Wilson Carlos dos Santos, deu saltos decisivos na carreira, como árbitro da Confederação Brasileira de Futebol e aspirante à FIFA, apitando jogos importantes nos campeonatos carioca, brasileiro, Taça Libertadores da América e Mundial de Juniores, além de partidas eliminatórias de Copas do Mundo e outras competições.

Num dos bons momentos da carreira, Wilson Carlos apitou a final do Campeonato Brasileiro de 1989, São Paulo 0 x 1 Vasco da Gama, no Morumbi, e ainda mantém a sétima posição no ranking da CBF, entre os dez árbitros que mais atuaram em jogos do Brasileirão, desde 1974, com 201 atuações.

Wilson Carlos dos Santos tinha, principalmente nos amigos de profissão, um largo círculo de amizades e um grande número de fãs.

O assistente Djalma de Carvalho, que também cursou a turma da Ferj em 1974, se tornou um grande amigo pessoal de Wilson Carlos desde então, e, como grandes amigos, ficavam felizes quando faziam parte de um mesmo trio de arbitragem numa rodada do Carioca. "Eu bandeirei muito pra ele. Ele dava uma tranqüilidade incrível aos assistentes", enfatizou. "Ele nasceu pra isso mesmo", completou, confirmando a vocação de Wilson Carlos para arbitrar.

Arnaldo Cezar Coelho, comentarista de arbitragem da Rede Globo e jornal O Dia, foi testemunha de outro show de arbitragem de Wilson Carlos, dessa vez na preliminar de um Fla-Flu, quando Wilson estava ingressando no quadro da Federação do Rio. "Eu, que assistia ao jogo, fiquei tão empolgado que lhe dei um apito italiano Barilla, de presente", recordou. "Tinha certeza de que aquele árbitro, que, até então, só havia apitado em ligas amadoras de Nova Iguaçu, alçaria vôos mais altos", completou. E Arnaldo não estava errado, tanto é que, anos depois, Wilson chegou aos quadros da FIFA. A dura notícia veio de forma inesperada. "Foi com surpresa que recebi a notícia de sua morte", lamentou.

José Roberto Wright, comentarista de arbitragem da Rede Globo e jornal Lance!, conviveu com Wilson Carlos na arbitragem do Rio e na FIFA. "Wilson sempre

cuidou da sua boa apresentação visual, era um belo companheiro, além de um bom anfitrião. Certa vez, recebeu alguns árbitros em sua casa e nos surpreendeu tocando um excelente piano elétrico, no qual era autodidata", contou. "Como árbitro era intransigente com a indisciplina e nunca questionaram sua idoneidade", ressaltou.

O acesso de Wilson Carlos dos Santos ao quadro da FIFA foi marcante. Na primeira tentativa houve um fato inusitado. Foi na década de 80, quando o paulista Emídio Marques de Mesquita "ganhou" a vaga que seria de Wilson Carlos no quadro da FIFA. O melhor árbitro brasileiro do momento era o carioca Wilson Carlos dos Santos. Emídio Marques, entretanto, tinha como vantagem o fato de ser poliglota, engenheiro. Em função, principalmente, das relações de amizade com pessoas influentes, Emídio Masques de Mesquita foi incluído no quadro FIFA e Wilson Carlos dos Santos preterido.

Felizmente, como que por justiça Divina e depois de permanecer "de molho" - há quem fale em preconceito de cor - no denominado quadro de aspirantes a FIFA e aos 44 anos, Wilson Carlos dos Santos chegou a FIFA, onde permaneceu por um ano, batendo no limite da idade para os árbitros internacionais, 45 anos.

Trabalhou em 198 jogos de Campeonatos Brasileiros a partir de 1974. Wilson Carlos dos Santos era um músico de qualidade. Tecladista de mão cheia. Faleceu vitimado por um infarto em 31 de janeiro de 2005, aos 63 anos.

Fotos atual e da Carreira

 

 

 

 

 

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