|
Cano em disputa de bola com Paulo
Victor durante Vasco x Grêmio — Foto: André Durão |
Este fim de semana, tivemos um lance de impedimento
claro no jogo Vasco e Grêmio que só foi marcado depois da defesa do
goleiro Paulo Victor, que quase se lesionou gravemente no lance. O
atacante Cano estava muito impedido.
Quem estava assistindo ao vivo não precisou nem de replay. O
bandeira que estava precisamente na linha do penúltimo defensor e de
frente para o lance tinha certeza que o Cano estava impedido. Tanta
certeza que ele quase nem acompanha a corrida do Cano, doido pra
levantar a bandeira (veja
o lance).
Não levantou porque supostamente existiria uma orientação que em
lances de possível gol, os bandeiras teriam que esperar a conclusão
da jogada para marcarem o impedimento.
Isso faz sentido em lances difíceis para evitar que um gol seja
anulado por impedimento mal marcado por questão de poucos
centímetros. Mas para lances fáceis, em que o bandeira tem certeza
do impedimento, a suposta orientação não faria nenhum sentido.
Falei com Leonardo Gaciba, presidente da Comissão de
Árbitros da CBF, para saber se a orientação havia mudado da minha
época de árbitro. Na Copa, a orientação era clara para os bandeiras:
“Se tiver 100% de certeza do impedimento, levanta a bandeira logo e
marca o impedimento.”
Fui atrás do protocolo do VAR para saber se lá haviam mudado a
orientação. E não mudou nada! Lá está escrito: “Árbitros Assistentes
devem sempre tomar uma decisão. No entanto, se um jogador está
dentro da área penal e está prestes a marcar e há uma DÚVIDA REAL
sobre o impedimento, adiar o sinal da bandeira pode evitar um grande
erro que não pode ser corrigido se o jogo for interrompido.”
“Se o assistente tiver 100% de certeza do impedimento, ele não
precisa esperar a conclusão da jogada para marcar.” - afirmou Gaciba.
Acabou a polêmica! Bandeiras não tem nada que esperar para marcar
impedimentos claros. Está na regra, no protocolo do VAR e agora, de
uma vez por todas, esclarecido nas orientações.