Foto: Cassio Albuquerque/ArquivoGE-AP |
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FAF gastou
480 mil com salários em 2016, mas não teria pago taxas
de arbitragem |
Segundo denuncias
recebida pelo Apitonacional, à
Federação Amapaense de Futebol (FAF), entidade criada há 74 anos,
dirigida a mais de uma década pelo Deputado Federal Antônio Roberto
Rodrigues Góes da Silva, ou simplesmente Roberto Góes, preso em 2010
por suposto esquema de desvio de verbas federais no Amapá e que
responde atualmente processo por corrupção passiva e licitação
fraudulenta, estaria devendo taxas de arbitragem desde 2016. A soma
pode ultrapassar 150 mil reais.
Segundo um árbitro
ouvido pelo Apitonacional, o
atraso no pagamento das taxas ocorre todo ano, eles atuam de janeiro
a dezembro sem receber as taxas como prevê o estatuto do torcedor e
além de serem caloteados, tem que aceitar calado, pois quem reclamar
é excluído do quadro local e até mesmo do nacional caso este faça
parte da RENAF. Nem mesmo ao Ministério Público (MP) eles podem
recorrer, pois fatalmente serão punidos quando seus nomes aparecerem
nas investigações do órgão.
Créditos: Rosivaldo Nascimento |
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Presidente
da FAF Roberto Góes foi preso em 2010 por suposto
esquema de desvio de verbas federais |
Os árbitros sequer
podem recorrer ao seu representante legal, o sindicato dos árbitros,
pois segundo eles, o presidente Carlos Augusto, o ‘Carlão’ como é
conhecido, não passa de capacho e atua como motorista do presidente
da federação, só tem papo e não defende os árbitros como deveria.
Eles dizem também que Carlão faz vista grossa com a intenção de ser
indicado pela FAF como instrutor da CBF pelo estado.
Segundo ainda este
árbitro, a federação amapaense organiza seis campeonatos por ano e
apesar de serem as menores taxas do país, não são quitadas como
prevê a lei e tem muitas delas atrasadas a mais de três anos. O
Apitonacional apurou que na
principal divisão do estado, um árbitro recebe 500 reais enquanto o
assistente fica com a metade disso. Já no Sub-20, o árbitro, quando
recebe, fica com 130 reais e o assistente fica com 65 reais. Uma
miséria se comparado com valores pagos em outros estados e com os
gastos internos da FAF.
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Carlão,
presidente do sindicato, é visto pelos árbitros como
capacho do presidente da FAF - Crédito: facebook |
De acordo com o
Ranking Nacional das Federações de 2018 feito pela CBF, o Amapá está
na 26º e penúltima posição, a frente apenas de Roraima. Segundo
balanço publicado no site da mesma CBF, mesmo sendo insignificante e
sem peso político, a Federação Amapaense de Futebol recebeu em 2016,
R$1.071.910,00 da entidade nacional a qual é filiada, em forma de
doação, para fomentar o futebol no estado. Foram 75 mil reais
mensais de janeiro a setembro, 100 mil em outubro e novembro e 175
mil em dezembro totalizando mais de 1 milhão de reais (veja abaixo).
Curiosamente no
balancete, enquanto a FAF gastou algo em torno de 480 mil reais com
funcionários, os gastos com a arbitragem foram pouco mais de 61 mil
reais. Mas apesar de constar em balancete, os árbitros dizem que não
receberam.
O que eles disseram
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Entramos em contato com Marilene da Matta, ex-arbitra
assistente e atual presidente da comissão estadual de
arbitragem daquele estado. A dirigente ignorou nosso
contato, mas divulgou a mensagem com as perguntas do
site no grupo de whatsapp que administra e que tem como
membros os árbitros do estado, o que foi visto por
muitos como forma de ameaças. Questionada pela atitude,
a jovem senhora com rosto de patricinha, respondeu que
não faz ameaças e bloqueou nosso contato sem qualquer
explicação sobre as denuncias.
Comenta-se em Macapá que Marilene da Matta deve perder o
cargo em breve.
Procuramos também Carlos Augusto de Almeida Lima,
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Marilene da
Matta - Crédito: facebook |
presidente do sindicato dos árbitros que disse estar em
viagem ao exterior e que falara sobre o assunto quando
retornar ao país. |
Não conseguimos
contatar Roberto Góes, presidente da FAF, por este estar chefiando a
delegação brasileira Sub-20 que disputa o Sul-americano da categoria
no Chile.
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Print do
grupo de whatsapp onde Marilene postou a mensagem que
foi entendida como ameaças pelos árbitros |