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Leonardo Gaciba - Crédito: Cleia
Viana/Câmara dos Deputados |
Leonardo Gaciba está em situação desconfortável no
comando da arbitragem brasileira. O gaúcho cometeu um erro primário
ao receber dirigentes do São Paulo e aceitar mudar uma escala de
arbitragem a pedido dos cartolas tricolores.
Com a porteira aberta, é natural que outros times
também se sintam no direito de exigir modificações de árbitros. O
Flamengo está na dele ao solicitar que Wilton Pereira Sampaio não
apite o jogo da volta da Copa do Brasil contra o São Paulo. Tentou,
mas não conseguiu. Outros times deverão usar a mesma estratégia e se
o São Paulo obteve êxito, por que os demais também não podem ter os
pedidos atendidos?
O fato é que a arbitragem brasileira continua ruim.
Mesmo coma chegada da tecnologia e a implantação do VAR, os
profissionais do apito tem um desempenho muito abaixo do esperado e
isso é responsabilidade da CBF e do comando da arbitragem.
Por mais que se tente uma renovação no quadro
nacional, o material humano deixa a desejar. E é aí que deveria
entrar em ação um plano para qualificar e treinar melhor os homens
do apito.
A arbitragem nacional sofre o mesmo problema que o
futebol. Assim como não surgem mais craques aos montes por aqui, o
apito também vem deixando de revelar bons nomes. Gente como Armando
Marques, Dulcídio Wanderley Boschilia, Arnaldo Cesar Coelho,
Romualdo Arppi Filho já não surgem mais. Aliás, depois de Arnaldo
(1982) e Romualdo (1986), nenhum outro brasileiro teve a honra de
apitar uma final de Copa do Mundo, o que ajuda a reforçar a tese de
que estamos ladeira abaixo quando o assunto é árbitro de futebol.
Assim, o que era para ser um benefício se tornou mais
um problema. Por falta de capacidade técnica, nossos apitadores
conseguem se atrapalhar com o VAR, com a tecnologia. A ferramenta
seria um desafogo na pressão exercida sobre o trio em campo, mas no
Brasil apenas reforçou o quão ruim é essa categoria.
Com tanta gente incapacitada para levar um jogo de
futebol adiante sem polêmicas, vai sobrar para o chefe deles ter que
fazer sala para dirigente indignado e inconformado. Eles que se
virem.
Por Ricardo Capriotti - Terceirotempo.com.br