Árbitro que deu
nove minutos de acréscimos pega gancho de seis meses,
fica revoltado e promete acionar Federação do Amapá na
justiça
Documento
com a punição teria sido imposição de Neto Góes, vice
da FAF que sequer forneceu água
aos árbitros
Ylleno Freitas durante Ypiranga e
Santos — Foto: Rodrigo Juarez/GE-AP
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Na última terça-feira (20),
Ypiranga e Santos jogaram no Estádio Zerão, pela abertura do
Campeonato Amapaense de Futebol Profissional deste ano. O campeonato
que é realizado pela Federação Amapaense de Futebol (FAF), reúne
sete clubes profissionais (Ypiranga Clube, E.C Macapá, Independente
e Santana) e será disputado em seis rodadas classificatórias com 27 confrontos no
total. A final, após as 26 partidas entre os concorrentes, está
prevista para o dia 23 de setembro.
Como não poderia ser diferente, na partida de abertura o que
mais chamou a atenção foi a polemica com a arbitragem e o descaso
com os profissionais que sequer tiveram água para beber e a moto do
árbitro sendo danificada no estacionamento do estádio.
Devido a
tumulto com banco de reserva e outras paralisações no segundo tempo,
o arbitro do confronto, Ylleno Freitas da Silva, deu 8 minutos de
acréscimos e acrescentou mais um totalizando nove. O Ypiranga vencia
por 2 a 1 e o gol de empate foi anotado aos 54:24, motivo principal
do gancho dado ao árbitro.
Veja os lances da partida abaixo.
Após reclamações, a comissão de
arbitragem da Federação Amapaense de Futebol (FAF) afastou por seis
meses o árbitro Ylleno Freitas da Silva, que durante esse tempo
passara por reciclagem. O árbitro disse que não aceita a punição e
que levara a FAF aos tribunais.
A decisão aconteceu após avaliação
do desempenho na partida da última terça pela comissão de
arbitragem. No documento assinado pela presidente da CEAF, Marilene
Matta, o afastamento foi em virtude dos inúmeros equívocos ocorridos
no jogo e os 9 minutos de acréscimos dado no segundo tempo,
considerado um absurdo pela presidente. (veja documento abaixo).
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Procurado pelo
Apitonacional, Ylleno Freitas
enviou áudio falando do jogo e de todos os acontecimentos da
partida. Segundo o árbitro os acréscimos foi decorrente de duas
paralisações por tumulto entre jogadores nos bancos de reservas, câimbras e cai
cai por parte de jogadores do Ypiranga e entende que os acréscimos
poderia ser maior e que teria que
acrescentar pelo menos 10 minutos.
Disse ainda que teve que beber
água do chuveiro, pois a Federação sequer forneceu água para a
equipe de arbitragem, que não recebeu a taxa do jogo e que sua moto
foi danificada no estacionamento do estádio, o que gerou um prejuízo
acima da taxa do jogo, ou seja, mais de R$ 500 reais.
Ouça o áudio do árbitro no vídeo abaixo.
O
Apitonacional entrou em contato com Marilene Tavares,
presidente da comissão de arbitragem do Amapá que falou sobre o
ocorrido.
“Se a decisão
dependesse somente da comissão, o árbitro passaria por
aperfeiçoamento por equívocos cometidos durante a partida e
não somente por conta dos acréscimos, que é passível, é
claro, do entendimento do árbitro conforme as paralisações e
substituições durante o jogo, mas ele não seria afastado por
tanto tempo. Passaria por aperfeiçoamento e quando a
comissão entendesse que deveria escalar novamente em jogos,
assim seria feito” – disse Marilene.
Marilene Tavares da Matta
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Nota do
Apitonacional
O
Apitonacional não opina sobre os acréscimos dados pelo
árbitro, pois entende que somente o profissional tem a noção dos
fatos ocorridos na partida e, especialmente no segundo tempo, tem
todo direito de
tomar a decisão de acrescentar o tempo que julgar necessário. Mas se foi exagerado os acréscimos
como diz o documento com a punição da FAF,
mais exagerado foi a atitude da Federação Amapaense de Futebol
com a punição esdrúxula, absurda e inaceitável que não deve se sustentar.
Se faz necessário a intervenção da entidade de classe ou até mesmo
da associação nacional para preservar o direito e a imagem do
árbitro que agiu dentro das regras do jogo e conforme suas
convicções.
Não custa lembrar
que esta mesma FAF, paga taxa de 500 reais por partida para o árbitro,
sendo a metade no jogo e o restante só Deus sabe quando, devia até o ano
passado, cerca de 100 mil reais aos profissionais do apito,
acumulados ao longo dos últimos anos, como amplamente denunciado
neste e em outros meios de comunicação.
O
Apitonacional apurou com uma fonte em Macapá, que o
documento com a punição ao árbitro, teria sido redigido
possivelmente sob as ordens de
‘Neto Góes’, vice-presidente e mandatário de fato na Federação
Amapaense de Futebol e assinado pela dirigente da arbitragem
supostamente sob ameaças de demissão.
Questionada sobre a origem do
documento e se tinha sido forçada a assinar a punição, Marilene não
quis entrar em detalhes e nem confirmar a informação.
Após a partida, árbitro encontra moto
danificada no estacionamento do estádio Zerão - Crédito:
Arquivo pessoal
O Apitonacional teve acesso aos
números do segundo tempo da partida cronometrados pelo Eleven Sports,
aplicativo parceiro da Federação Amapaense de Futebol. Os números
foram
disponibilizado pelo administrador ao árbitro, segundo
ele, mediante pagamento de um valor estipulado para ter acesso aos dados
que servirão futuramente como material de
defesa.
2º tempo: 45 minutos = 21:30 bola
rolando e 23:30 bola parada.
Acréscimos: 8 + 1 = 9 - 4:10 bola
rolando e 5:50 bola parada.