
Após forte pressão dos clubes e da
mídia local, a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) definiu que a
arbitragem dos dois confrontos entre Grêmio e Internacional, pela
final do Campeonato Gaucho de 2025, será arbitrados por árbitros de
outros estados.
O Gre-Nal 445, partida de ida da
final, que acontece neste sábado, às 17h45min, na Arena Grêmio, será
comandada por Ramon Abatti Abel, do quadro FIFA de Santa Catarina.
O VAR ficará por conta de Daiane
Muniz que também faz parte do quadro da FIFA e pertence à Federação
Paulista de Futebol. Os assistentes serão Rodrigo Figueiredo, do Rio
de Janeiro, e Bruno Boschilia, do Paraná. Ambos também são da FIFA.
O quarto árbitro é Jefferson Ferreira de Morais, de Goiás.
Escala de arbitragem Grêmio x
Inter
Árbitro: Ramon Abatti Abel
(FIFA-SC)
Assistente 1: Rodrigo Figueiredo Henrique Correa (FIFA-RJ)
Assistente 2: Bruno Boschilia (FIFA-PR)
Quarto árbitro: Jeferson Ferreira de Moraes (GO)
VAR: Daiane Muniz (FIFA-SP)
AVAR: Fabrício Porfírio de Moura (FIFA-SP)
Essa definição atende a um pedido
oficial do Inter, que enviou ofício para a FGF nesse sentido no
início da semana. Os dirigentes do Grêmio, por sua vez, não se
manifestaram contrariamente à indicação de um árbitro de fora do Rio
Grande do Sul.
Vice presidente de Novelleto, que comandou a FGF por 16 anos com
árbitros do estado em todas as finais, Luciano Dahmer Hocsman mal
assumiu a entidade e na sua segunda final cedeu a pressão dos clubes
e decretou o fim da arbitragem importando profissionais de outras
federações.
"Situação
desconfortável" - diz Vuaden
Desde 1981 um Gre-Nal do Gauchão
não tinha um árbitro de fora do Rio Grande do Sul. O nome do árbitro
de outra federação foi anunciado na tarde da ultima quinta-feira (6)
por Leandro Vuaden, presidente da Comissão. Ele também confirmou que
a partida de volta, no domingo (16), também terá um árbitro de outro
Estado.
- Isso em nenhum momento
diminui a qualidade e a competência dos árbitros gaúchos, porque
eles também são requisitados para outros estados. É a primeira vez
que isso acontece. Olhamos para frente buscando aprender. É
importante ressaltar que circunstâncias administrativas fizeram com
que essas decisões sejam tomadas. Na função de prestador de serviço,
preciso acatá-las. Sempre atendendo o que é o melhor para o futebol,
nada mais do que isso — explicou Vuaden que acrescentou que a
situação de ter de escalar alguém de fora do RS é delicada.
- Não é uma situação
confortável, mas reflete um pouco tudo o que acontece. Não tivemos
outra a não ser essa alternativa - disse Vuaden visivelmente
constrangido.
 |
Vuaden: "Situação desconfortavel" -
Crédito: Saimon Bianchini / Agência RBS |
Quem já apitou GRE-NAL
Nos últimos anos, em Gre-Nais por
outras competições que não o Gauchão, têm sido comum o árbitro vir
de fora do Estado. Mas tratando-se de Campeonato Gaúcho, a lógica é
bem diferente. O último que foi apitado por um "não-gaúcho" foi há
mais de quatro décadas. Em novembro de 1981, no primeiro turno do
octogonal final, o Inter venceu o Grêmio por 2 a 1, no Beira-Rio,
com o carioca José Roberto Wright no apito.
O primeiro clássico da história,
vencido pelo Grêmio por 10 a 0, foi apitado pelo alemão Waldemar
Bromberg. O jogo ocorreu em 18 de julho de 1909. Mas Bromberg já
morava em Porto Alegre e fazia parte da diretoria do Grêmio.
Depois do alemão Bromberg, o
Gre-Nal só voltou a ser apitado por um árbitro nascido fora do
Estado em 1948.
Os gaúchos que mais apitaram
Em 444 clássicos comandados por
gaúchos, foram 148 árbitros diferentes comandando o Gre-Nal. A lista
dos seis que mais apitaram tem:
• 25 jogos - Carlos Rosa Martins
(RS)
• 23 jogos - Agomar Martins (RS)
• 19 jogos - Carlos Eugenio Simon (RS)
• 18 jogos - Leandro P. Vuaden (RS)
• 13 jogos - Alfredo Cesaro (RS)
• 13 jogos - José Luís Barreto (RS)
De fora do RS
• 9 jogos - Cyrill Barrick (ING)
• 7 jogos - Ricardo Silva (ARG)
• 5 jogos - José Roberto Wright (RJ)
• 5 jogos - Romualdo Arppi Filho (SP)
• 4 jogos - Miguel Comesaña (ARG)
Quarenta e nove homens que
apitaram o Gre-Nal desde 1909 não nasceram no Rio Grande do Sul.
Somando-se paulistas, cariocas, mineiros, paranaenses, goianos,
catarinenses, pernambucano, alagoano e paraense, foram 34. Foram 15
estrangeiros, sendo nove argentinos, três alemães, dois ingleses e
um uruguaio.