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 04/10/2019    10:13hs

Árbitros denunciam chefe do apito Maranhense

 Marcelo Filho, presidente da Comissão, é acusado de má gestão e perseguição; Dirigente repudia denuncias e diz que trabalha pelo crescimento da arbitragem

O Apitonacional recebeu diversas denuncias contra a gestão de Marcelo Bispo Nunes Filho (foto), desde 2012 frente à Comissão de Arbitragem do Maranhão. Segundo as denúncias, há vários anos vem ocorrendo fatos que prejudicam a integração, o trabalho e a relação dos árbitros daquele estado com a Federação Maranhense de Futebol (FMF). Entre as denúncias consta supostos desvios de materiais enviados pela CBF para os árbitros, cobrança de taxas para realização de testes físicos, suposto estelionato, perseguição política, ameaças e assédio moral contra os árbitros.

Checamos as informações com alguns árbitros, mas como preferiram manter a conversa em off temendo represálias, muitas das denuncias não serão publicadas por falta de provas consistentes.

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Veja abaixo as denúncias.

Desvio de material CBF
Teria ocorrido por vários anos seguidos desvios de material vindos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) destinados aos árbitros que compõem o quadro nacional do Estado. Segundo as denúncias, Marcelo Filho supostamente pegava esse material e distribuía entre os outros árbitros amadores e na realização de cursos nas cidades do interior do Estado.

Devido denúncia feita na CBF sobe os desvios, em 2018 e 2019 não foi disponibilizado material CBF para os árbitros.

Testes pago
Segundo as denúncias, é cobrado um valor entre R$ 25 e R$ 35 reais para a realização dos testes físicos local e da CBF. Os árbitros correm na pista da Universidade Federal (UFMA), mas tem que pagar o valor com a justificativa de comprar lona, rede e outros materiais para a Universidade Federal do Maranhão.

Mesmo pagando para realizar os testes, os árbitros têm a obrigação de levar água, fruta e tudo mais que for do seu consumo necessário nos testes.

Taxas não pagas
Existem várias taxas de 2019 do Campeonato Maranhense que não foram pagas aos árbitros e os mesmos não podem reivindicar o atrasado com medo de represálias como serem tirados do quadro da CBF e da FMF/MA.

A denúncia diz ainda que as taxas não são reajustadas à vários anos, onde o clássico do Estado, Sampaio Corrêa x Moto Clube, a taxa de arbitragem é de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) que é dividida entre 06 pessoas após serem descontados INSS que, supostamente, estaria sendo recolhido dos árbitros e não repassado ao erário público pela Federação.

Perseguição política
Segundo um dos árbitros que foram ouvidos, a perseguição política no Estado é constante e as frases “quem não está do meu lado está contra mim e eu tiro mesmo, e comigo não fica e não trabalha em lugar nenhum” são usadas para amedrontar possíveis opositores.

Segundo ainda este árbitro, o chefe da CEAF interfere em tudo no que diz respeito aos árbitros do Estado do Maranhão e gerencia a arbitragem de Imperatriz com mão de ferro e sempre com supostas ameaças.

O árbitro cita também Ivo Pereira (Francisco de Assis Pereira da Silva), presidente da associação de árbitros de Imperatriz (ARTAF), que segundo ele, pede para o chefe dos árbitros (Marcelo) frear quem contesta algo na associação como forma de não prestar contas da entidade aos associados.

Por fim, cita o caso do árbitro Carlos André que teria sido ameaçado de ser retirado do quadro local e da CBF por lançar chapa na eleição da associação fazendo com que o mesmo pedisse desfiliação indo atuar em outra federação por não compactuar com as atitudes de Ivo Pereira e de Marcelo Filho.

Assistente 171
Segundo a denúncia, um árbitro assistente que compõem atualmente o quadro local e da CBF, foi denunciado por golpes de estelionato em várias pessoas da capital do Estado. Segundo ainda a denúncia, foi instaurado inquérito policial para verificar os golpes realizado pelo assistente, mas o presidente da comissão de arbitragem teria abafado o caso e arquivado a denúncia para que a mesma não chegasse ao presidente da Federação. O motivo do arquivamento seria que o assistente compõe o quadro especial de supostos protegidos pelo dirigente.

O que eles disseram

Contatado, Marcelo Bispo, em papel timbrado da Federação, rebateu todas as denuncias. Veja abaixo o que disse o dirigente.

Desvio de Material da CBF:
Primeiramente cabe fazer alguns esclarecimentos, todos os árbitros (quadro da CBF) recebem seus uniformes e assinam a relação de recebimento de item por item. Portanto, tais informações são inverídicas, quanto aos cursos do interior, os materiais pertencem as ligas das cidades.

Teste físico:
É de responsabilidade da Federação Maranhense de Futebol, bem como ambulância com UTI, água, frutas etc. Nada é cobrado dos árbitros. Esclareço que a Pista da UFMA é a única que preenche os requisitos para o teste, não havendo qualquer cobrança acerca de valor. O Sindicado dos Árbitros em parceria com a UFMA, faz a título de doação voluntária, de rede de nylon, extensão telescópica para piscina, cones etc.

No que tange ao Teste Físico na pré-temporada realizada pela Federação os árbitros pagam 35,00 para o Instrutor Físico e sua equipe para a realização dos testes. Ressalto que a Federação Maranhense de Futebol, disponibiliza sem qualquer custo a ambulância com UTI para acompanhamento no teste físico.

Marcelo Filho durante cursos na CBF - Crédito: CBF

Taxas atrasadas:
Informo que as súmulas foram enviadas para o TJD, que já julgou e afastou as três equipes das competições até que seja feito o pagamento das taxas de arbitragem.

Informo ainda que a Taxa de arbitragem é definida em Congresso Técnico das Competições, entre Federação, Clubes e Sindicato dos árbitros, onde não tenho competência para definir sobre o assunto individualmente. Destaco, que a taxa atualmente é paga na tesouraria do Sindicato dos árbitros ou na tesouraria da Federação no prazo de 48 horas antes da realização da partida. As equipes estão cumprindo rigorosamente o regulamento.

Quanto ao INSS esclareço mais uma inverdade, o INSS referente a arbitragem é recolhido pelo Delegado do jogo e entregue na tesouraria, junto com o borderô que é publicado no site da Federação. Podendo ser observado por qualquer pessoa no próprio site da Federação no borderô – Boletim financeiro.

Nota da redação: Publicar no site da federação não significa e nem prova que os valores foram recolhidos aos cofres públicos.

Perseguição Política:
Não é verdade, a ARTAF é uma associação da cidade de Imperatriz distante por mais de 500 km de São Luís, não tenho qualquer interferência e poucas vezes vou nessa cidade.

Atualmente só existem dois árbitros que solicitaram afastamento, um assistente que pertenceu ao quadro da CBF, que não alcançou o índice de aprovação no teste escrito, ficando inabilitado para exercer a função. O outro é uma árbitra que também não alcançou o índice de aprovação nos testes físicos e escritos nos últimos anos, também ficando inabilitada para exercer a função de árbitro.

Ressalto que tais índices são impostos pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sendo realizados pelos instrutores da própria entidade. Não tendo qualquer interferência deste presidente, pois também realizo o teste escrito como Analista de Campo.

Assim, os árbitros que não alcançam à aprovação nos testes físicos e escritos, tanto na CBF e na Federação, que também realiza testes nos mesmos moldes, não são escalados para os jogos pelas Comissões Nacional e Estadual, por deficiência técnica e física, ou seja, esforço e comprometimento individual de cada árbitro.

Por fim repudio as denúncias infundadas descritas nesse documento, meu trabalho vem sendo desenvolvido visando o crescimento da arbitragem maranhense. Estamos cumprindo as metas emanadas pela Presidência da Federação na capital e no interior do estado. Resgatamos a credibilidade dos árbitros junto à opinião pública. É público os elogios que a Federação Maranhense de Futebol e a Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol, recebem através dos meios de comunicações do Estado. É público o apoio da Diretoria da Federação na Qualificação dos Instrutores Físicos, Instrutores Técnicos, na Psicologia, bem como na qualificação dos Árbitros e Assistentes, possibilitando a participação nos Cursos Fornecidos pela Confederação Brasileira de Futebol – CBF, melhorando os conhecimentos com objetivos de colocar Árbitros e Assistentes no lugar de destaque na arbitragem brasileira.

Obs. Marcelo Filho não comentou sobre o suposto estelionato praticado por um dos assistentes do quadro local e nacional.

Não conseguimos contatar Ivo Pereira, presidente da associação dos árbitros de Imperatriz, para falar sobre as denuncias.

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

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