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Bruno Rezende - Crédito: Nathalia
Freitas |
O clássico desse domingo (16) no estádio Olímpico
entre Atlético e Goiás não foi apenas especial para os rubro-negros,
que venceram a partida da 6ª rodada do Campeonato Goiano por 3 a 0.
Afinal de contas, a arbitragem goiana se despediu de um profissional
experiente e presente em muitos jogos importantes, o árbitro Bruno
Rezende, que deixa o quadro da Federação Goiana de Futebol para se
mudar para os Estados Unidos da América.
Entrevistado pela repórter Nathália Freitas à Sagres 730, o árbitro
reforçou que esse “foi o último jogo e o encerramento da carreira.
Fico feliz de ter encerrado nesse grande clássico, porque para mim é
o maior clássico do estado de Goiás hoje. Aliás, hoje não, já tem
algum tempo. Não é a maior rivalidade, mas é o maior tecnicamente,
tanto que os dois vêm polarizando os títulos e a disputa na Série A
do Brasileiro”.
Muito emocionado, Bruno Rezende ressaltou que “é muito difícil, com
certeza não é fácil abrir mão de uma coisa que você ama fazer e que
passou metade da sua vida fazendo. Hoje tenho 34 anos e desde os
meus 17 mexo com isso. Uma coisa que escolhi fazer, a princípio, por
dinheiro e diversão no final de semana e veio a paixão. Uma coisa de
louco, ninguém entende por que alguma pessoa resolve virar árbitro,
mas quem é sabe o que é isso aqui”.
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Bruno Rezende com a mãe Celma Júlia
Rezende no Serra dourada - Crédito: Montovani Fernandes |
“Não tem valorização nenhuma, muitas vezes é humilhado, mas
continuamos, persistimos, nos dedicamos e abrimos mão de muita
coisa. Perdi amigos por causa disso, perdi convívio com os meus dois
filhos maiores durante um bom tempo, porque tinha que estar
apitando, viajando e treinando. Então perdi festa de aniversário,
festa de aniversário de casamento com a esposa, mas todos eles
sempre me apoiaram e foram companheiros. Agradeço pela família que
tenho e a carreira que fiz” - acrescentou.
O árbitro recordou que “esse foi o oitavo ou nono ano, com esse de
hoje foram dez clássicos entre Atlético, Goiás e Vila. Dos dez,
apenas um houve contestação da minha arbitragem, que foi um Atlético
x Vila, e que reconheço que não fui bem. Teve final e várias
semifinais, conheci o Brasil inteiro e outros países. A arbitragem
que me deu essa possibilidade de ir na Turquia colocar cabelo (Bruno
recentemente fez um implante). eduquei dois filhos, comprei casa e
carro, formei na faculdade, formei minha esposa, então sou muito
feliz”.
De ida para os Estados Unidos, onde tem familiares, Bruno destacou
que “agora vou dar continuidade na minha vida com outros projetos.
Quarta-feira estou indo embora do Brasil e vou seguir a vida lá
torcendo pelos meus colegas da arbitragem. Saio tranquilo, porque
sei que a arbitragem estará bem representada. A arbitragem goiana
hoje é uma das melhores do país”. Na Supercopa do Brasil disputada
nesta manhã em Brasília entre Flamengo e Athletico-PR, profissionais
de Goiás comandaram a arbitragem.
“O Wilton sensacional hoje, e se fala muito do árbitro, mas a equipe
toda era de goianos, com Fabrício Vilarinho, Bruno Pires, Elmo
Resende no suporte, Leone (Carvalho) no Rio de Janeiro no VAR. A
arbitragem de Goiás está muito bem representada. Tem galera nova
chegando aí e tenho certeza que vão dar conta do recado e continuar
essa batalha, mesmo sem reconhecimento, sem muitos apoios, porque
cada um é apaixonado por isso. Saio tranquilo pelo que fiz na minha
carreira e peço desculpa pelos erros. Sou ser humano e trabalho
muito para não errar, mas acontece e temos que reconhecer isso”
- finalizou Bruno.
Confira a emocionante entrevista de despedida de Bruno Rezende.
Bruno Resende Silva tem 34 anos (07/06/1985), reside
em Goiânia, é Policial Militar, formou-se árbitro em 2007 e entrou
para o quadro nacional em 2012. Atualmente pertence à categoria AB
da CBF onde atuou em 10 partidas na temporada passada sendo duas
pela Série D, uma pelo Sub-20 e 6 de quarto árbitro na Série A , B e
Copa do Brasil.
Fonte: sagresonline.com.br