CBF admite erro e
afasta árbitro que ignorou VAR e não marcou pênalti na Série D
O Maringá
reclamou de pênalti não marcado nas semifinais da Série
D e enviou ofício à CBF
São Paulo - 24/09/2024
18:17hs
Hieger Túlio Cardoso -
Crédito: reprodução MFC TV
Publicidade
O Maringá disputou com o Anápolis-GO, a vaga para a decisão da série
D do brasileiro em duas partidas. O primeiro confronto em Goiás
terminou empatado em 1 a 1. Na segunda partida ocorreu novo empate,
desta vez por 0 a 0, no domingo (15), no Estádio Willie Davids, em Maringá.
Após 90 minutos de jogo e seis minutos de acréscimos, o resultado
permaneceu 0 a 0, levando a decisão para os pênaltis e o Anápolis venceu o Maringá por 5 a 4.
O clube paranaense se sentiu
prejudicado e enviou um ofício à CBF questionando um pênalti não
marcado durante o segundo confronto, solicitando o áudio do VAR e
também uma explicação sobre a decisão no lance.
A jogada reclamada pelo Maringá
ocorreu aos 46 minutos do primeiro tempo. Júlio Rodrigues tenta o
drible em Igor, do Anápolis, dentro da área, e cai ao receber o
contato do defensor. O árbitro Hieger Túlio Cardoso (MG) mandou o
jogo seguir, foi acionado pelo VAR para revisar o lance e manteve a
decisão inicial de não marcar o pênalti (veja abaixo).
Quem é o árbitro?
Hieger Túlio Cardoso, que vem
ganhado espaço na arbitragem mineira, tem 27 anos (20/06/1996), e é
filho do ex-árbitro Renato Cardoso da Conceição, atual membro da
comissão de arbitragem da Federação Mineira de Futebol (FMF). Hieger
entrou para o quadro da CBF em 2022 e no ano passado apitou quatro
jogos da Série D do Brasileirão e foi árbitro reserva em jogos da
Série A. Antes do apito tentou carreira como jogador do Boa Esporte
e atualmente se tornou micro-empresário, trabalha no mercado de pets
sendo sócio de uma pet-shop em Belo Horizonte.
Veja a nota do Maringá sobre o
lance:
"Hoje, encerramos a nossa
participação na Série D do Campeonato Brasileiro com uma campanha
histórica e o principal objetivo alcançado: o acesso.
No entanto, deixamos nosso protesto contra a arbitragem comandada
por Hieger Túlio, no jogo de hoje diante do Anápolis.
Entendemos que o árbitro pode cometer erros em decisões rápidas, e
por isso, a tecnologia do VAR foi introduzida em partidas decisivas.
No entanto, aos 46 minutos da primeira etapa, nosso atleta Júlio
Rodrigues sofreu uma falta dentro da área, claramente visível nas
imagens do VAR. Mesmo com a revisão e o apontamento do árbitro de
vídeo, o árbitro de campo manteve sua decisão equivocada de não
marcar a penalidade, o que poderia ter alterado o resultado da
partida.
O Maringá Futebol Clube está
sempre aberto ao diálogo e a evolução da arbitragem, mas acreditamos
que temos o direito de manifestar nosso descontentamento,
especialmente em lances como este, onde o erro persistiu mesmo com o
uso da tecnologia" - Diz o oficio.
Resposta da CBF
A Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) retornou o oficio
protocolado no dia 17 de setembro, acerca da decisão do árbitro Hieger Túlio Cardoso, na não marcação do pênalti em cima do atleta
Júlio Rodrigues, mesmo com a revisão e orientação da tecnologia VAR,
comandado pelo árbitro de vídeo Vinicius Gomes do Amaral. A Confederação
informou que, desde o jogo da reclamação, o árbitro Hieger Túlio
Cardoso passa por processo de reciclagem e orientação.
Foto: Arquivo Pessoal
Hieger Túlio Cardoso ao lado do pai
e ex-árbitro Renato Cardoso Conceição, membro da CEAF/MG
Segue a resposta da CBF sobre o
lance questionado:
"Analisando as imagens é possível
perceber que o defensor atuou de maneira imprudente, ou seja,
demonstrou falta de atenção e agiu sem precaução ao disputar a bola
com o atacante da solicitante.
Espera-se que em situações como a
relatada acima, o árbitro, que é responsável por essa avaliação,
interprete como ação faltosa disputas dessa natureza, uma vez que
são orientados assim, através das constantes instruções passadas
pela CA-CBF.
Aclaramos que a CA–CBF está atenta
ao trabalho desenvolvido pelos árbitros nas diferentes competições
organizadas pela instituição e segue na busca pela excelência da
arbitragem brasileira.
Nesse sentido, o árbitro da
partida passará por processo de orientação, através do nosso
Programa de Assistência e Desenvolvimento da Arbitragem visando
correção com relação à interpretação, principalmente, no que
concerne ao tema disputas em situações que ocorrem dentro das áreas
penais.
Com respeito aos áudios e o vídeo
da situação em questão, a CA-CBF1 disponibiliza o referido, conforme
solicitação, no sentido de dirimir qualquer dúvida e deixar
transparente a comunicação entre o árbitro e a equipe da cabine VAR"
- diz o documento.