Na manhã da ultima segunda-feira
(25), a CBF – Confederação Brasileira de Futebol, demitiu Sérgio
Corrêa, principal dirigente da arbitragem brasileira nos últimos 17
anos. Além dele, saíram Manoel Serapião Filho, responsável pela
análise da arbitragem, coronel Marcos Cabral Marinho, ouvidor,
Cláudio Cerdeira, José Mocellin, Nilson Monção (membros), Almir
Alves de Mello (responsável por cortes de vídeo do VAR), Marta
Magalhães (psicóloga), José Roberto Wright e Érika Krauss
(logística).
O anúncio da mudança foi feita
pelo novo presidente do setor, Wilson Seneme. Além da manutenção de
outros integrantes no cargo, como Alicio Pena Júnior, Giuliano
Bozzano e Édson Resende, que segundo bastidores, também estão com os
dias contados e só não foram demitidos para manter em o
funcionamento da estrutura.
O principal objetivo de Seneme,
que chegou ao cargo após indicação de Ednaldo Rodrigues, presidente
da CBF, é reduzir os gastos no departamento contrariando os
discursos de que arbitragem é investimento. Enquanto economiza na
arbitragem, a CBF gasta milhões com mordomias e mensalinhos para
federações e dirigentes destas.
Sergio entrou na Comissão Nacional
de Arbitragem em 2005, logo após o escândalo da `Máfia do Apito’ que
derrubou o então presidente Armando Marques. O dirigente era
auxiliar do então presidente Edson Rezende, trabalhava na
reestruturação do departamento e assumiu o cargo pela primeira vez
em 2007, por conta de doença do chefe sendo demitido em agosto de
2012.
Em maio de 2014 assumiu novamente
a presidência da CA-CBF onde ficou até setembro de 2016. O dirigente
passou então a cuidar apenas de estudos para implementar árbitros de
vídeo e chefiou o projeto até ontem, data da sua saída em definitivo
da CBF.
Currículo
Formado árbitro em de 1982,
promovido a primeira divisão do Paulistão em 1990, eleito o árbitro
revelação da arbitragem paulista em 1992 e, integrou a relação
nacional de 1989 a 2000, tendo apitado 638 partidas oficiais na
carreira.
Foi diretor de Comunicação e
Imprensa, do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São
Paulo – SAFESP 90/93. Em 1993, disputou às eleições para a
presidência do Sindicato, recebeu 29,8% dos votos válidos (102)
sendo derrotado por Ulisses Tavares da Silva Filho.
Em 1996 assumiu às funções de
Diretor Administrativo e a partir de 97, passou a exercer às funções
de Secretário-Geral do Safesp.
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Apontado por muitos como ´pai do VAR1,
Manoel Serapião também foi demitido da entidade - Crédito:
CBF |
Foi um dos fundadores, em 25/10 de
97, da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol – ANAF, sendo
eleito para ocupar a 2º vice-presidência, para um mandato temporário
de 150 dias visando a elaboração dos Estatutos Sociais. Em 98 foi
eleito para exercer às função de Secretário-Geral da entidade, cargo
que ocupou até meados de 2004.
Foi eleito, em 21/01/00, para
exercer a vice-presidência do SAFESP e, em 10/06/00, como também foi
reeleito para o cargo de Secretário Geral da ANAF. Participou
ativamente do Grupo de Trabalho Especial do Ministério dos Esportes
e articulou junto aos parlamentares a vaga de um representante dos
árbitros no Conselho Nacional dos Esportes. Deixou a função de
secretário-geral da ANAF, em 14 de maio de 2004.
Em 2002 foi eleito presidente do
Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo – SAFESP e
reeleito em 2006 com mandato até Abril de 2011.
Em outubro de 2005 foi indicado
para compor a Comissão Nacional de Arbitragem – CBF, quando em
agosto de 2007 foi indicado presidente por Ricardo Teixeira.
A entidade divulgou nota
confirmando as mudanças (veja abaixo).
Mudanças na Comissão de
Arbitragem da CBF
Mudanças fazem parte do processo
de reestruturação da Comissão de Arbitragem da CBF.
Nota Oficial
A Confederação Brasileira de
Futebol informa que, a partir desta data, não fazem mais parte dos
quadros da Comissão de Arbitragem da CBF os profissionais Sérgio
Corrêa (foi Presidente da Comissão de Arbitragem e Gerente do
Projeto VAR), Marcos Marinho (foi Presidente da Comissão de
Arbitragem e Chefe do Centro de Desenvolvimento da Arbitragem),
Manoel Serapião (foi Ouvidor da Arbitragem e Diretor-Presidente da
Escola Nacional de Arbitragem), Almir Mello, José Roberto Wright e
Nilson Monção (foram Analistas do Centro de Desenvolvimento da
Arbitragem), Cláudio Vinícius Cerdeira (ex-integrante da Comissão de
Arbitragem), José Mocellin (ex-Coordenador Nacional da Instrução) e
Érika Krauss (ex-secretária da Escola Nacional de Arbitragem), além
da psicóloga Marta Magalhães.
As mudanças fazem parte do
processo de reestruturação da Comissão de Arbitragem da CBF, cujo
novo presidente, Wilson Seneme, tomou posse no último dia 7 de
abril. A CBF agradece aos profissionais pelos serviços prestados,
desejando êxito em seus próximos desafios.
O adeus
Através de mensagem eletrônica,
Sérgio Corrêa se despediu pedindo desculpas por algumas falhas e
agradeceu a todos.
"Ontem, 25/04/22, finalizei meu
ciclo na CBF, após 17 anos de atividades intensas.
Com a chegada do amigo Wilson Seneme, o setor necessariamente
passaria por um processo de reestruturação, que devemos apoiar.
Realizamos o que foi possível no período, mas o fim chegaria sem
dúvidas!
Venho à presença de cada um para dizer apenas *muito obrigados* pela
confiança, sabendo que trabalhamos e a tentamos alcançar o máximo
possível.
Estaremos sempre a disposição nas funções de assessoria, pois
deixamos apenas as funções diretivas.
No primeiro dia que ingressei na CBF, em 2005, o então presidente da
comissão, Dr. Édson Rezende disse: 'Na arbitragem precisamos sempre
selecionar gente séria que o futebol assim exige e merece'.
Nos perdoe alguma falha, omissão ou algum ato, pois não foi
intencional.
*Muito, muito obrigado por tudo!*
Estou feliz e espero que Wilson
Seneme, sua nova equipe, nossos grandes árbitros, instrutores, etc.
sigam evoluindo e elevando a qualidade da arbitragem.
Que o trabalho seja sempre em
prol do futebol de maneira geral e da arbitragem em particular.
Sem mais palavras, eterna
gratidão!".