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O árbitro Dyorginies Jose Padovan
consultando o VAR no Brasileirão 2020 - Crédito: Paulo
Paiva |
Em sua segunda edição com o uso do VAR, o Campeonato
Brasileiro de 2020 bateu o recorde de pênaltis marcados pela
arbitragem. Mesmo faltando ainda 23 jogos (duas rodadas e outros
três jogos adiados), a edição atual já soma 132 pênaltis, contra 127
de 2017, o ano que tinha o maior número de pênaltis na última
década. Não bastasse o aumento do número de pênaltis por toque de
mão na bola, os árbitros estão enxergando pênaltis muitas vezes
duvidosos com o uso da nova tecnologia. No final de semana, por
exemplo, o pênalti de Víctor Cuesta, do Inter, em Cano, do Vasco,
foi extremamente contestado. A ferramenta, que deixou de funcionar
no lance do primeiro gol do Inter, foi ainda muito criticada no gol
de Gabigol contra o Corinthians pela falta de clareza. Ou ainda por
não enxergar a entrada violenta de Reinaldo, do São Paulo, em Luiz
Fernando, do Grêmio.
Alguns árbitros parecem buscar o contato em lances sem bola que
pouco interferiram na jogada. Outros, caçando irregularidades após
voltar as jogadas muito tempo antes da conclusão. O mau uso do VAR,
com falta de critério e demora para resolução das dúvidas e erros,
têm feito a ferramenta cair em descrédito, sendo alvo de críticas
por parte de jogadores, técnicos, dirigentes, torcedores e
jornalistas.
Nesse Brasileirão, o uso do VAR vem sendo criticado,
principalmente pelos critérios adotados pela comissão de arbitragem,
chefiada pelo ex-árbitro Leonardo Gaciba. Além do alto número de
pênaltis, que muitas vezes determinam os placares dos jogos, as
decisões têm sido conflitantes, principalmente no que diz respeito
ao toque de mão na bola, muitas vezes involuntário.
Com a determinação de marcar pênalti praticamente em qualquer toque,
o número de infrações após o jogador tocar com a mão na bola
aumentou significativamente — de 23 na última edição sem VAR para 52
nessa edição.