Por: Diego Garcia com Thiago Braga - colaboração
para o UOL
A ex-árbitra assistente Renata Ruel Xavier de Brito
briga na Justiça de São Paulo contra a operadora Sky pedindo
indenização por danos morais no valor de R$ 20 mil por patrocínio da
empresa com a CBF.
Ruel, que hoje é comentarista de
arbitragem da ESPN, alega ter sido usada como garota-propaganda da
empresa de TV por conta do patrocínio nas mangas das camisas de
árbitros e bandeirinhas durante as partidas de futebol de torneios
como os campeonatos Paulista e Brasileiro.
Segundo as alegações da defesa de
Renata na ação, sua imagem foi utilizada com finalidade comercial,
sem nenhuma autorização.
Para sustentar o argumento de que
os árbitros têm visibilidade suficiente para servirem de outdoor e
assim render frutos a quem explora comercialmente os uniformes
daqueles que participam da partida, a defesa de Renata Ruel citou um
estudo da Universidade Federal de Minas Gerais. Segundo a análise, a
imagem estampada nos árbitros e seus assistentes aparecem por cerca
de 63 vezes em uma transmissão, por aproximadamente 4 minutos.
"Ademais, estamos aqui tratando
de um dano continuado, vez que as imagens referentes aos jogos se
encontram comumente sendo reprisadas em canais de esportes,
programas futebolísticos nos quais se discutem por vários anos as
partidas já realizadas" - argumentou a defesa da ex-árbitra
assistente.
A empresa afirmou que houve
"absoluta irrelevância da imagem pessoal da autora Renata para a
divulgação da marca da Sky".
"O único fato notório que se
verifica nos autos é que, se houve utilização indevida da imagem da
autora, como falaciosamente argumentado na petição inicial, não há o
que ampare a imputação de tal ato à Sky, que atuou como mera
adquirente de espaço publicitário no uniforme dos árbitros e seus
auxiliares que atuaram nos campeonatos organizados pela CBF,
entidade máxima do futebol no Brasil. Situação idêntica ocorre com
relação à divulgação da marca nos campeonatos organizados pela FPF"
- justificou a empresa no processo.
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Renata Ruel cara a cara com um jogador -
Crédito: Mario C. Gonçalves/ Divulgação |
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Citada, a Sky pediu que fossem
incluídas no processo a CBF, a Federação Paulista de Futebol e a
agência de marketing esportivo Klefer. A confederação disse à coluna
que desconhece informações sobre a ação.
"A CBF não foi citada no
processo envolvendo a ex-árbitra e a Sky e, portanto, desconhece o
pedido e os detalhes do caso. As relações com os árbitros são
disciplinadas em documentos próprios, que cuidam, dentre outros
aspectos, das cessões pertinentes de direitos. A CBF preza sempre
pelo resguardo das relações jurídicas com seus patrocinadores e com
os árbitros, uma vez que todos são de vital importância para o
desenvolvimento do futebol brasileiro" - afirmou a entidade
máxima do futebol brasileiro.
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O processo não é o único do tipo
sofrido pela Sky nos tribunais paulistas. Em 2019, eram pelo menos
quatro do mesmo tipo na Justiça de São Paulo. Em alguns casos, a
CBF solicita entrada nas ações para auxiliar a defesa da empresa.
Procuradas, Renata Ruel e FPF
disseram que não vão se manifestar. A Klefer informou na última
sexta-feira (11), que o departamento jurídico da empresa entraria em
contato para dar a sua versão. Quando o fizer, esta reportagem será
atualizada.
Fonte: Uol Esportes