Em depoimento bombástico à
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e
Apostas Esportivas, William Rogatto confessou sua participação em um
esquema de manipulação de jogos em todos os estados brasileiros.
Rogatto, acusado de ser o mentor
principal do esquema no Distrito Federal, afirmou ter trabalhado com
árbitros, inclusive do quadro da FIFA, para alterar resultados.
"Tinha árbitros também, dos
dois. Um árbitro hoje oficial ganha em torno de R$ 7 mil por jogo,
eu pagava R$ 50 mil para ele, o árbitro ganha pouco, o gatilho do
futebol está na máfia, que é a confederação, é a CBF, que tem
recursos e não passa. É tão simples, é uma matemática tão perfeita,
não vê quem não quer. Está tão feio que, como não acontece nada, o
sistema não faz nada, você vem e oferece um dinheiro fácil. Isso é
um gatilho da corrupção que temos no Brasil. Eu sou uma máquina que
estou oferecendo para o atleta dinheiro fácil e dando dignidade para
ele oferecer comida ao filho dele" - respondeu ao senador Carlos
Portinho (PL-RJ) sobre a participação de árbitros de confederações e
da FIFA no esquema de manipulações que comandava.
Rogattto afirmou ainda que o
esquema de manipulação dos jogos existe há mais de 40 anos e que a
“hipocrisia maior do mundo está em ter um clube de futebol hoje e
ser patrocinado por uma casa de aposta”.
"O sistema é muito além disso,
os grandes não vão cair nunca. Estamos falando de dentro da CBF, de
dentro das federações, tenho provas e vídeos. Isso não vai dar em
nada, vai fazer vítimas do sistema e, no final, não vai acabar
porque não é de agora. Isso existe há mais de 40 anos, eu fiz parte
do sistema. Se eu tiver que pagar, vou voltar para o Brasil e pagar.
Eu sou só apenas uma ferramenta, o mundo do futebol é muito mais do
que a gente pensa. Não vai dar em nada, a gente vai passar por isso,
nunca vai acabar, a maior máfia está dentro da federação" -
disse Rogatto aos senadores.
Rogatto também afirmou ao Senador
Kajuru que o esquema de manipulação favorece os árbitros do VAR
(árbitro assistente de vídeo).
"Você não acha estranho um
árbitro que vai para o VAR e ele dá um pênalti, mesmo com o VAR
falando? Eu acabei de fazer um jogo na Colômbia, na primeira
divisão, eu tenho aqui os vídeos dos dois árbitros que trabalharam
para mim na Colômbia. O árbitro ganha pouco. O gatilho do futebol
está na máfia, da federação e da CBF. Você acha que um árbitro, com
a responsabilidade que tem, ganhar R$ 6 mil… É claro que eu vou
chegar nele: 'Marca um pênalti, dá cartão para fulano de tal e te
dou R$ 50 mil'. Desculpa, mano! É tão simples. Não vê quem não quer.
Eu não precisava estar falando aqui, é tão escancarado! Está tão
feio, que como não acontece nada e o sistema não faz nada, deixa
rolar…" – disse - antes de ser questionado sobre o VAR:
"Se o árbitro com R$ 6 mil pega
R$ 50, imagina o VAR que ganha R$ 1,5 mil…".
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Jorge Kajuru e Romário durante CPI no
Senado - Crédito: Evaristo Sa/AFP via Getty Images |
O empresário também citou John
Textor, dono da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, que
vem levantando suspeitas de manipulação em partidas do Campeonato
Brasileiro.
“As pessoas que trabalharam
para mim também trabalharam contra ele nesse campeonato” - disse
Rogatto, sem aprofundar as alegações.
De acordo com Rogatto, o futebol
brasileiro está profundamente corrompido pelo envolvimento de
jogadores com apostas.
“Eu sou a máquina que está
oferecendo dinheiro mais fácil para o atleta e dando dignidade para
o cara dar de comer à família dele. Será que eu sou tão errado
assim?” - questionou.
Ele afirmou acreditar que houve
manipulação em partidas como Palmeiras 5×0 São Paulo e Palmeiras x
Vasco no ano passado.
“É só opinião minha, tá? Está
nitidamente, é só você olhar os gols. Мas o que aconteceu nada, mas
é minha opinião” - disse Rogatto.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE)
indagou se havia a presença de políticos no esquema de manipulação,
o empresário respondeu:
"Tem político, vereador,
prefeito. O sistema é único e para entrar é preciso de pessoas. Todo
mundo gosta de dinheiro. Eu sempre procurei entrar pelas secretarias
de Esporte" - afirmou.
Prestando depoimento via
videoconferência de Portugal, o empresário afirmou que, ao retornar
ao Brasil, provavelmente será preso. Os senadores membros da CPI
pretendem viajar até Portugal para reunir-se privadamente com
Rogatto, que se comprometeu a apresentar provas e pessoas envolvidas
no esquema.
A CPI da Manipulação de Jogos e
Apostas Esportivas está investigando denúncias de corrupção e
influência indevida no esporte. As alegações de Rogatto podem
implicar figuras importantes do futebol brasileiro e aprofundar a
crise ética que afeta a modalidade.
Nota do
Apitonacional
Este veiculo e as redes sociais
coligadas, vem a tempos relatando o murmurinho e informações que
correm nos bastidores da ligação de alguns integrantes da
arbitragem, seja ele árbitro ou dirigente, com a manipulação de
resultados e apostas esportivas.
É de conhecimento nos bastidores
de árbitros que apostam, através de terceiros, em partidas que
apitam e que pelo menos dois deles, fazem parte do quadro
internacional.
Nos bastidores também corre a
informação que um famoso ex-árbitro FIFA, hoje ainda muito influente
e com alto cargo na arbitragem brasileira, teria ganho muita grana
com apostas esportivas quando atuante e que inclusive, corroborando
com as informações do empresário na matéria, teria ganho um
apartamento no acesso de um clube em uma importante federação do
país. Segundo as informações, tanto o longevo presidente desta
federação, o chefe da arbitragem e pelo menos um arbitro FIFA,
seriam participantes dos esquemas de acesso e descenso deste estado.
Como já esperado, não seria
novidade para muitos do meio, se a qualquer momento viesse a publico
esses esquemas que tem enriquecido muitas pessoas do meio da
arbitragem e acima de qualquer suspeita.
Este veiculo recebe as denuncias,
na maioria das vezes em off, com pedido de sigilo e que não sejam
reveladas e não tem poder de policia para investigar. Isso cabe ao
Ministério Publico, ao GAECO e demais instituições do estado
devidamente constituída.
Este relato não tem a intenção de
manchar a categoria, mas sim de chamar atenção que, como em todo
segmento da sociedade, a arbitragem não é diferente e tem pessoas de
ma índole em seu meio e precisam ser extirpadas da categoria que é
tão desacreditada e taxada de desonesta. Que a verdade prevalece,
que o mal seja extirpado e que as pessoas de bem sejam exaltados.