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Empresário confessa subornos a árbitros na CPI: “Um árbitro ganhava R$ 7 mil por jogo. Eu pagava R$ 50 mil pra ele”

À CPI do Senado, empresário admite manipulação no futebol com a participação de árbitros de confederações e da FIFA e diz que lucrou R$ 300 milhões
    São Paulo - 09/10/2024    08:27hs
William Rogatto - Foto crédito: Senado
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Em depoimento bombástico à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, William Rogatto confessou sua participação em um esquema de manipulação de jogos em todos os estados brasileiros.

Rogatto, acusado de ser o mentor principal do esquema no Distrito Federal, afirmou ter trabalhado com árbitros, inclusive do quadro da FIFA, para alterar resultados.

"Tinha árbitros também, dos dois. Um árbitro hoje oficial ganha em torno de R$ 7 mil por jogo, eu pagava R$ 50 mil para ele, o árbitro ganha pouco, o gatilho do futebol está na máfia, que é a confederação, é a CBF, que tem recursos e não passa. É tão simples, é uma matemática tão perfeita, não vê quem não quer. Está tão feio que, como não acontece nada, o sistema não faz nada, você vem e oferece um dinheiro fácil. Isso é um gatilho da corrupção que temos no Brasil. Eu sou uma máquina que estou oferecendo para o atleta dinheiro fácil e dando dignidade para ele oferecer comida ao filho dele" - respondeu ao senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre a participação de árbitros de confederações e da FIFA no esquema de manipulações que comandava.

Rogattto afirmou ainda que o esquema de manipulação dos jogos existe há mais de 40 anos e que a “hipocrisia maior do mundo está em ter um clube de futebol hoje e ser patrocinado por uma casa de aposta”. 

"O sistema é muito além disso, os grandes não vão cair nunca. Estamos falando de dentro da CBF, de dentro das federações, tenho provas e vídeos. Isso não vai dar em nada, vai fazer vítimas do sistema e, no final, não vai acabar porque não é de agora. Isso existe há mais de 40 anos, eu fiz parte do sistema. Se eu tiver que pagar, vou voltar para o Brasil e pagar. Eu sou só apenas uma ferramenta, o mundo do futebol é muito mais do que a gente pensa. Não vai dar em nada, a gente vai passar por isso, nunca vai acabar, a maior máfia está dentro da federação" - disse Rogatto aos senadores.

Rogatto também afirmou ao Senador Kajuru que o esquema de manipulação favorece os árbitros do VAR (árbitro assistente de vídeo).

"Você não acha estranho um árbitro que vai para o VAR e ele dá um pênalti, mesmo com o VAR falando? Eu acabei de fazer um jogo na Colômbia, na primeira divisão, eu tenho aqui os vídeos dos dois árbitros que trabalharam para mim na Colômbia. O árbitro ganha pouco. O gatilho do futebol está na máfia, da federação e da CBF. Você acha que um árbitro, com a responsabilidade que tem, ganhar R$ 6 mil… É claro que eu vou chegar nele: 'Marca um pênalti, dá cartão para fulano de tal e te dou R$ 50 mil'. Desculpa, mano! É tão simples. Não vê quem não quer. Eu não precisava estar falando aqui, é tão escancarado! Está tão feio, que como não acontece nada e o sistema não faz nada, deixa rolar…" – disse - antes de ser questionado sobre o VAR:

"Se o árbitro com R$ 6 mil pega R$ 50, imagina o VAR que ganha R$ 1,5 mil…".

Jorge Kajuru e Romário durante CPI no Senado - Crédito: Evaristo Sa/AFP via Getty Images

O empresário também citou John Textor, dono da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, que vem levantando suspeitas de manipulação em partidas do Campeonato Brasileiro.

“As pessoas que trabalharam para mim também trabalharam contra ele nesse campeonato” - disse Rogatto, sem aprofundar as alegações.

De acordo com Rogatto, o futebol brasileiro está profundamente corrompido pelo envolvimento de jogadores com apostas.

“Eu sou a máquina que está oferecendo dinheiro mais fácil para o atleta e dando dignidade para o cara dar de comer à família dele. Será que eu sou tão errado assim?” - questionou.

Ele afirmou acreditar que houve manipulação em partidas como Palmeiras 5×0 São Paulo e Palmeiras x Vasco no ano passado.

“É só opinião minha, tá? Está nitidamente, é só você olhar os gols. Мas o que aconteceu nada, mas é minha opinião” - disse Rogatto.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) indagou se havia a presença de políticos no esquema de manipulação, o empresário respondeu:

"Tem político, vereador, prefeito. O sistema é único e para entrar é preciso de pessoas. Todo mundo gosta de dinheiro. Eu sempre procurei entrar pelas secretarias de Esporte" - afirmou.

Prestando depoimento via videoconferência de Portugal, o empresário afirmou que, ao retornar ao Brasil, provavelmente será preso. Os senadores membros da CPI pretendem viajar até Portugal para reunir-se privadamente com Rogatto, que se comprometeu a apresentar provas e pessoas envolvidas no esquema.

A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas está investigando denúncias de corrupção e influência indevida no esporte. As alegações de Rogatto podem implicar figuras importantes do futebol brasileiro e aprofundar a crise ética que afeta a modalidade.

Nota do Apitonacional

Este veiculo e as redes sociais coligadas, vem a tempos relatando o murmurinho e informações que correm nos bastidores da ligação de alguns integrantes da arbitragem, seja ele árbitro ou dirigente, com a manipulação de resultados e apostas esportivas.

É de conhecimento nos bastidores de árbitros que apostam, através de terceiros, em partidas que apitam e que pelo menos dois deles, fazem parte do quadro internacional.

Nos bastidores também corre a informação que um famoso ex-árbitro FIFA, hoje ainda muito influente e com alto cargo na arbitragem brasileira, teria ganho muita grana com apostas esportivas quando atuante e que inclusive, corroborando com as informações do empresário na matéria, teria ganho um apartamento no acesso de um clube em uma importante federação do país. Segundo as informações, tanto o longevo presidente desta federação, o chefe da arbitragem e pelo menos um arbitro FIFA, seriam participantes dos esquemas de acesso e descenso deste estado.

Como já esperado, não seria novidade para muitos do meio, se a qualquer momento viesse a publico esses esquemas que tem enriquecido muitas pessoas do meio da arbitragem e acima de qualquer suspeita.

Este veiculo recebe as denuncias, na maioria das vezes em off, com pedido de sigilo e que não sejam reveladas e não tem poder de policia para investigar. Isso cabe ao Ministério Publico, ao GAECO e demais instituições do estado devidamente constituída.

Este relato não tem a intenção de manchar a categoria, mas sim de chamar atenção que, como em todo segmento da sociedade, a arbitragem não é diferente e tem pessoas de ma índole em seu meio e precisam ser extirpadas da categoria que é tão desacreditada e taxada de desonesta. Que a verdade prevalece, que o mal seja extirpado e que as pessoas de bem sejam exaltados.  

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