VERGONHA: Ex-árbitro admite aproximação com dirigentes e
‘sistema no futebol’ carioca na década de 80 e 90
Cabelada conta durante documentário "Doutor Castor" que
"Federação quebrava" se o Flamengo não fosse à final do
Carioca de 85
Cabelada, ex-árbitro de futebol do
Rio - Crédito: Reprodução - GE
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O ex-árbitro Luiz Carlos Gonçalves, o Cabelada, foi
tema de matéria na Rede Globo, exibida no último sábado (27),
durante o programa Esporte Espetacular. A matéria aborda o assunto
arbitragem no Documentário ‘Doutor Castor’, disponível aos
assinantes do Globoplay. No documentario, o ex árbitro é retratado
como, segundo palavras do mesmo, ‘árbitro confeiteiro’, que
confeitava fielmente o jogo conforme interesses do ‘sistema’.
“Existe o sistema e pra você ser fiel ao sistema,
você tem que ser confeiteiro, senão você não é fiel" – diz
Cabelada no documentário.
A matéria menciona que o sistema, no caso, eram os
interesses da Federação Carioca, presidida na época pelo lendário
Eduardo Viana, conhecido como Caixa D’água, famoso pela truculência
e pelas confusões em campo e os supostos favorecimentos ao Americano
de Campos, equipe da qual era presidente de honra.
Retratado pelo documentário como figura folclórica do
futebol do Rio de Janeiro nos anos 80 e 90, Cabelada seguramente foi
um fato isolado e não reflete os procedimentos dos demais árbitros
da sua geração.
A matéria, de certo ponto de vista jocosa, só serve
para denegrir ainda mais a imagem da arbitragem e reacender dúvidas
em decisões no passado além de aflorar debates quanto a idoneidade
da arbitragem independente da geração.
Aluno de Eunápio de Queiroz, também conhecido como
"Larápio de Queiróz", falecido em 1991, a frase "Todo juiz é ladrão,
Cabelada não!", retratada no quadro na parede em que Cabelada é
entrevistado já diz tudo sobe o assunto.
Veja matéria abaixo.
Representante dos
árbitros repudia
A ANAF - Associação
Nacional dos Árbitros de Futebol -, através das suas mídias sociais,
repudiou veementemente as declarações do ex-ábitro. Para a entidade,
não se pode tratar a exceção como regra e nem levar a sério quem não
se da o respeito.
A entidade diz ainda que a 'desonestidade' de
Cabelada
não não pode balizar a opinião sobre uma geração inteira de
árbitros, reconhecida por sua competência e caráter e que se trata
de um desvio de conduta exclusivo do ex-árbitro e não parte de um
sistema como quis fazer parecer.
Por fim, a entidade diz
na nota que
a arbitragem brasileira sempre foi e é composta por
pessoas honestas e comprometidas com a lisura do futebol e lamenta
que a Rede Globo use um espaço destinado à valorização do esporte
para trazer “histórias folclóricas” que têm pouca graça e que
colocam dúvidas sobre a arbitragem nacional.
Veja abaixo nota oficial
da ANAF.
Outras polêmicas
No vídeo abaixo, Cabelada revela outras polemicas em
entrevista para o Museu da Pelada, entre elas que Romualdo Arppi
Filho tinha apelido de coluna do meio por saber montar, por saber
confeitar um bolo.