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    São Paulo - 05/07/2022    07:38hs

Falta de critérios: Dependendo do árbitro, cartão mostrado vai de 5,5 a 11 faltas no Brasileirão

Diferença nos critérios dos árbitros dentro do Campeonato Brasileiro é gritante: "Cada árbitro apita como quer e não como são instruídos" diz comentarista

Com média próxima de 30 faltas por jogo, Wagner Magalhães é o maior picotador de jogo na atualidade - Crédito: César Graco
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Aparentemente, nem o VAR conseguirá uniformizar a arbitragem: no Campeonato Brasileiro é mostrado um cartão amarelo ou vermelho a cada 5,5 faltas ou o dobro disso, 11 faltas, dependendo do árbitro que está apitando a partida. Se é verdade que o tipo de falta varia a cada lance, também é verdade que a média de faltas marcadas pelos árbitros varia "apenas" 28% enquanto o número de faltas necessárias para que um cartão seja mostrado varie 100% .

- Cada árbitro tem uma maneira de conduzir o jogo. Uns optam por marcar mais faltas e outros por aplicar mais cartões. O ideal é o árbitro estar sempre próximo das jogadas, agir preventivamente, dialogar e chamar a atenção dos jogadores. A aplicação do cartão, sempre que possível, deve ser o último recurso para estabelecer o limite e deixar claro qual tipo de “entrada” não será aceito - disse um dos comentarista de arbitragem da Globo.

O FIFA Wagner Magalhães é o maior picotador da arbitragem brasileira na atualidade, o carioca apita quase 30 faltas em media por jogo, não deixa a partida fluir normalmente, o que irrita jogadores, imprensa e torcedores. Fora a paralisação constante do jogo, não existe nenhum critério na aplicação de cartões.

Mínimo de seis jogos apitados -  Crédito: Reprodução Espião Estatístico

- A tabela mostra que no Brasil os árbitros ainda utilizam muito a tática de controlar o jogo marcando faltas e aplicando cartões. Alguns árbitros mais do que outros, porém a comparação entre eles demanda cautela. Isso porque o numero de cartões em uma partida não está exclusivamente relacionado à condução do árbitro, mas também ao comportamento dos jogadores, à rivalidade entre as equipes e ao ambiente da partida - afirmou um comentarista de arbitragem da Globo.

Sem dúvida, cada árbitro tem um estilo de arbitragem, e cada jogo tem sua própria história. Mas chama a atenção a diferença porque, ao longo da competição, os árbitros trabalham em jogos de várias equipes, mas a variação no número de faltas é bem menor do que a variação do número de faltas para cada cartão mostrado.

- A arbitragem brasileira tem critérios diferentes para a aplicação de cartões. É normal uma pequena diferença no critério, mas os números mostram que a diferença é muito grande. Tem árbitro com média de um cartão a cada 5,5 faltas e outro com média de um cartão a cada 11 faltas. Esses números mostram que cada árbitro apita como quer e não como são instruídos. É necessário a Comissão Arbitragem aproximar os critérios, instruindo e corrigindo os árbitros dos extremos - disse outro.

Segundo dados do GE., no levantamento realizado a partir de dados estruturados pelo Espião Estatístico, foram considerados apenas os cartões mostrados em razão de faltas cometidas e os árbitros que trabalharam em pelo menos seis jogos, 40% do total de quem apitou mais, Anderson Daronco, com 13 jogos. Não fazem parte do levantamento os cartões aplicados devido a cera, comemoração de gol, reclamação, simulação ou atitudes antidesportivas praticadas com o jogo já parado, como brigas e discussões, por exemplo.

- A prevenção, por meio da presença física do árbitro e da advertência verbal aos jogadores, que muitas vezes é criticada pela imprensa, é fundamental para reduzir esse número de faltas e de cartões. São em média 28 faltas e 5,6 cartões por partida quando considerados todos os cartões. Arbitrar é muito mais que simplesmente apitar. É melhor agir e prevenir problemas, do que reagir a eles. Mas prevenir isso exige do árbitro muito mais esforço e desgaste do que simplesmente reagir. E se o ser humano não é cobrado, é comum que ele opte por fazer o mais fácil. É a lei do mínimo esforço agindo na arbitragem também -.

O quadro abaixo mostra a relação de faltas marcadas por cartão apresentado por essas faltas para os árbitros que apitaram menos de cinco jogos do Brasileirão. Embora um número menor de jogos abra a possibilidade para discrepâncias que distorcem uma análise, também mostra que um árbitro pode ser muito tolerante com um alto número de faltas cometidas antes de mostrar ao menos um cartão amarelo.

Quanto menos jogos apitados, maior a chance de haver um extremo - Crédito: Reprodução Espião Estatístico

Um ex-FIFA afirma que o controle disciplinar de uma partida depende de algumas variáveis e considera estas as mais importantes:

> o perfil do árbitro;

> a dificuldade da partida;

> o comportamento dos jogadores e das comissões técnicas;

> o ambiente do estádio, a pressão da torcida.

A matéria diz que as reclamações, discussões e brigas com o jogo parado não foram consideradas nesta pesquisa, mas influenciam no aumento do número de cartões, porque após o reinício da partida, os jogadores normalmente disputam a bola de maneira mais ríspida e com temeridade. Vale destacar ainda que, apesar de a lista apresentar nove árbitros da FIFA, o grupo apresenta um perfil heterogêneo em virtude dos diferentes tipos de formação nas federações estaduais. Falta um trabalho mais efetivo de aproximação de critérios por parte da Escola Nacional de Arbitragem -.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Felipe Tavares, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson e Valmir Storti.

A falta de critérios é sem duvidas o maior problema da arbitragem brasileira. Cada árbitro apita como quer adotando seus próprios critérios. Se tem alguma orientação da comissão nacional, ela entra por um ouvido e sai pelo outro. Não existe critério sequer entre o que pede a comissão nacional e as estaduais. Nessa torre de babel, o árbitro não escuta nem uma, nem outra e sobrevive apitando como lobo solitário e sem regras.

Para piorar, o lobo solitário muda os critérios conforme pede a partida, conforme o resultado e pior ainda, conforme até mesmo o local do confronto, pois de uma forma correta ou não, resolve os problemas e por isso sabe que estará escalado na próxima rodada.

Com informações de Valmir Storti - GE / RJ

 

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