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 18/01/2017    09:11hs

Fim dos Limites

Fim do limite de idade imposta pela FIFA muda perfil dos árbitros no mundo

 

Após dois anos do fim dos limites de idade para entrada e saída dos árbitros do quadro FIFA, já é possível ver uma mudança de perfil nos quadros internacionais das principais ligas de futebol no mundo. Quarenta e três árbitros já se beneficiam dessa “nova era” que marca uma volta ao passado na busca de mais qualificação da mão de obra usada pela entidade maior do futebol e pelas confederações.

Quando o limite de 45 foi colocado nos anos noventa, foi em função do aumento da velocidade do jogo ter

Ian Brooke Anderson em partida da MLS 2016

aumentado consideravelmente e os árbitros, a época, não tinham condições físicas para acompanhar o jogo. Logo depois do desastre de 2002, a Espanha, maior prejudicada naquela Copa, decidiu pedir providencias à FIFA, que em busca de árbitros mais preparados ainda, decidiu limitar a idade de entrada no quadro internacional em 38 anos e fez grande avanços nos sentidos de desenvolvimento de material para estudos e vídeos, entretanto, a base deles era a física e procuraram até de forma correta endurecer os treinamentos e testes físicos.

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Passados alguns anos e com todo conhecimento em preparação física que se desenvolveu nos últimos dez anos, sobretudo no esporte, houve melhoraras significativas nas condição físicas de pessoas de mais idade e conseqüentemente o prolongamento da carreira na função. Cada vez mais jogadores tem conseguido jogar em alto nível até bem depois dos 40 anos com exemplos no Brasil como Rogério Ceni (aposentado recentemente) e Zé Roberto que atua pelo Palmeiras entre outros.

Com a chegada de Máximo Bussacca à presidência do Comitê de Arbitragem da FIFA, houve uma mudança de direção e uma constatação que já era vista em alguns países da Europa. Através de circular, em 2015 a entidade aboliu os limites de idade, tendência vista em países europeus e na própria UEFA. Na ocasião Bussacca disse em entrevista: “Não procuramos o árbitro velho ou novo, procuramos o árbitro certo”.

Na verdade sua fala traduzia o que era falado em Zurich, ou seja, que os árbitros entravam na FIFA muito verde, sem experiência e isso sacrificava as competições. A FIFA sinalizava que não queria mais preparar os árbitros da qual ela não escolheu e sim trabalhar com árbitros prontos, queria ter mais variedades de árbitros para atuar em qualquer jogo.

O limite de idade nunca agradou aos europeus, tanto que no site da UEFA, um dos dirigentes de arbitragem, Yvan Cornu, em vídeo explica bem o porque dos limites e da sua opinião: "Após o desenvolvimento das avaliações físicas e treinamentos, estou convencido que o auge do árbitro de futebol está pronto após os 40 anos”- disse Cornu.

O vídeo esta em inglês, mas quem quiser conferir basta clicar aqui.

A circular 1551 para a lista FIFA trás algumas coisa curiosas (link abaixo), ela está em Inglês, mas traduzimos e vamos transcrever abaixo a parte dos critérios de idade, note que se fala em limite de idade mínima e ainda se grifa que é para assegurar experiência mínima, outro ponto e que a indicação se baseará em um ranking, será que o Brasil usou isso esse ano? Fica a pergunta.

 

1. Os árbitros indicados devem ter pelo menos 25 anos de idade (23 anos de idade para árbitros assistentes) em 1 de Janeiro do ano para o qual foram nomeados. Os árbitros devem ter um um nível mínimo de experiência. A FIFA reserva-se o direito de exigir que árbitros maiores de 45 anos se submetam a avaliações técnicas adicionais, assim como exames e testes de aptidão, caso a caso.

2. Cada candidato deve ser classificado com base nas notas obtidas nos jogos oficiais durante os 12 meses anteriores à sua nomeação para a lista de árbitros internacionais.

 Veja a circular (Clique aqui).

Bussaca quer mudar a qualidade dos apitadores na lista internacional

O Apitonacional fez grande pesquisa sobre o assunto e achou números e exemplos interessantes.

> Vinte árbitros entraram acima do limite antigo de 38 anos nos anos de 2016 e 2017. Alguns exemplos são: Oscar Rojas Ferreira (Uruguai), árbitro de 41 anos; Chiareg Nganson (Tailândia), árbitro de 41 anos; Markus Gutshi (Áustria), assistente de 39 anos; Pablo H Luna (México), assistente 39 anos;  Bong Song (Coréia do Sul) assistente de 39 anos; Ian Brooke Anderson (Estados Unidos), assistente de 42; Kathleen Alexander (Escócia), árbitra de 39 anos; Andrea Crispo (Itália), assistente de 39 anos etc.

> Já acima dos 45 temos 23 árbitros, como árbitro da final do última Copa do Mundo, Nicola Rizzolli da Itália, que mesmo com 46 anos se mantem no quadro além de Diego Abal da Argentina, Nagi Toshiyuki do Japão, Libor Kastanek da Republica Tcheca, Martin Atinkinson e André Maurriner da Inglaterra, Barry Wejers da Holanda, Konrad Sapela da Polônia, Steha Johanson da Suécia e Baldo Moreno dos Estados Unidos. Este ultimo em particular com 47 anos.

 

Muitos países tem mudado sua mentalidade com o fim do limite de idade, mas o que mais fez valer o espírito do fim dessas barreiras foi os Estados Unidos, na terra da lei e da democracia eles fizeram fazer valer ao pé da letra os dizeres de máximo Bussaca: ”Se os países convocam sua seleções nacionais com o que tem de melhor, a lista de árbitro tem que acompanhar essa premissa”.

O Tio Sam manteve Baldo Moreno com seus 47 anos e em seu auge físico e técnico, o veterano árbitro é respeitado entre os times da MLS. Agora o caso mais fascinante é do

Nicola Rizzolli, com 46 anos se mantém no quadro

assistente americano Ian Brooke Anderson de 42 anos, melhor assistente da MLS de 2012, não pode entrar a época porque já tinha 39 anos, o mesmo manteve o nível nos anos seguintes sendo eleito o melhor em 2016. Com o fim do limite, chegou finalmente à FIFA com justiça, algo que seu irmão mais novo, também assistente, já havia conseguido por ser mais jovem, entretanto não tinha mesma qualidade do irmão mais velho. Assim que soube da indicação Ian disse a imprensa local: ”nunca desisti dos meus objetivo, por isso estou aqui hoje”- disse Ian Brooke.

CBF promove mudanças

Parece que a CBF tardiamente acordou para esse novo momento promovendo mudanças em seus critérios e quadros aumentando os limites de idade e parece caminhar para a tendência mundial. A entidade anunciou recentemente que o limite de idade para árbitros no Brasil, que era de 45 anos, subiu para 50 anos. A mudança vale para as Séries A e B do Campeonato Brasileiro a partir deste ano.

Dois bons árbitros, Jailson Macedo Freitas (BA) e Marcelo de Lima Henrique (PE), que deixariam a competição por ultrapassarem o limite em 2017 ganham sobrevida e continuarão apitando com qualidade e experiência que eles tem de sobra. Por outro lado foi anunciado que o limite de idade para as Séries C e D foi reduzida para 42 anos.

Apoiamos e aplaudimos as medidas anunciadas, mas não basta só isso, é fundamental criar concorrência com promoções e rebaixamento de categoria  em todos os níveis do quadro com critérios objetivos, justos, transparentes e acessível a todos. Vamos aguardar mais informações para podermos escrever sobre estas mudanças.

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

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