O erro foi de Edina Alves Batista,
mas é Leandro Carvalho da Silva quem tem pago por ele. Pouco mais de
um mês após a revelação do caso que mexeu com a arbitragem paulista,
o ESPN foi atrás das conseqüências e constatou que o tratamento dado
a ambos tem sido bem diferente.
Ela, uma das principais figuras do
apito brasileiro no momento, segue cumprindo uma 'rotina de elite'
desde o ocorrido, seja trabalhando em jogos no âmbito estadual de
primeira divisão ou de bom destaque (como a final da segunda divisão
na última segunda-feira) e até comandando partida de Conmebol
Libertadores. Também está escalada para Fluminense x Cuiabá no
próximo domingo (6), pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.
Ele, ao contrário, teve de encarar
uma expulsão de hotel no qual estava a 'bolha' da arbitragem
paulista, a mando da chefe do apito estadual, Ana Paula de Oliveira,
um processo na Corregedoria de Arbitragem da Federação Paulista de
Futebol (FPF), uma 'mini-geladeira' de 18 dias sem trabalhar e, ao
voltar, só ser escalado para confrontos de menor expressão, de
segunda ou terceira divisões.
O Inter de Limeira 0 x 2 Red Bull
Bragantino pela quinta rodada do Campeonato Paulista, no qual Edina
Alves expulsou o atleta da equipe da casa Matheus Alexandre
Anastácio de Souza aos 12 minutos do segundo tempo, mas não mostrou
o cartão vermelho após apresentar o segundo amarelo, foi em 15 de
abril. A reportagem revelou e detalhou todo o caso, do erro à
expulsão da 'bolha', em 1º de maio.
Grosseiro até, o erro foi omitido
na súmula, após conversa no vestiário entre ela, Leandro Carvalho,
quarto árbitro naquele confronto, e os assistentes Evandro de Melo
Lima e Luiz Alberto Andrini Nogueira.
Desde então, a escala dos
envolvidos tem sido bem distinta.
Edina trabalhou em 10 partidas
- 6 pelo Paulista da primeira divisão, 3 pelo da segunda divisão
(sendo dois deles uma semifinal e uma final) e uma pela Libertadores
(aqui, vale lembrar, a escalação não é de poder estadual, mas da
Conmebol).
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Edina Alves Batista Kin Saito/CBF |
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Leandro trabalhou em 9 partidas
- 2 pelo Paulista da primeira divisão, 3 pelo da segunda divisão e 4
pelo da terceira divisão
Vale destacar que os dois jogos de
elite que Leandro Carvalho esteve aconteceram no intervalo entre o
jogo do erro, em 15 de abril, e a revelação do caso, dia 1º de maio
- foram eles Corinthians x Ituano, em 18 de abril, e Novorizontino x
Santo André, em 20 de abril.
Já expulso do hotel (no domingo 25
de abril) e indicado por Ana Paula de Oliveira à Corregedoria de
Arbitragem da FPF, ele amargou 18 dias sem trabalhar - entre 24 de
abril, quando apitou Atibaia 2 x 0 Sertãozinho, pela segunda divisão
estadual, e 12 de maio, quando foi o quarto árbitro de Monte Azul 2
x 0 Rio Claro, também pela segundona paulista.
Em 14 de maio, a ESPN questionou a
FPF sobre o retorno de Leandro de Carvalho à ativa e se o caso havia
sido encerrado. A resposta, via assessoria de imprensa, foi que "a
Corregedoria recomendou a reintegração dele enquanto o caso, que
segue em andamento, é apurado".
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Nessa terça-feira 1º de junho, a
reportagem voltou a falar sobre o assunto com o órgão que comanda o
futebol paulista, e a manifestação, via equipe de comunicação, foi a
de que "o caso segue em andamento na Corregedoria".
Não há um local no site da FPF no
qual seja possível acompanhar o andamento da situação. Procurado, o
árbitro Leandro Carvalho da Silva disse que não gostaria de falar
sobre o assunto e que aguarda a conclusão do caso.
As informações são de Jean Santos/ ESPN