No último domingo (23) e na tarde
da última quarta-feira, foram disputadas as duas partidas da final
do campeonato catarinense de 2021. Nos dois confrontos, a Federação
Catarinense de Futebol (FCF), comandada por Rubens Angelotti,
escalou dois jovens para comandar os confrontos finais entre
Chapecoense e Avaí. Tanto Luís Augusto Tisne, na primeira partida
como Ramon Abatti na final, tiveram excelente desempenho,
legitimaram o resultado e aproveitaram a oportunidade para, fazer
agora, parte da história da arbitragem catarinense.
Na partida de ida, disputada no
domingo, no Ressacada, em Florianópolis, o Avaí venceu por 2 a 1. Na
partida da volta, na Arena Condá, em Chapecó, o confronto terminou
empatado em 1 a 1, o que deu o título a equipe da capital.
Descoberto nos campos da várzea, Luiz Augusto Silveira Tisne, 32
anos (30/04/1989), trabalha de supervisor de vendas no Grupo Pag
Seguro, nasceu em Seara e reside atualmente em Içara, região
metropolitana de Criciúma.
Formado árbitro em 2017, Tisne
apitou as finais da Série B e C do catarinense em 2019, mesmo ano em
que foi promovido ao quadro de árbitros da CBF – Confederação
Brasileira de Futebol - tendo atuado, até aqui, em quatro partidas
da Série D do Brasileiro.
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Tisne durante primeira partida da final
deste ano - Crédito: Arquivo pessoal |
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Tisne busca seu espaço que vem
conquistando pela meritocracia. Novo nos grandes jogos, é árbitro
raiz e acostumado aos jogos da várzea e amadores, com atuações
segura, boa qualidade técnica e disciplinar. Ainda em formação, está
sendo lapidado pela comissão e certamente terá um futuro brilhante
pela frente.
Apesar da pouca idade, Ramon
Abatti Abel, 31 anos (18/09/1989), já tem boa experiência acumulada
com os onze jogos do Estadual deste ano, sendo sete na primeira
fase, duas pelas quartas de final, uma da semifinal e a final.
Árbitro de dois jogos das
semifinais do ano passado, estava escalado para apitar a final entre
Chapecoense e Brusque, mas Ramon deixou o sonho de atuar na final do
Estadual por um sonho ainda maior, estrear na Série A do campeonato
Brasileiro, que ocorreu na mesma data da final, na partida entre
Atlético/MG e Red Bull, disputada no Mineirão.
Ao todo, atuou em onze partidas da
Série A do Brasileirão na temporada passada.
Nascido no minúsculo Município de Turvo, oeste catarinense e formado
em Direito pela Unisul, Ramon é tido como a principal revelação da
arbitragem catarinense na última década.
Árbitro desde 2012, estreou na
primeira divisão do estadual em 2017, promovido ao quadro da CBF em
2017, Ramon apitou a final da Série C do Brasileiro de 2020 entre
Remo e Vila Nova, no estádio Mangueirão, em Belém (PA).
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Ramon Abatti - Crédito: Patrick Floriani
/ Figueirense |
Renovação
Mas nem só de Ramon e Tisne vive a arbitragem catarinense. Com um
amplo projeto de renovação em andamento, a comissão de arbitragem da
FCF, sob comando do ex-árbitro Marco Antonio Martins e dos membros
Cantucho João Setúbal e Luiz Carlos Spindola, buscam constantemente
formar, capacitar, orientar e dar oportunidades aos jovens árbitros
que estão correspondendo dentro de campo as expectativas neles
depositadas.
Com Ramon sendo a bola da vez e
Tisne ocupando seu espaço, outros como Diego da Costa Cidral, 30
anos - árbitro da primeira partida da final de 2020 -, Fernando
Henrique de Medeiros Miranda, 33 anos e Gustavo Ervino Bauermann, 25
anos, estão no processo e em breve estarão nos grandes jogos a nível
estadual e nacional, oxigenado a arbitragem Brasileira carente de
renovação e de árbitros de qualidade.
Os ‘meninos’ já aparecem no
retrovisor e, alguns deles, já desbancaram medalhões como Heber
Lopes e os FIFAs Rafael Traci e Bráulio Machado que vem perdendo
espaço para a nova geração.
Os parabéns do
Apitonacional aos árbitros pelo
excelente desempenho e principalmente a comissão de arbitragem da
FCF que, com um orçamento minúsculo, cerca de 70 mil reais ano,
conseguiu entregar mais um campeonato sem maiores problemas e ainda
revelar árbitros para esta e para as próximas temporadas e até mesmo
às próximas décadas.
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CEAF catarinense formada por Marco
Martins Cantucho Setúbal e Luiz Spindola - Crédito: Marçal |