Evandro Carvalho - de gravata - com Rufino Filho, Eric Bandeira e Chico Domingos - membros da Ceaf/PE - Crédito: FPF

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Por indicação do carioca Jorge Fernando Rabello, que na época passou uma semana dando instruções para a arbitragem pernambucana, Sebastião Rufino Filho assumiu a CEAF/PE no final de 2019 substituindo Emerson Sobral, mas pelo que se sabe nos bastidores, seus dias na presidência pode estar chegando ao fim. Onze dos dozes clubes da primeira divisão do estado, com exceção do Sport, assinaram requerimento pedindo a saída de Rufino Filho da presidência da comissão de arbitragem da Federação Pernambucana de Futebol. Os motivos são muitos, mas principalmente os erros cometidos no estadual deste ano e a falta da evolução da arbitragem local.

Segundo Laércio Guerra, presidente do Retrô, vice-campeão estadual deste ano, o pedido é por conta de erros que não foram poucos ao longo do estadual.

“Foi pedido sim a mudança na arbitragem que já está aí a alguns tempos e por conta dos vários erros que houveram durante o campeonato” - disse o dirigente que acrescentou:

“O Retrô não representa os clubes, mas foi um dos que assinaram o documento. Não sabemos se vamos ser atendido, mas o pedido houve de fato. A parte mais recomendada para responder isso é alguém da Federação” - encerrou Laércio.

O Apitonacional falou com Sebastião Rufino e Evandro Carvalho, respectivamente presidentes da Comissão de Arbitragem e da Federação Pernambucana de Futebol. Rufino disse não ter conhecimento e ficado surpreso com a noticia sobre o documento pedindo sua saída, mas encara com naturalidade em decorrência ao respeito que sempre teve com os clubes.

Já Evandro Carvalho, como sempre, foi curto e grosso:

“A secretaria geral me informou do ingresso de um documento dos clubes. Presumo que seja dessa natureza. Não vi, também não será objeto de apreciação no momento” – afirmou o dirigente.

Preconceito e outros motivos

Talvez a irritação de Evandro Carvalho esteja ligada ao fato de membros de sua diretoria estarem em rota de colisão. Não é novidade nos corredores da FPF que Rufino Filho e Gustavo Sampaio, atual diretor de competições da FPF, por indicação da CBF para substituir Murilo Falcão - falecido no inicio de 2021 -, não engula um ao outro. Gustavo, o homem da CBF dentro da FPF, até já teria sugerido a demissão de Rufino por rebeldia ao não aceitar dialogo e ignorar as sugestões e pedidos do dirigente. A pessoas próximas, Gustavo não esconde sua repulsa, segundo ele, pela soberba e arrogância do dirigente do apito pernambucano que não escuta ninguém.

Evandro já conhece esse filme e até já sabe como será o final, pois o mesmo ocorreu entre Murilo Falcão e Emerson Sobral quando ambos ocupavam os mesmos cargos dos desafetos de hoje e não se bicavam, com Sobral sendo demitido logo depois.

Outro assunto e este muito delicado, inclusive com participação e sem solução de Evandro Carvalho, envolve o, agora, ex-assistente John Andson, supostamente afastado do quadro de arbitragem pernambucano por ser gay. John disse em entrevista que sofreu retaliações e que teria sido ameaçado por um membro da comissão de arbitragem da Federação Pernambucana de Futebol por sua orientação sexual.

Nada aconteceu: John Andson em reunião com Evandro Carvalho e a psicóloga Débora Gayo - Foto: Arquivo Pessoal

Parafraseando Paulo Freire, 'os oprimidos de hoje serão os opressores de amanhã' e o que ocorre agora com com John, por outros motivos, ocorreu com o presidente da comissão que reclamou perseguição na época de árbitro ao ir para a geladeira e cair no esquecimento. Na época, Rufino disse que 'foi enterrado vivo' (leia). Hoje, mesmo que involuntariamente, esta ajudando enterrar John Andson.

Pelo que se sabe, além da pose constrangedora do presidente para foto com o assistente gay, a FPF não tomou nenhuma providencia para solucionar o caso e jogou o lixo para debaixo do tapete apostando no esquecimento. Mas esse assunto extremamente delicado será tema em breve em matéria atualizada com todas as informações no canal Apito&companhia do Youtuber em breve.

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Entenda o caso

Preconceito

John Andson Alves Ribeiro, assistente assumidamente gay afastado do quadro da FPF e da CBF sem qualquer explicação, mesmo sendo um dos melhores do quadro, que denunciou no final de 2022, em entrevista ao Fórum Esportivo da Rádio Jornal, ter sofrido ataques homofóbicos – também – dentro do espaço de trabalho, intimidações, importunações e sucessivas situações de constrangimento.

Segundo o ex-assistente, todas essas provocadas foram feitas por uma liderança da Comissão Estadual de Arbitragem (CEAF) da Federação Pernambucana de Futebol. Após a denúncia, John foi afastado do quadro CBF, não teve sua inscrição renovada para 2023 e ficou impossibilitado de trabalhar com o futebol - sua única fonte de renda.

O Apitonacional apurou que o motivo de John Andson ter deixado o quadro nacional seria por ter corrigido publicamente, inclusive usando livro de regras, o então presidente da CA/CBF, Alicio Pena Junior, durante instruções em treinamento de arbitragem e a entrevista dada a Radio Jornal o motivo de não ter sua inscrição aceita no quadro estadual.

Extra oficialmente o Apitonacional também apurou que Andson estaria movendo ação contra a FPF, fato que não foi confirmado por nenhuma das partes.

O Apitonacional procurou Gustavo Sampaio, que visualizou a mensagem, mas não respondeu os questionamento do site. A matéria será atualizada caso o mesmo responda o contato. Procurado, John Andson preferiu não dar declaração publica e espera reviravolta do caso, o que pode ocorrer caso Rufino deixe a comissão.

 

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