BIZARRO! Presidente de Comissão proíbe árbitros de
usarem rádio comunicador em partidas do Estadual
Federação
Matogrossense não fornece equipamentos aos profissionais
do apito e proíbe uso de kit do sindicato sob alegação
de 'meritocracia'
Altair Magalhães comanda arbitragem
matogrossense desde 2006 - Crédito: Robson
Boamorte
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O presidente da comissão de arbitragem do Mato
Grosso, Altair das Neves Magalhães, ligou para os árbitros, minutos
antes da partida, com eles estavam nos vestiários, proibindo o uso
de rádio de comunicação durante a partida Cuiabá e Dom Bosco,
disputada no último domingo (25), pelas quartas de final do
Campeonato Mato-grossense.
Logo depois, o dirigente postou mensagem no grupo de
whatsapp dos árbitros, proibindo que eles usassem rádio de
comunicação durante as partidas do Campeonato Estadual. Para
justificar a proibição, usou a palavra ‘meritocracia’, que segundo
ele seria para que cada um tivesse as mesmas condições de atuar.
Mesmo a Federação Mato-grossense de Futebol recebendo
verba de mais de ‘HUM milhão de reais’ ano da CBF, - a última
prestação de contas divulgada publicamente, a de 2019, consta valor
recebido de 1.045.000,00 mil reais -, parte dele para treinar e
capacitar a arbitragem, a FMF sequer é capaz de oferecer rádios e
bandeiras eletrônicas para seus árbitros e, em uma decisão esdrúxula
e autoritária, proíbe que os mesmo usem os equipamentos eletrônicos
adquiridos pelo sindicato através das contribuições dos associados.
Da redação: Segundo definições, meritocracia é
um tipo de gestão que busca promover e premiar funcionários que
apresentam os melhores índices de desempenho. Ou seja, se trata de
um sistema que almeja valorizar os melhores talentos e permitir que
os colaboradores cresçam dentro da organização.
A fala do dirigente, há quinze anos na presidência da
comissão, que além de demonstrar total falta de comunicação e
capacidade para gerir um grupo, usou palavra inapropriada que, além
de não esclarecer nada, só confundiu ainda mais os árbitros do
estado (ouça o áudio abaixo).
Enquanto as federações dos demais estados vem
investindo cada vez mais na arbitragem, principalmente na tecnologia
com uso do VAR, rádios e bandeiras eletrônicas, no Mato Grosso, os
árbitros sequer podem usar o rádio para comunicação entre os membros
da arbitragem e assim diminuir os erros e legitimar as decisões.
Em 2020, ao custo de 5 mil reais, o sindicato dos árbitros local
adquiriu um conjunto contendo rádio e bandeiras eletrônicas para os
árbitros usarem durante as partidas, preferencialmente nas partidas
transmitidas pela TV, para dar uma melhor qualidade e evitar
críticas pela falta do equipamento.
O que eles falaram
O Apitonacional entrou em contato com Edilson
Ramos Damata, presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do
Estado de Mato Grosso (Sindamat).
Segundo o dirigente a Federação Matogrossense não colocou nenhuma
objeção
quanto ao uso dos equipamentos, mas que foi pego de surpresa com a
proibição no ultimo domindo pelo presidente da comissão de arbitragem.
“Pra mim foi uma surpresa. Nós compramos um kit com adio
comunicador e bandeiras eletrônicas para os árbitros
usarem, mas no domingo foram proibidos já nos vestiários quando receberam uma
ligação do Cel. Altair com a ordem para não usarem o rádio” – disse Damata.
O Apitonacional
também entrou em contato com o presidente da comissão,
Altair Magalhães, que respondeu, mas não conseguiu ser esclarecedor
em sua
resposta.
“Fico muito feliz com o sucesso da arbitragem, daquilo que é
realizado com os árbitros para que eles possam exercer com
eficiência, competência e determinação a sua atuação para que
recebam o tratamento adequado, a avaliação adequada e sejam
motivados a perseguir aquilo que todos como eu, você, que
trabalhamos na arbitragem queremos, a excelência da arbitragem. O
profissional do apito cada vez mais respeitado, disciplinado e
determinado na busca do bem comum, na coletividade desta coisa tão
gostosa que é ser árbitro de futebol” – encerrou Altair
Magalhães.
Taxas
Segundo presidente do sindicato, as taxas de arbitragem foram
diminuídas este ano para alguns árbitros com a classificação dos
profissionais, que antes eram um só, em dois grupos, o A, com árbitros do quadro da CBF,
que continuam ganhando valores de 2020 e B formado por árbitros
local, que tiveram valores diminuídos.
Damata disse que foi contra a diminuição nas taxas, mas que não teve
como lutar sozinho contra a força da FMF. Os árbitros do quadro
local, que ganhavam R$ 730 reais por partida no ano passado, estão
recebendo 550 reais este ano (veja abaixo).