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O chefe da arbitragem brasileira, Leonardo Gaciba, se gaba em dizer que a arbitragem brasileira é excelente e que durante a paralisação do futebol por conta da pandemia do coronavírus ficaram quatro meses treinando todo tipo de situações para aplicar nos jogos. Mas em campo, o retrato é de uma arbitragem mal treinada, mal dirigida e sem confiança, o que tem resultado em todo tipo de reclamações rodada após rodada vindas de todos os lados e em 90%, delas, a gritaria é pertinente.

Na segunda-feira (19), no Pituaçu, em Salvador, o Atlético-MG perdeu por 3 a 1 para o Bahia. Depois da partida, Lásaro Cândido da Cunha, vice-presidente atleticano, foi às redes sociais reclamar da arbitragem e não poupou o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF e pediu a cabeça do dirigente (veja abaixo).

Na publicação, Lásaro admite "incompetência" do Atlético nas finalizações perdidas no primeiro tempo, mas reclama "pênalti claro" em Keno (lance aos 32 minutos da etapa inicial - veja no vídeo), não marcado por Anderson Daronco e não sinalizado pelo VAR.

Lásaro menciona ainda que o dono do apito era gaúcho, o que já havia incomodado o Atlético antes mesmo de a bola rolar contra o Bahia, já que um dos concorrentes do Galo na briga pelo título brasileiro é o Internacional.

"Faltou bom senso da CBF em escalar árbitro do mesmo estado do clube que briga com o Atlético pela liderança do campeonato (Internacional)" - disse o presidente Sérgio Sette Câmara antes da partida.

O trecho mais duro da postagem do vice atleticano é direcionado a Leonardo Gaciba, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF. Para Lásaro, Gaciba não tem "capacidade moral" para continuar no cargo. Nos últimos dias, a arbitragem brasileira tem se envolvido em polêmicas, e houve até pedidos de anulação de jogos, entre eles um do São Paulo, envolvendo a partida contra o próprio Atlético.

Gaciba acusa golpe e avalia deixar cargo

Segundo informações, Leonardo Gaciba teria ficado muito abatido com as críticas sofridas após os casos envolvendo a reunião com dirigentes do São Paulo na última quinta-feira (15) e a troca do árbitro responsável pelo VAR na véspera do duelo do Tricolor paulista com o Grêmio pelo Campeonato Brasileiro.

Segundo uma fonte próxima ao dirigente, ele teria sentido muito os ataques – o Grêmio, de forma oficial, e o Atlético-MG, através de um vice-presidente, pediram sua saída do comando da arbitragem nacional.

A diretoria gremista levantou suspeitas sobre a reunião com o São Paulo e pediu a impugnação do resultado.

Após São Paulo x Grêmio, o ex-juiz procurou conversar e se aconselhar com pessoas próximas que trabalham na arbitragem e também colegas consagrados no meio.

Gaciba teria confidenciado a pessoas próximas que não sabe como reverter a situação, acredita estar perdendo o controle e que considera deixar o comando da comissão.

Pressionado, Gaciba balança no cargo e cogita deixar a comissão - Crédito: Reprodução Fox Sports

O chefe da arbitragem ouviu questionamentos sobre ter tirado o árbitro do VAR a pedido do São Paulo, pois com isso abriu um precedente muito perigoso, e garantiu que tinha a melhor das intenções, mas agora sente-se acuado pela repercussão.

Fontes na CBF disseram que Gaciba é visto por pessoas que trabalham com ele e também por outros profissionais da área como muito ingênuo - até mesmo despreparado - na situação envolvendo o São Paulo.

Na explicação pelo veto, a comissão tentando blindar Gaciba, citou que São Paulo e Grêmio seria o segundo jogo seguido do São Paulo de Rodolpho Toski, mas em uma rápida checada nas designações, pelo menos três árbitros repetiram escalas e não foram retirados das escalas. Veja abaixo.

Rodrigo D’Alonso: Fluminense x Vasco (VAR), rodada 6; Santos x Vasco (árbitro), rodada 7.

Igor Benevenuto: Fortaleza x Sport (VAR), rodada 9; Grêmio x Fortaleza (árbitro), rodada 10.

Caio Max: Grêmio x Palmeiras (VAR), rodada 11; Atlético-MG x Palmeiras (árbitro), rodada12.