Publicidade

 

 
 27/04/2020    06:37hs

Primeira árbitra de futebol profissional do mundo vive momentos difíceis nos EUA e pede ajuda aos árbitros

Léa Campos superou 3 infartos, mas idosa, sem ter onde morar e marido com câncer na próstata não tem recursos para se manter em meio à Covid19

Léa Campos nos seus tempos de árbitra - Crédito: Hysteria
Publicidade

A pandemia do coronavírus interferiu na vida e mudou rapidamente a situação de milhões de pessoas em todo mundo. Na arbitragem não foi diferente como mostrado nas várias matérias publicadas em nossos canais desde que a crise começou, tanto a nível Estadual como Federal.

Se ficou difícil para quem é jovem, tem saúde e vinha atuando nas partidas, ficou pior ainda para quem tem idade e sequer tem saúde para batalhar recursos para sobrevivência e isso, lamentavelmente, está ocorrendo com Léa Campos, a primeira árbitra profissional do futebol brasileiro.

Asalea de Campos Fornero Medina, tem 75 anos e vive em Nova York, nos Estados Unidos, desde 1992, com seu esposo Luís Eduardo Medina. O Apitonacional entrou em contato com a ex-árbitra que relatou o drama pessoal que ela e, consequentemente,  seu marido vem passando nos últimos anos. Segundo a ex-árbitra, ela trabalhava servindo comida, doces e salgados em festas nos Estados Unidos, mas entre 2007 e 2009, sofreu três infartos e não conseguiu continuar. Agora, convive com pressão alta e um marca-passo colocado no coração.

"Nos dias bons, minha pressão fica em 18" - disse ela.

Mas o que já era ruim, piorou ainda mais no ano passado quando descobriram que seu marido também estava doente. Ele foi diagnosticado com hérnia e câncer de próstata. A cirurgia de Luís Medina estava marcada para ocorrer no dia 19 de março, mas três dias antes foi cancelada pelo hospital devido a pandemia do coronavírus.

“Aqui (EUA) o boi vira vaca, então eu tive que buscar uma alternativa e a alternativa que encontrei foi essa, essa de fazer comida” – frisou a ex-árbitra.

Vídeo com a ex-árbitra relatando suas dificuldades e pedindo ajuda dos árbitros

Léa disse que todas as despesas passaram a cair nas costas do seu marido e que as condições nos Estados Unidos vêm deteriorando, que um dia tem trabalha, outro dia não tem.

Apuramos que o marido de Léa presta serviços a uma empresa Filipina que é contratada da ONU (Organizações da Nações Unidas) para servir refeições e Coffee Break durante as reuniões. Luís Medina, trabalhava ainda para uma outra empresa do ramo de refeições, mas assim como a ONU, está fechada por conta da quarentena do coronavírus.

Por conta disso tudo, a reserva do casal se esgotou e as coisas só pioraram desde então. Despejada do antigo apartamento onde morava em Nova York por não pagar o aluguel de $ 1.700,00 dólares mensal, sem recursos e sem ter onde morar, hoje ela ocupa com o marido enfermo um quarto cedido por um amigo.

"Perdemos o apartamento que a gente estava morando. Fomos despejados por falta de pagamento do aluguel. Estamos morando em um quarto na casa de um amigo do meu marido. Isso é provisório porque o filho dele vai voltar da faculdade e vai precisar do quarto, então a gente vai precisar achar um novo lugar para morar" - explica ela que acrescentou:

“Eu não tenho nenhuma vergonha nenhuma de falar que estou morando num quarto de favores” – disse Léa que revelou ter vontade de voltar ao Brasil, mas os problemas financeiros e a saúde debilitada deixam essa opção difícil.

"Enfrentaríamos os mesmos problemas que nos Estados Unidos. Eu e o meio marido, que é colombo-americano. Gostamos muito do Brasil, mas só podemos fazer o que dá para fazer".

Ela não põe a culpa em ninguém, mas revela a dor por ter que revelar a situação difícil por que passa.

“Me dói muito ter que falar a situação estúpida que a gente está passando aqui neste país. A culpa não é do governo, a culpa não é de nada. A culpa é do vírus que tomou conta do mundo” – encerrou a ex-árbitra que suplica por sua ajuda.

Léa Campos com o marido Luis Medina - Crédito: Arquivo pessoal

Seja solidário e ajude a ex-árbitra

Quem quiser pode ajudar Léa Campos para que possa superar este momento difícil doando qualquer valor diretamente na sua conta bancaria (abaixo).

Banco: Bradesco

Agencia: 0465

CC: 237239 - Dig. 8

Em nome de: Asalea de Campos F. Medina

Saiba quem foi Léa Campos

Asaléa de Campos Fornero Medina, nasceu no dia  22 de outubro de 1944, em Abaeté, Minas Gerais, mas foi criada em Belo Horizonte, capital mineira, para onde se mudou quando tinha 3 anos de idade. É diplomada em educação física, jornalismo e lutou Boxe.

É mais conhecida como Léa Campos, “a primeira mulher árbitra de futebol profissional do mundo”, fato ocorrido no final dos anos 60.

Na época, o esporte era considerado proibido para mulher e ela chegou a ser proibida de apitar em alguns Estados. Durante o período da ditadura foi presa diversas vezes por ser pega treinando jogadoras mulheres, mas não desistia.

Para realizar o sonho de trabalhar com futebol, Léa teve que enfrentar muitas leis e regras. A primeira era do então Presidente da CBD, e futuro Presidente da FIFA, João Havelange, que havia declarado que nenhuma mulher nunca se tornaria árbitra de futebol.

Mesmo com imposição do mandatário máximo do futebol nacional na época, Léa tornou-se árbitra de futebol em 1967, após oito meses de curso na Escola de Árbitros do Departamento de Futebol Amador da Federação Mineira de Futebol.

Léa Campos encontrou muitas dificuldades para apitar no Brasil, sendo proibida de atuar em alguns estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, mas, encontrou apoio em outros lugares, como Rio Grande do Sul, além de seu próprio estado de origem, Minas Gerais.

Mas, a redenção veio em 1971, quando foi convidada pela FIFA para apitar um torneio mundial de futebol feminino amistoso, realizado pela entidade no México. Daí em diante não pararam de surgir jogos e oportunidades, e Léa ganhou muito destaque nos continentes americano e europeu.

Ela encerrou a carreira em 1974, depois de sofrer um acidente de ônibus, que a obrigou a colocar uma prótese no joelho. O acidente a deixou numa cadeiras de rodas por dois anos a a obrigou a abandonar o futebol.

Depois, continuou o tratamento e exames nos Estados Unidos e entre idas e vindas, conheceu seu atual marido, o jornalista colombiano Luis Eduardo Medina, com quem se casou e mora no país norte-americano.
 

Apitonacional, compromisso só com a verdade!

Publicidade

 

Copyright © 2009     -     www.apitonacional.com.br ® Todos os direitos reservados