A decisão da Copa do Brasil 2024,
que colocou frente a frente Flamengo e Atlético-MG, envolveu não só um
espetáculo dentro de campo, mas também uma série de elementos que
passam despercebidos pelos torcedores. Entre eles está a complexa e
importante questão da remuneração dos árbitros que apitam jogos
desse nível. O que poucos sabem é que a Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) adota critérios rigorosos para selecionar e compensar
esses profissionais.
A atuação do árbitro é sempre um
ponto de discussão, ainda mais em partidas de tamanha relevância,
como uma final de Copa do Brasil. E por isso, a CBF não poupa
esforços para garantir que os melhores profissionais estejam em
campo. A remuneração é um dos fatores que busca atrair e manter
árbitros de alto nível, especialmente aqueles com escudo FIFA.
Critérios de remuneração
diferenciada
A CBF utiliza um sistema de
pagamento que diferencia os árbitros de acordo com seus níveis de
qualificação. Aquele que possui a certificação FIFA recebe valores
mais elevados em comparação aos que têm somente o escudo da CBF.
Isso ocorre porque a presença do escudo FIFA indica que o árbitro
está habilitado a apitar jogos internacionais, tendo passado por
treinamentos e avaliações mais rigorosas.
• Árbitro FIFA: R$ 21.000,00
• Assistente FIFA: R$ 12.600,00
• Quarto e quinto árbitros FIFA: R$ 3.480,00
• VAR FIFA: R$ 12.600,00
• AVAR FIFA: R$ 7.560,00
• AVAR 2 FIFA: R$ 7.560,00
Para os árbitros que possuem
apenas o escudo da CBF, além das escalas serem, com raras exceções,
apenas nas fases iniciais da competição, a remuneração é um pouco
mais modesta:
• Árbitro CBF: R$ 15.750,00
• Árbitro CBF: R$ 9.450,00
• Quarto e quinto árbitros CBF: R$ 2.520,00
• VAR CBF: R$ 9.450,00
• AVAR CBF: R$ 5.670,00
• AVAR 2 CBF: R$ 5.670,00
Veja taxas completa abaixo.
Esses valores são estabelecidos
pela CBF com o objetivo de reconhecer a complexidade e a
responsabilidade envolvidas na condução de partidas de alta
relevância. Afinal, erros de arbitragem em jogos decisivos podem
gerar consequências dramáticas, tanto para os clubes quanto para a
própria reputação da entidade que organiza o campeonato.
Bastidores da escala de
arbitragem
Para a primeira partida da final
da Copa do Brasil 2024, a CBF designou Rafael Rodrigo Klein. Ele é
do Rio Grande do Sul, portador do escudo FIFA e apitou uma das
finais pela primeira vez em sua carreira. Apesar de sua vasta
experiência, Klein foi alvo de críticas ao longo da temporada, o que
gerou discussões acerca de sua escolha para um jogo tão importante.
Ao seu lado, estiveram os assistentes Bruno Raphael Pires, de Goiás, e
Bruno Boschilia, do Paraná, ambos também com escudo FIFA. O quarto
árbitro foi Edina Alves Batista, de São Paulo, conhecida por sua
atuação destacada no futebol brasileiro e internacional.
O VAR, elemento cada vez mais
crucial em decisões do futebol moderno, ficou sob o comando de Caio
Max Augusto Vieira, do Rio Grande do Norte, com Cleriston Clay
Barreto Rios, de Sergipe, como AVAR.
A partida, disputada no último
domingo (3) no Maracanã, Rio de Janeiro, terminou com vitória do
Flamengo por 3 a 1 e Klein teve ótimo desempenho, assim como os
demais membros da arbitragem tiveram ótima atuação no confronto.
Lista de árbitros escalados para a
final
• Primeiro jogo (Flamengo x
Atlético-MG)
• Árbitro: Rafael Rodrigo Klein (RS)
• Auxiliar 1: Bruno Raphael Pires (GO)
• Auxiliar 2: Bruno Boschilia (PR)
• Quarto Árbitro: Edina Alves Batista (SP)
• VAR: Caio Max Augusto Vieira (RN)
• AVAR: Cleriston Clay Barreto Rios (SE)
Para o jogo de volta, no
domingo (10), na Arena MRV, em Belo Horizonte-MG, o escolhido foi
Raphael Claus, árbitro de São Paulo com escudo FIFA. Claus é
amplamente respeitado e considerado um dos melhores do Brasil nas
últimas duas décadas trazendo dezenas de decisões no currículo na
carreira, o que justifica sua designação para a partida decisiva. A
equipe que o acompanhou incluiu Neuza Inês Back e Danilo Ricardo Simon
Manis, ambos também de São Paulo, com grande experiência e
competência. Daiane Muniz, de São Paulo, foi a escolhida para o VAR,
com Fabrício Porfírio de Moura atuando como seu assistente.
Juntando as taxas das partidas
normais, das diferenciadas em finais de campeonatos por todo Brasil,
incluindo amadores, as remunerações em competições internacionais e
premiações como melhor arbitro do Paulistão e Brasileiro, Raphael
Claus acumula mais de três milhões de reais na carreira.
A partida terminou em 1 a 0 para o
Flamengo que assim conquistou o título da competição pela 5ª vez
(1990, 2006, 2013, 2022 e 2024).
Lista de árbitros escalados
para a final
• Segundo jogo (Atlético-MG x
Flamengo)
• Árbitro: Raphael Claus (SP)
• Auxiliar 1: Neuza Inês Back (SP)
• Auxiliar 2: Danilo Ricardo Simon Manis (SP)
• Quarto Árbitro: Matheus Delgado Candançan (SP)
• VAR: Daiane Muniz (SP)
• AVAR: Fabrício Porfírio de Moura (SP)
A importância da remuneração
adequada
O futebol é um esporte que envolve
emoção, paixão e, em muitos casos, milhões de reais em
investimentos. Diante disso, os árbitros são figuras centrais,
responsáveis por garantir que as regras do jogo sejam cumpridas de
maneira justa e imparcial. A pressão que esses profissionais
enfrentam é imensa, tanto por parte dos jogadores e técnicos quanto
do público, que não hesita em manifestar sua insatisfação diante de
qualquer erro.
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Rafael Klein durante primeira partida da
Copa do Brasil - Crédito: Reprodução Rede Globo |
Para motivar e atrair árbitros
qualificados, a CBF oferece remunerações que estão entre as mais
altas do futebol sul-americano. O pagamento diferenciado para
árbitros com escudo FIFA não é apenas um reconhecimento de suas
habilidades, mas também uma tentativa de manter esses profissionais
na ativa, evitando que sejam atraídos por ligas estrangeiras que
oferecem salários mais elevados.
Comparativo com outras
competições
Em termos internacionais, os
árbitros que apitam jogos de torneios como a Libertadores da América
ou a Liga dos Campeões da UEFA também recebem valores consideráveis.
A ideia é garantir que a arbitragem esteja à altura da importância
das partidas. No entanto, é interessante observar que o Brasil se
destaca por oferecer uma estrutura financeira robusta para seus
árbitros, algo que nem todos os países conseguem fazer.
Remuneração em diferentes
situações
• Árbitros de competições
nacionais: A maioria dos árbitros que atuam em competições
organizadas pela CBF recebem valores que variam conforme a
relevância do jogo. Jogos de menor visibilidade têm pagamentos
reduzidos, enquanto clássicos e decisões, como a final da Copa do
Brasil, garantem valores expressivamente maiores.
• Torneios regionais: Árbitros que
apitam torneios regionais ou estaduais recebem remunerações
significativamente menores, o que leva muitos profissionais a buscar
a qualificação internacional para ter acesso aos jogos mais
rentáveis.
• Competições internacionais:
Quando convocados para atuar em torneios da Conmebol ou da FIFA, os
árbitros brasileiros têm a chance de receber pagamentos ainda mais
elevados, além de ganhar visibilidade global.
Expectativas e desafios para os
árbitros
O caminho para se tornar um
árbitro de elite não é fácil. Exige anos de treinamento, estudo das
regras, e uma excelente condição física. Além disso, é necessário
ter um controle emocional extraordinário para lidar com as situações
de alta pressão. Árbitros como Rafael Klein e Raphael Claus,
apelidado na infância carinhosamente de ‘Ratão’ pelo formato do
rosto, se destacaram justamente por sua capacidade de manter a calma
em momentos críticos e aplicar as regras de forma imparcial.
Porém, os desafios são muitos.
Erros de arbitragem podem manchar a carreira de um árbitro,
especialmente em tempos de VAR, onde cada decisão é analisada
minuciosamente. O uso dessa tecnologia trouxe avanços para o
esporte, mas também tornou o trabalho dos árbitros ainda mais
complexo.
Fatores que influenciam na
escolha dos árbitros para finais
• Desempenho durante a temporada:
Árbitros que têm um bom histórico de decisões corretas e atuação
firme são mais propensos a serem escolhidos para jogos importantes.
• Experiência: Ter apitado jogos
de alta relevância no passado conta pontos na hora de ser escolhido
para uma final.
• Preparação física e mental:
Árbitros que mostram estar bem preparados fisicamente e mentalmente
são preferidos, pois jogos decisivos exigem máxima concentração e
resistência.
Afinal, a pressão sobre os
árbitros na final da Copa do Brasil de 2024 é imensa, mas a CBF
espera que a escolha de profissionais qualificados garanta uma
condução justa e sem erros que possam comprometer o espetáculo.
Como já mencionado, no primeiro
confronto os protagonistas foram os jogadores e que seja assim
também no apito final do próximo domingo e que a arbitragem passe
despercebida cumprindo seu papel. Boa sorte e sucesso para todos.
Com informações do www.mixvale.com.br/