Na tarde do ultimo domingo (21),
em São Paulo, Palmeiras e Flamengo empataram em 1 a 1, na partida
mais esperada do campeonato brasileiro até agora.
Era esperado grau alto de
dificuldades para a arbitragem na partida, mas a atuação segura,
tanto na parte técnica como disciplinar, aliado ao excelente preparo
físico, possibilitou ao catarinense Ramon Abatti Abel, acompanhar em
cima todas as jogadas com amplo domínio carimbando definitivamente
seu nome entre os melhores do país e o escudo FIFA que, já era
esperado, agora se torna questão de meses.
A atuação perfeita do catarinense
não foi novidade para quem acompanha a arbitragem, pois já havia
atuado com destaque em outras partidas recentemente, principalmente
nos confrontos entre Internacional e Fluminense, São Paulo e
Flamengo e Corinthians e Flamengo. Apesar de novidade para os
jogadores, consegue dar dinâmica ao jogo sem marcar falta em
qualquer contato físico e manter a autoridade com os jogadores em
campo estando sempre bem colocado para tomar as decisões em cada
lance.
Após o jogo foi elogiado pelo
exigente técnico palmeirense.
“O árbitro foi muito bem. Temos
que rejuvenescer, dar chance aos jovens que querem fazer carreira.
Muito honestamente, o árbitro esteve muito bem, com critério igual.
Reclamei de uma falta do Scarpa, mas não marcou a nosso favor e
percebi que era um critério. O jogo teve três grandes equipes” -
disse Abel Ferreira na coletiva de imprensa.
Ramon se transformou rapidamente
de jovem com maior potencial à maior revelação da arbitragem
brasileira na última década. Na atualidade, sem dúvidas, divide com
o paulista Raphael Claus, a condição de melhor árbitro do futebol
brasileiro e será, muito provavelmente caso justiça seja feita,
promovido no final do ano, por meritocracia, ao quadro internacional
da FIFA.
Os parabéns ao Ramon e a Federação
Catarinense de Futebol, presidida por Rubens Angelotti, pelo apoio a arbitragem através do presidente
da CEAF, Marco Antônio Martins, que faz um excelente trabalho, ao
lado dos demais membros da comissão, renovando e dando oportunidades
a jovens talentos. Sou testemunha do ótimo trabalho que realizam e
das andanças pelos campos longínquos do estado analisando e
garimpando talentos do apito.
Nessa maratona de analises, Ramon
Abatti foi descoberto por Marco Martins em uma partida da segunda
divisão, no Estádio Municipal Vidal Ramos Júnior, conhecido como Tio
Vida, na distante Lages, cerca de 220 KM da Capital. Luiz Tisne é
outro que já vem dando resultados. Tisne, que é de Criciuma, foi
descoberto em uma partida entre amadores, atuando com muita coragem,
sem qualquer segurança, em um campo da várzea, com mais terrão que
gramado em uma Florianópolis com tempo úmido e frio.
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Ramon Abatti, entre Cantucho Setúbal e
Marco Martins, sendo recebido por Rubens Angelloti na FCF -
Crédito: FCF |
Abatti, que tem chamado atenção
pelo seu condicionamento físico, ótima qualidade técnica e rigor
disciplinar, tem 32 anos (18 de setembro de 1989), nasceu em
Araranguá-SC, formou-se árbitro em 2013, atua pela Liga de Criciúma,
estreou na Primeira Divisão do Catarinense em 2017 tendo atuado em
58 partidas até temporada 2022. É formado em direito, casado com
Jéssica H. Pinto com quem tem um filho.
A nível nacional entrou no quadro
da CBF em 2017 e estreou na Série A em 2020 onde já acumula 43 jogos
em seu currículo (11 em 2020, 14 em 2021 e 18 em 2022) e está,
segundo tabela baseada em critérios técnicos pela CBF, em terceiro
lugar na tabela de classificação dos árbitros empatado com Raphael
Claus, com 7,21 de nota média.
Neste Brasileirão, foi o árbitro
que mais apresentou cartões vermelhos. Foram 10 cartões em 18 jogos.
No VAR foi socorrido 11 vezes, sendo 5 em lances de impedimento e 6
em lances de decisão dele (4 pênaltis e 2 cartões vermelhos).
Erro na sumula
Na sumula do jogo, o gol do
Palmeiras foi anotado para Gustavo Scarpa e não para o meia Raphael
Veiga, legítimo autor do tento. Mas nesta tipo de caso, o árbitro
pode encaminhar uma retificação à Confederação Brasileira de Futebol
(CBF).
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Trechos da sumula da partida - Crédito:
Reprodução CBF |
“Arbitragem é talento, é dom e não
repetição. Tem milhares deles espalhados pelo país esperando
oportunidades. As mesmas que foram dadas a Ramon”. Autor: Marçal.